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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva contrariou nesta segunda-feira (22) a estimativa do Banco Central sobre o crescimento do país em 2009 e afirmou que o Brasil deve crescer 4% no ano que vem.

Mais cedo, o BC havia previsto em relatório a desaceleração para o próximo ano em razão da crise financeira internacional e estimou crescimento de 3,2%. O presidente não comentou os dados do Banco Central, mas disse que o governo trabalhará com expectativa de 4%.

Durante discurso na cúpula entre Brasil e União Européia, no Rio, Lula disse que o país não deve crescer como ele "gostaria". "Não vamos entrar em recessão. O país vai continuar crescendo. Pode não crescer 6%, 7%, como eu gostaria, mas poderá crescer 4% e vamos trabalhar com isso. Apesar de gente dizer que o Brasil vai crescer 2,8%, 3%, no governo e na equipe econômica vamos trabalhar com expectativa de 4%."

Lula criticou novamente os especuladores, que, segundo ele, são os responsáveis pela crise. "Todos sabemos que o petróleo nunca valeu US$ 150 dólares o barril. Que os alimentos não poderiam ter subido o quanto subiram. Qual foi a causa? Foi a especulação desses produtos."

Papel do Estado

O presidente voltou a defender o papel do Estado no combate à crise. Segundo ele, o Estado precisa ser o "indutor" do crescimento. "Não defendo a idéia de que o estado se intrometa na economia. Mas está provado que o Estado sozinho não resolve o problema de nenhuma nação. Está provado que se o Estado não for o indutor do desenvolvimento, se não tiver força para controlar a atividade econômica de seu país, quando acontece uma crise dessas, não tem banco que não se volte para a figura do Estado para perguntar 'O que faremos agora?'."

Em seu discurso, o presidente brasileiro disse que não se pode "socializar" os prejuízos com a crise. "Chegou a hora da política. Não queremos cercear a liberdade de ninguém, essa não é minha formação política. Mas não posso socializar os prejuízos. É preciso que se assuma a responsabilidade", disse.

Otimista

Lula disse que se considera um dos homens "mais otimistas do mundo". "Eu talvez, se tivesse um concurso para eleger o homem mais otimista do mundo, estaria entre os mais otimistas. As pessoas acham que eu deveria ir para televisão chorar, dizer que a crise acabou com o país. (...) Eu sou o maior estimulador da retomada do crescimento. Faço mais propaganda do que muito empresário. Vou para televisão pedir para comprar, para exportar. Isso é que toca a roda da economia."

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