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Indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir Jean Paul Prates na presidência da Petrobras na noite de terça (14), Magda Chambriard é engenheira e ex-funcionária da estatal. O nome dela será analisado pelo Conselho de Administração na manhã desta quarta (15).
Magda é vista pelo mercado como um perfil mais desenvolvimentista do que Prates, além de forte defensora do setor do petróleo como indutor do desenvolvimento industrial do país. Este pensamento agrada diretamente ao governo Lula, principalmente ao ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, favorável à exploração do óleo.
Em uma entrevista concedida em 2021 ao site Petronotícias, Magda destacou que os leilões de áreas petrolíferas não se resumem apenas a ver qual empresa paga mais, mas fazem parte de um plano de desenvolvimento nacional mais amplo.
“Existe um plano de desenvolvimento nacional por trás”, disse ressaltando a importância de empregar mão de obra nacional na indústria. Ela ainda criticou o primeiro plano de investimentos na companhia, no final do ano passado, por não abordar a exploração de bacias maduras nem medidas de fomento à indústria naval brasileira – ela defendeu uma alocação maior de investimentos da Petrobras na indústria nacional.
A engenheira é também uma defensora da exploração de petróleo na chamada “margem equatorial”, região que tem sido motivo de embates entre as áreas ambiental e energética do governo. Em uma entrevista recente ao Blog do Desenvolvimento, ela disse que “é frustrante que essa região não tenha sido explorada ainda”.
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Funcionária de carreira
Magda Chambriard começou a carreira na Petrobras em 1980 na área de produção, e foi cedida à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) em 2002, durante o primeiro governo Lula, como assessora da diretoria.
Ela ocupou diversas funções na agência até assumir a diretoria-geral em 2012, no governo Dilma Rousseff (PT). Durante sua gestão na ANP, ela foi responsável por retomar os leilões de áreas para exploração e produção de petróleo no país, interrompidos por cinco anos devido à descoberta do pré-sal e a necessidade de adequar as regras à oferta dessas reservas gigantes.
Sua gestão na ANP também foi marcada pela condução das investigações sobre o vazamento de petróleo durante a perfuração de um poço pela americana Chevron na Bacia de Campos (RJ). Após o acidente, Magda Chambriard intensificou a segurança operacional das plataformas de produção de petróleo no país, aplicando multas elevadas às empresas, o que gerou desavenças com o setor.
Magda focou na fiscalização do cumprimento de obrigações contratuais de conteúdo local, que determinam as compras de bens e serviços no país. Esse também foi um ponto de divergência com as petroleiras, mas ela manteve uma postura firme em defesa do desenvolvimento da indústria nacional.
Ainda segundo a Petrobras, a engenheira foi responsável pelas áreas de auditoria, corregedoria, procuradoria, promoção de licitações, abastecimento, fiscalização da distribuição e revenda de combustíveis, recursos humanos, administrativa-financeira, relações governamentais além das relativas a exploração e produção.