O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou nesta quinta-feira sua avaliação de que o pior da crise global já passou. Para ele, a apreciação do real reflete não só o movimento mundial de queda do dólar mas também a confiança dos investidores no Brasil.
Em audiência pública no Senado, Mantega ponderou que o câmbio valorizado tem também uma face negativa ao diminuir as vantagens do setor exportador.
O ministro também lembrou o desempenho recente da Bovespa e disse que o mercado financeiro "acredita que o Brasil reúne melhores condições para sair da crise".
O principal índice da bolsa paulista acumula alta de cerca de 40 por cento no ano, enquanto o dólar chegou a ser cotado, na véspera, abaixo de 2,00 reais pela primeira vez desde o início de outubro.
"A confiança no país nos ajuda a sair mais rapidamente da crise", disse, acrescentando que o crédito está melhorando, mas ainda não é suficiente, e que os spreads bancários são altos. "Este é um problema crônico... e durante a crise se agravou."
O ministro aproveitou para defender a aprovação do cadastro positivo, que já passou pela Câmara dos Deputados e agora depende do sinal verde do Senado.
Mantega comentou ainda que o país está, neste momento, se refazendo e que o investimento externo está voltando à economia brasileira.
"Houve saída de capitais nos meses passados por conta da crise e o balanço de pagamentos ficou negativo, porém já demos uma virada no mês de maio e já temos saldo financeiro positivo juntamente com saldo comercial positivo", afirmou.
Mantega também repetiu a estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve retração no primeiro trimestre, mas não mencionou números, depois de já ter sido negativo no último trimestre de 2008. Mas criticou o peso que economistas dão à definição de recessão técnica --quando a economia se contrai por dois trimestres consecutivos.
"Não diz nada do que está acontecendo na economia agora ou no trimestre consecutivo", argumentou.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião