O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta terça-feira (28), durante debate com empresários da indústria, que o governo cogita a dilatação do prazo de pagamentos de tributos federais. Mantega fez tal declaração, em debate no 3º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), depois que o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, pediu ao ministro a ampliação do prazo do pagamento de impostos.
Segundo o dirigente da CNI, a medida representaria uma injeção de recursos diretos no capital de giro das empresas, sem a necessidade da intermediação dos bancos que estão restringindo o crédito, no atual momento de crise internacional. Para Monteiro Neto, não seria uma renúncia fiscal, mas um reforço no capital de giro que ajudaria as empresas a ficar solventes na crise.
O ministro, além de confirmar que a medida está sendo cogitada, ponderou que é preciso também analisar o impacto fiscal de uma medida desse tipo nas contas do governo. Mantega lembrou que, com a crise, uma redução do lucro das empresas já está dado e isso vai se refletir na arrecadação de impostos pelo governo.
Ele disse que, no momento, a questão de liquidez é crucial e reforçou a afirmação de que o governo está tomando as medidas necessárias. Mantega ponderou, no entanto, que a implementação de algumas medidas demoram às vezes porque há uma preocupação com a questão legal. O ministro admitiu que ele próprio e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, têm medo de serem responsabilizados depois por não terem feitos medidas com base legal.
Ao rebater as críticas do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) com relação a Medida Provisória 443, Mantega disse que felizmente o Brasil tem três bancos oficiais (Banco do Brasil, Caixa e BNDES) que não precisam ficar com o temor que estão os outros bancos privados, que estão empoçando a liquidez.
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