Os líderes da França e da Alemanha, sob pressão para conter a crise de dívida na Europa, concordaram em apresentar propostas em setembro por um imposto sobre transações financeiras e buscar uma governança econômica mais coordenada na zona do euro, disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy, nesta terça-feira.
Após reunião em Paris, Sarkozy disse que ele e a chanceler alemã, Angela Merkel, também proporão que todos os 17 países da zona do euro se comprometam com o equilíbrio das finanças e coloquem essa meta em suas Constituições até meados de 2012.
Entre outras medidas anunciadas, ele disse que buscariam uma melhor governança econômica para a zona do euro, com reuniões semestrais dos líderes, e a criação de uma presidência com mandato de dois anos e meio para chefiar os fóruns.
"Nós queremos expressar nossa absoluta vontade de defender o euro e assumir as responsabilidades particulares de Alemanha e França na Europa e ter, em todos esses assuntos, uma completa união de opiniões", afirmou Sarkozy no Palácio do Eliseu, acompanhado de Merkel.
"A Alemanha e a França se sentem absolutamente obrigadas a fortalecer o euro como nossa moeda em comum e restaurar a confiança do mercado após um ano e meio de turbulência, que não diminuiu mesmo após a ajuda à Grécia, à Irlanda e a Portugal e à criação de um fundo anticontágio", completou Merkel.
Os dois estavam sob pressão para criar planos que ajudem a zona do euro e restaurem a confiança do mercado, após um ano e meio de crise que se recusa a acabar, apesar dos empréstimos internacionais cedidos a Grécia, Irlanda e Portugal, e da criação de um fundo de resgate.
Sobre o imposto nas transações financeiras, Sarkozy disse que a proposta será apresentada no âmbito da União Europeia em setembro pelos ministros das Finanças da Alemanha e da França.
"Isso é uma prioridade para nós", afirmou.
O mercado financeiro acompanhou de perto o encontro, a segunda reunião entre os dois líderes em pouco mais de três semanas, em busca de qualquer sinal de medidas mais duras que restaurassem a confiança. Acima de tudo, os investidores aguardavam sinais sobre a criação de um bônus em comum da zona do euro, uma iniciativa que tornaria o custo da dívida dos países mais fracos mais administrável.
Após a entrevista dada no início dessa tarde, os mercados reagiram com quedas nas bolsas de valores. O Dow Jones, principal indicador da bolsa norte-americana, caía mais de 1 por cento, mesmo movimento visto no índice brasileiro Ibovespa.
Mas Merkel mencionou a emissão como um "último recurso" e disse que os bônus "não ajudariam". Sarkozy complementou: "temos exatamente a mesma posição sobre os bônus da zona do euro... podem ser imaginados um dia, mas somente ao final de um processo de integração da Europa, e não no começo."
Para o economista sênior para Europa do Barclays Capital, Julian Callow, apesar de os mercados precisarem ver mais "carne sobre os ossos" nas propostas, foi importante o fato de os dois líderes europeus interromperem as férias de agosto para se encontrarem.
"Eles estão assumindo um compromisso de governança econômica que é um passo à frente e também um compromisso com déficit, embora ainda seja preciso saber se será significativamebnte forte", afirmou ele, acrescentando que os dois governos podem estar pavimentando o caminho para um união política maior para a questão do bônus da zona do euro.
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