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O Prêmio Nobel de Economia deste ano foi concedido à professora da Universidade de Harvard, Claudia Goldin, por suas pesquisas sobre mulheres no mercado de trabalho.
As pesquisas de Goldin têm sido constantemente usadas pela militância feminista para alimentar agendas contrárias à maternidade e justificar teorias que contestam os papéis masculino e feminino no âmbito familiar.
Aos 77 anos, nascida em Nova York (EUA) e co-diretora do Grupo de Estudos sobre Gêneros na Economia do National Bureau of Economic Research (NBER), Goldin é considerada umas das maiores especialistas dos mundo em disparidade de gênero no mercado de trabalho.
A professora é a terceira mulher a vencer o Nobel de economia desde o início da premiação, em 1969.
“Claudia Goldin apresentou o primeiro relato abrangente sobre os rendimentos das mulheres e a participação no mercado de trabalho ao longo dos séculos. A sua investigação revela as causas da mudança e as principais fontes das restantes disparidades de gênero”, diz o comunicado publicado nas redes sociais do Prêmio, nesta segunda-feira (9).
Ainda, de acordo com a organização do Prêmio, “as mulheres estão muito sub-representadas no mercado de trabalho global e, quando trabalham, ganham menos que os homens. Goldin vasculhou os arquivos e recolheu mais de 200 anos de dados, o que lhe permitiu demonstrar como e por que as diferenças de gênero nos rendimentos e nas taxas de emprego mudaram”.
No decorrer da pesquisa, Goldin teria sido surpreendida pelo gráfico, que ao contrário do que imaginava, não mostrou uma linha ascendente em relação à participação das mulheres no mercado de trabalho, mas uma curva em forma de “U”.
Os dados mostram que as mulheres saíram de uma rotina de trabalho nas propriedades da família, por estarem inseridas em uma sociedade agrária, no século XVIII, para o trabalho em indústrias, no início do século XIX, o que levou as pessoas a trabalharem fora de casa.
Neste período, segundo as pesquisas de Goldin, o percentual de mulheres casadas no mercado de trabalho teve uma redução drástica.
No início do século XX, atraídas pela expansão do setor de Serviços, as mulheres iniciaram uma nova guinada no mercado de trabalho. Esse período também coincide com o aumento do nível de educação das mulheres e a popularização de métodos contraceptivos.
A relação entre a pílula contraceptiva e a aceleração da participação feminina no mercado de trabalho tem grande destaque nas pesquisas e palestras de Goldin.
Por conta de suas pesquisas, o prestígio da economista já lhe rendeu até mesmo uma citação do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Além disso, os dados produzidos por Goldin costumam embasar trabalhos acadêmicos e discussões em favor da agenda feminista.
Apesar de contestados por outros estudos de economistas e estatísticos, os dados divulgados por Goldin servem até mesmo para embasar decisões políticas e jurídicas em vários países.