A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos pode votar nesta quarta-feira o pacote de US$ 15 bilhões às montadoras do país, mas o plano pode enfrentar obstáculos no Senado.
A Casa Branca e os democratas do Congresso correram para finalizar um acordo preliminar na noite de terça-feira sobre as condições para fornecer empréstimos a juros baixos às montadoras, em uma tentativa de evitar um colapso da indústria caso uma ou mais das três grandes empresas de Detroit venham a falir.
"O trabalho duro bipartidário deu resultados", disse o senador democrata Carl Levin, de Michigan, região das três grandes montadoras do país, General Motors, Ford Motor e Chrysler. "Eu entendo que um acordo foi alcançado", acrescentou Levin.
Uma autoridade do governo de George W. Bush disse que os negociadores resolveram uma das principais preocupações da Casa Branca: que as empresas que receberem a ajuda obtenham as concessões necessárias e façam mudanças para garantir que podem sobreviver e competir.
Além de fornecer empréstimos, a proposta forçará as montadoras a responderem a um fiscal apontado pelo governo --chamado de "czar" dos veículos-- e fará do governo o maior acionista das empresas.
O "czar" terá poderes para desenhar uma reestruturação das empresas.
CONDIÇÕES
Alguns republicanos queriam alguma opção de falência incluída, como um incentivo para trabalhadores e outros acionistas concordarem em fazer concessões.
Entre as questões levantadas pelos republicanos estão também o uso de dinheiro dos contribuintes no caso da Chrysler, que é da empresa de private equity Cerberus Capital Management. Durante as negociações, os democratas disseram que o governo resistiu à proposta de tornar a Cerberus responsável pelo pagamento se a montadora não cumprir algum empréstimo do governo.
Além disso, o governo se opõe a uma proposta dos democratas de forçar as montadoras a recuar nos processos contra a Califórnia e outros Estados que procuram reduzir as emissões de gases dos veículos.
Os democratas controlam o Congresso e devem colocar o pacote em votação na Câmara nesta quarta-feira, mas podem ter problemas no Senado, onde os republicanos podem colocar algum obstáculo que precisaria de 60 dos 100 votos do Casa para ser derrubado.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião