O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas geradas pelo país – cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE.
O resultado superou a maioria das expectativas do mercado, que no geral aguardava um avanço mais próximo de 1% – a mediana das projeções indicava alta de 0,9%.
Na mesma divulgação, o IBGE revisou para cima o PIB do primeiro trimestre. Em vez de 0,8%, como informado inicialmente, agora o instituto calcula alta de 1% na geração de riquezas nos três primeiros meses do ano.
Sob a ótica da oferta, os setores de serviços (com alta de 1% sobre o primeiro trimestre) e indústria (1,8%) puxaram para cima o resultado do PIB no período de abril a junho. O PIB da agropecuária, enquanto isso, recuou 2,3%.
Do ponto de vista da demanda, o IBGE reporta aumento no consumo das famílias e dos governos (1,3% em ambos os casos) e também no investimento produtivo, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que subiu 2,1%. O setor externo pesou contra o PIB no período, pois as importações de bens e serviços cresceram 7,6%, alta superior à das exportações (1,4%).
“Com o fim do protagonismo da agropecuária, a indústria se destacou nesse trimestre, em especial na eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na construção”, disse, em nota, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Apesar do avanço da FBCF, a relação entre investimento produtivo e PIB oscilou para baixo. Conforme o IBGE, a chamada taxa de investimento passou de 16,9% do PIB no primeiro trimestre para 16,8% do PIB no segundo.
Ainda segundo o IBGE, o PIB brasileiro:
- aumentou 3,3% no segundo trimestre, em comparação ao mesmo período de 2023;
- avançou 2,9% no primeiro semestre, sobre igual intervalo do ano passado; e
- acumula crescimento de 2,5% em 12 meses, em relação a igual período anterior.
Governo e mercado reveem expectativas para o PIB de 2024
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou que o crescimento de 1,4% do PIB em relação ao primeiro trimestre superou suas expectativas, que eram de 1,1%.
Na avaliação da equipe, os impactos econômicos da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, na virada de abril para maio, "foram parcialmente mitigados pelas políticas de apoio às famílias, empresas e governos municipais e estadual".
"Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 2,5%, deverá ser revisada para cima, tornando-se mais próxima do crescimento observado em 2023", informou a SPE, em nota. No ano passado, o PIB brasileiro cresceu 2,9%.
Alguns bancos e consultorias sinalizaram que também podem elevar suas projeções para 2024. "Hoje o PIB tem mais cara de 2,9% para este ano e próximo a 2% em 2025", disse em nota a analista Andréa Angelo, da Warren Investimentos.
Economistas do Bradesco afirmam que, caso a economia tenha crescimento zero na segunda metade do ano, o PIB fecha o ano com alta de 2,5%. "Mantendo nossas estimativas para o terceiro e quarto trimestres, que deverão ser revisadas em breve, nossa projeção para o PIB do ano aumenta de 2,3% para 2,6%", indicaram, em comunicado.
Alta do PIB brasileiro no segundo trimestre foi a terceiro maior do G20
O comunicado destacou que o Brasil teve o terceiro maior crescimento trimestral do PIB dentre os países do G20 – o grupo das 20 maiores economias do mundo. Dezesseis países e a União Europeia já divulgaram seus números. A alta de 1,4% no Brasil ficou abaixo do desempenho de Indonésia (3,8%) e Índia (1,9%).
No acumulado de 12 meses, que indica o ritmo anual do PIB, o desempenho do Brasil é o sétimo da lista. O país cresceu 2,5% no período, abaixo de Índia (7,8%), Indonésia (5%), China (5%), Rússia (5%), Turquia (4,7%) e Estados Unidos (3%).
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