Ex-mau aluno em política econômica, o Brasil já havia se transformado, de cliente assíduo, em credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2009. Ontem, tornou-se professor. De acordo com relato do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, o presidente Lula teria questionado o primeiro-ministro da Grécia, Georges Papandreou, sobre a turbulência financeira no país, onde a crise de credibilidade fiscal na Europa é mais forte - o grego luta para evitar o calote da dívida do país, de 113% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 42% no Brasil. Em seguida, Papandreou pediu "conselhos econômicos" para enfrentar a crise do país.
Mesmo tendo enfrentado no início do governo, em 2003, a dependência do FMI, Lula teria sido humilde. "O presidente respondeu: Quem sou eu para dar conselhos?", relatou Garcia.
À noite, ao ser homenageado com o Prêmio Nueva Economía ao Desenvolvimento Econômico e à Coesão Social, edição 2010, Lula foi menos modesto. Dirigindo-se ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, contou ter feito, em dezembro de 2008, um pronunciamento no qual pediu à população que consumisse com responsabilidade, como antídoto contra a crise. "Essa foi uma lição, meu caro Durão Barroso, que deveria servir à Europa. Porque na crise econômica de 2008 muitos países se encolheram, diminuíram o consumo, o crédito, e o que aconteceu foi que a economia foi se atrofiando." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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