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Telefonia móvel

Principal faixa do 5G estreia no Brasil nesta quarta. Quais cidades terão a tecnologia?

5G estreia
Uma série de testes bem sucedidos realizada no último fim de semana deu confiança à Anatel para liberar o funcionamento do 5G no Distrito Federal a partir desta quarta-feira (6). (Foto: Unsplash)

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A quinta geração da internet móvel, o popular 5G, começa a funcionar em Brasília, nesta quarta-feira (6). Com a ativação do sinal, a capital federal se torna a primeira cidade brasileira a oferecer a tecnologia “pura”, ou "stand alone", com infraestrutura totalmente dedicada ao 5G.

Conforme as obrigações previstas em edital, as operadoras vencedoras da faixa nacional de 3,5 GHz – considerada o "filé mignon" do 5G – precisariam instalar um mínimo de 33 antenas no Distrito Federal para garantir o início da operação, fechando a conta de uma antena para cada 100 mil habitantes. O número de equipamentos instalados, no entanto, já é bem superior.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), são cerca de 300 as estações rádio base (nome técnico das antenas) mapeadas no Distrito Federal para o fornecimento do 5G, com 80% da cobertura concentrada em Brasília. Com a meta atendida, as operadoras Claro, Vivo e Tim poderão ligar seus sinais de 5G para os clientes da região. O aval foi dado nesta segunda-feira (4) por colegiado específico da Anatel, o Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3,5 GHz), em reunião extraordinária.

Após a deliberação, o conselheiro Moisés Moreira afirmou que uma série de testes bem sucedidos realizada no último fim de semana deu confiança à Anatel para liberar o funcionamento do 5G no Distrito Federal. Segundo representante da agência, a rede local passou por um "teste de fogo" no qual as antenas foram ligadas para constatar a efetiva mitigação de interferências em sinais de radiodifusão, sistemas de satélites e de tráfego aéreo – também obrigatória para o ok da reguladora.

Na avaliação de Moreira, a experiência de Brasília deve funcionar como uma espécie de projeto piloto para a implantação do 5G nas demais capitais. Segundo ele, "todos os problemas que estamos enfrentando aqui serão mais facilmente superados nas demais cidades". Essa perspectiva rendeu, inclusive, determinação para que a EAF crie uma "sala de guerra" destinada a corrigir eventuais problemas que surjam nas próximas ativações. A ideia é ter técnicos dedicados a fazer ajustes imediatos para sanar interferências de modo mais ágil, até que uma solução final seja dada.

Por que Brasília? Onde o 5G chega na sequência?

A operação da principal faixa do 5G em Brasília foi autorizada mediante solicitação da Entidade Administradora da Faixa (conhecida pela sigla EAF), uma espécie de braço operacional do 5G, responsável por colocar em prática as contrapartidas editalícias da faixa de 3,5 GHz. "As ativações dependem dos trabalhos na EAF, onde ela encontra mais facilidade ela vai avançando ", resumiu o conselheiro.

Segundo Moisés Moreira, o DF reunia características que favoreceram um atendimento célere das condições de ativação, como número relativamente baixo de migração das TRVOs (TV aberta por parabólicas, que ocupava a frequência hoje destinada ao 5G e que ganhou nova banda, com mudança que ficou a cargo das operadoras), fazendo com que Brasília chegasse primeiro à ativação da quinta geração da rede móvel.

Ainda de acordo com Moreira, as cidades de Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre devem ser as próximas a contarem com sinal ativo do 5G, segundo informações repassadas ao Gaispi pela entidade, mas não há previsão de quando isso deve ocorrer. Apesar de ter mencionado a possibilidade de que haja novidades para deliberação na próxima semana (quando ocorrerá nova reunião na Anatel), o único prazo citado por ele é agosto, quando todas as capitais devem estar ligadas à tecnologia.

Ativação completa só em 2029

A chegada do sinal do 5G ao Distrito Federal e às capitais dos estados é o primeiro marco do cronograma a ser seguido pelas vencedoras da licitação realizada no ano passado e já deveria estar concluído com base no calendário original. A data limite para que as operadoras de telecom disponibilizem o 5G nas capitais foi adiada em dois meses pela Anatel, com prazo que saiu do fim do mês de junho para o dia 29 de agosto.

Essa extensão de cronograma foi feita a pedido da entidade administradora e levou em conta dificuldades na aquisição e no recebimento de filtros contra interferências, principalmente aqueles vindos da China. A cadeia de distribuição amarga problemas desde 2020, fruto de gargalos surgidos com a pandemia da Covid-19. Questionado, o conselheiro da Anatel afirmou que os equipamentos estão chegando "a contento, [em ritmo] suficiente para atender as capitais no tempo devido", deixando claro não esperar novos atrasos no horizonte.

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Os demais prazos do edital do 5G não foram alterados. Após a ativação nas capitais será a vez das cidades com mais de 500 mil habitantes, que devem receber o sinal até 1º de janeiro de 2023, seguidas dos municípios com até 200 mil habitantes, em junho de 2023. O calendário segue até 2029, quando as menores localidades receberão a cobertura. Independentemente da fixação das datas, não há impedimentos para antecipações da chegada do sinal, a depender da capacidade de instalações de antenas e da mitigação de interferências.

Mesmo que o sinal chegue, a utilização da rede 5G depende do smartphone (ou outro dispositivo) que seja compatível. Hoje existem 67 modelos compatíveis homologados pela Anatel.

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