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Recuperações judiciais em queda, mesmo com grandes pedidos e economia desaquecida

Odebrecht é uma das maiores recuperações judiciais da história
A Odebrecht entrou em recuperação judicial, a maior da história, e deve ao BNDES. (Foto: AFP)

Recuperações judiciais emblemáticas marcaram o primeiro semestre do ano: mergulhada em problemas financeiros, a Avianca Brasil teve a concessão suspensa no mês passado. E no mês passado, diante da dificuldade em reestruturar suas dívidas e como reflexo da Operação Lava Jato, o Grupo Odebrecht solicitou esse instrumento. É a maior recuperação judicial já solicitada.

Mas, mesmo nesse cenário, o número de empresas que solicitou recuperação judicial entre janeiro e junho caiu 27,3% em relação a igual período do ano passado, segundo a Boa Vista SCPC. No período de 12 meses, a queda é um pouco menor: 18,4%.

Flávio Calife, economista da instituição, aponta que a redução é um reflexo do cenário econômico. "As empresas estão menos alavancadas, ou seja, com menos crédito tomado." Isto também faz com que outros indicadores, como a inadimplência das empresas também esteja em baixa. Dado do Banco Central (BC) mostra que ela era de 2,55% em maio, contra 2,96% no mesmo mês de 2018.

O maior número de falências e recuperações judiciais está concentrado no segmento de serviços, uma vez que sentiu fortemente o desaquecimento da economia. O nível de atividade praticamente permaneceu estável nos últimos 12 meses, comparativamente a igual período anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mudança de tendência nas recuperações judiciais

A expectativa é de que haja uma mudança de tendência nos próximos meses, devido à retomada do crédito entre as pessoas jurídicas. As concessões estão em alta, aponta o economista. Elas atingiram R$ 691,3 bilhões nos cinco primeiros meses do ano, 9,6% a mais do que em igual período de 2018, aponta o BC.

Outro fator que pode contribuir para a expansão no número de recuperações judiciais no segundo semestre é a economia desaquecida. "Sem crescimento da receita, muitas empresas tendem a ficar em dificuldades", aponta o economista.

Mas, segundo ele, o número de recuperações judiciais e falências deve encerrar o ano em queda de 5% a 10%. "Ela pode ser maior se a economia reagir e as empresas voltarem a faturar mais.

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