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Política monetária

Eleito melhor banqueiro central em 2020, Campos Neto enfrenta prova de fogo em 2021

Roberto Campos Neto
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, no lançamento do Pix, em novembro. (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)

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De perfil mais discreto, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ganhou destaque em meio à pandemia do novo coronavírus. Sua atuação lhe rendeu o título de melhor banqueiro central do mundo, concedido pela revista "The Banker", publicação ligada ao Financial Times. Mas, em 2021, Campos Neto terá sua prova de fogo ao ter de lidar com um possível descontrole inflacionário.

A atuação satisfatória do BC durante a pandemia vem sendo destacada por especialistas. Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, avalia que a gestão do BC tem ido na “direção correta”. "O BC fez o que se esperava, ampliando estímulos sem descuidar dos riscos. Houve alguns ruídos de comunicação e dificuldades, mas acho que isso é perfeitamente normal em um quadro de tanta incerteza como esse que vivemos", diz o economista. Apesar de ter o mesmo sobrenome, o sócio da Tendências não é parente do presidente do BC.

O reconhecimento também vem de outras instituições. Em julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia avaliado positivamente as medidas tomadas pelo BC. Em seu acompanhamento, o órgão apontou que as medidas do Banco Central contribuíram para expandir o crédito e prover liquidez ao sistema financeiro.

Além da atuação durante a crise, a "The Banker" também destacou o lançamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do BC; e a iniciativa do open banking, que é prometida para 2021.

Colunista da Gazeta do Povo, o economista Pedro Menezes destacou, em postagens no Twitter, o papel de Campos Neto e de diretores anteriores do BC no sucesso do Pix.

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2021 tratá desafios para Campos Neto

A boa atuação de Campos Neto à frente do BC chegou a fomentar, até, especulações de que ele poderia ocupar o Ministério da Economia, com uma eventual saída de Paulo Guedes. "Eu não vejo essa disputa por protagonismo. Os dois têm o seu papel e, em uma eventual situação de mudança das diretrizes econômicas, acho que o presidente do BC não aceitaria assumir para assinar uma guinada na condução econômica. A visão de ambos é muito similar, pró-liberalismo ", avalia Silvio Campos Neto, da Tendências.

De qualquer modo, um dos principais desafios do presidente do BC em 2021 deve ser a condução da política monetária diante do aumento da inflação. No mercado, a aposta tem sido de que, após aumento no início de 2021, a inflação deve desacelerar ao longo do ano – o que deve permitir que o BC mantenha a política de juros baixos, mesmo que com algum aumento. Atualmente a taxa Selic está em seu menor patamar histórico, de 2%.

No Boletim Focus, que apresenta as expectativas do mercado, a mediana da previsão para o IPCA é de que o índice feche 2021 em 3,34% – abaixo do centro da meta do BC, de 3,75%.

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