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Crise na Petrobras

Silveira nega “mudança abrupta” e intervencionismo na Petrobras após demissão de Prates

Alexandre Silveira
Ministro afirma que não há "intervencionismo" na estatal, mas que investidores sabem que o governo é o controlador. (Foto: André Borges/EFE)

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O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia (MME), negou nesta terça (21) que vai haver uma “mudança abrupta” nos rumos da Petrobras com a demissão de Jean Paul Prates e a indicação da engenheira Magda Chambriard para a presidência da companhia.

Silveira falou pela primeira vez sobre a troca de comando da estatal uma semana depois da demissão de Prates após um longo processo de fritura em que ele próprio publicizou as divergências com o ex-presidente. O ministro sinalizou que o plano de investimento aprovado pelo conselho da companhia não estava sendo cumprido na velocidade desejada pelo governo.

Alexandre Silveira ressaltou que a troca de comando, embora haja o desejo de acelerar o plano de investimento, não haverá qualquer tipo de “intervencionismo” do governo – ele classifica a palavra como “inadequada”. Para ele, a Petrobras tem uma forte governança e seguirá sendo um bom investimento no médio e longo prazo.

“Sempre destaquei que, muitas vezes, personificaram a questão do ministro de Minas e Energia e do presidente da Petrobras. [...] Fato é que o presidente Lula, por entender que o plano de investimento é o grande norte a ser perseguido, cumprido com celeridade, austeridade e boa gestão. É natural porque há pra nós políticos, que temos prazo de validade, uma grande angústia e ansiedade que é cumprir com os nossos compromissos”, disse Silveira em entrevista à GloboNews.

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O ministro defendeu que o objetivo do plano de investimento é tornar o Brasil autossuficiente em gasolina, diesel e gás de cozinha. Ele mencionou, ainda, que a estatal pretende reforçar o investimento em fertilizantes, novas rotas de gás natural, diminuir a reinjeção de gás nas jazidas, entre outros.

Alexandre Silveira defendeu também o reforço na produção de petróleo para a “soberania nacional”, mas sem deixar de lado outras fontes de energia. Ele também defendeu a pesquisa da Margem Equatorial para “saber o que nós temos efetivamente – e se temos petróleo e gás lá” para uma “pluralidade energética”.

Ele afirmou, ainda, que o objetivo é reforçar a Petrobras diferente do que o “governo anterior” fazia -- um "saque", de acordo com ele, para depois privatizar como fez com a Eletrobras, que é alvo de críticas constantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Alexandre Silveira ainda criticou Prates pelas declarações de que teve a demissão “regozijada” na presença dele e do ministro Rui Costa, afirmando que “qualquer comentários daqueles que estão saindo não contribuem, eu agiria diferente”. “O presidente Lula deve ter respeitada a sua autoridade, porque é ele o timoneiro dos destinos do Brasil”, completou.

“Quando o investidor compra suas ações, ele sabe que quem é o controlador é o governo [...] e que Lula sabe respeitar a natureza das empresas, não terão surpresa. Mas, queremos sim que a Petrobras seja mais célere e que ela cumpra com todas essas metas para construirmos uma nação mais próspera”, pontuou.

O ministro destacou que o nome de Chambriard está em análise pela governança da Petrobras e será colocado para avaliação do Conselho de Administração. Há a expectativa de que uma reunião seja realizada na próxima sexta (24).

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