A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu em fevereiro para 5,9%, o maior patamar para o mês desde 2011, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta quinta-feira (26) pelo IBGE. A migração de pessoas para a inatividade perdeu força, contribuindo menos para conter o desemprego. O mês foi marcado por demissões de trabalhadores e aumento na fila de espera por uma vaga. Em relação a fevereiro do ano passado, 201 mil pessoas perderam seus postos de trabalho. A população desocupada saltou 14,1% em relação a fevereiro de 2014.
“Ao contrário de algumas previsões, o desemprego não subiu porque as pessoas estão voltando ao mercado de trabalho, mas sim porque empregos estão sendo destruídos”, notou José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora Opus investimentos e professor da PUC-Rio.
Apenas a indústria eliminou 259 mil vagas em um ano, enquanto a construção demitiu 105 mil funcionários. Até o setor de serviços mostra fraqueza. Na passagem de janeiro para fevereiro, a atividade conhecida como “outros serviços” dispensou 165 mil pessoas, com forte contribuição dos ramos de alojamento e alimentação, transporte e estética.
O segmento de serviços pessoais – que inclui manicure, esteticista e cabeleireiro – dispensou 70 mil empregados em fevereiro. O setor de alojamento e alimentação demitiu outras 34 mil pessoas, enquanto o transporte terrestre fechou 30 mil vagas.
A taxa média de desemprego no primeiro bimestre aumentou de 4,9% em 2014 para 5,6% em 2015. A expectativa de Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, é que a pressão inflacionária, a economia sem fôlego e a confiança de consumidores e empresários em baixa sigam prejudicando o mercado de trabalho nos próximos meses.