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O vice-presidente financeiro da Vale, Gustavo Pimenta, foi eleito presidente da mineradora pelo conselho de administração nesta segunda (26), por unanimidade, após um conturbado processo de sucessão que teve a tentativa de interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pimenta assumirá a companhia em 2025 no lugar de Eduardo Bartolomeu, que terminaria o mandato em maio mas que foi estendido para que a companhia chegasse a um consenso por um novo nome. Ele tentou a reeleição, mas não teve apoio dos conselheiros alinhados ao governo.
Daniel Stieler, presidente do conselho de administração da Vale, afirmou que Pimenta possui “as competências necessárias para liderar a Vale em um novo ciclo virtuoso, orientado pelo propósito da companhia e com grande potencial de geração de valor”, segundo disse em um comunicado ao mercado (veja na íntegra).
Já Bartolomeo manifestou apoio ao novo presidente, destacando a competência e compromisso de Pimenta com a Vale, e expressou confiança na continuidade da mineradora rumo à liderança em mineração sustentável.
“Com Gustavo Pimenta, acredito que a Vale seguirá firme em sua jornada rumo à liderança na mineração sustentável e na criação de valor para todos os stakeholders”, disse.
A escolha de uma solução interna, como defendido por conselheiros, incluindo André Viana, representante dos trabalhadores, foi fator determinante para alcançar um consenso, mesmo em meio a tensões envolvendo o governo. Lula tentou emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da antiga estatal, mas não avançou.
Durante o processo de sucessão, a Vale enfrentou críticas do governo federal e de aliados. O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia (MME), chegou a declarar que a companhia estava “acéfala” e ameaçou com sanções relacionadas ao acordo de reparação das vítimas da tragédia de Mariana (MG).
Pimenta ingressou na Vale em 2021 após passagens pela AES e Citigroup, é formado em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais e possui mestrado em finanças e economia pela Fundação Getúlio Vargas.
Ele assume a presidência da Vale em um momento sensível, com a necessidade de finalizar o acordo de reparação das vítimas de Mariana e enfrentar um mercado de minério de ferro em declínio, que perdeu um terço de seu valor no ano. Além disso, a empresa busca expandir suas operações em metais básicos, com foco em matérias-primas para a transição energética, como cobre e níquel.
A Vale, atualmente sem um controlador definido, ainda é influenciada por seus antigos controladores, incluindo o fundo de pensão Previ, o Bradesco e a japonesa Mitsui.