Em todo o Brasil, cerca de 271 mil participantes, 43 mil deles no Paraná, devem fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 3 e 4 de dezembro, quase um mês depois da primeira prova (que ocorreu no início de novembro), para mais de 5,8 milhões de estudantes. A segunda aplicação, uma prática comum do exame, será realizada para um maior número de alunos esse ano por conta das ocupações de escolas em todo o país, que inabilitou espaços para receberem a prova.
Faltando pouco menos de um mês para o exame, estudantes nesta situação podem aproveitar os dias extras para se preparar. Um conselho é unânime entre os professores: use a prova aplicada nos dias 5 e 6 de novembro para “prever” o que está por vir.
A dica é praticamente óbvia na visão do professor Marlus Geronasso, coordenador do Curso Pré-Enem IFPR Eureka e do Pré-Enem do Centro Universitário Internacional Uninter, principalmente por um motivo: isonomia. De acordo com o professor, que analisou a primeira prova, o exame terá que ser equilibrado com a primeira aplicação. “Para mim, isso significa que deve vir com o mesmo padrão de prova, com ênfase na leitura, interpretação e questões mais longas. As disciplinas e conteúdos cobrados também devem se repetir, afinal, é o que se espera para ter equidade entre as duas provas”.
Marlus alerta sobre alguns temas que devem voltar a dar as caras nos dias 3 e 4 de dezembro: mais questões sobre artes e educação física; matemática com perguntas mais contextualizadas e de raciocínio lógico; e uma prova “maior” no quesito leitura.
O professor acredita que a maior dificuldade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, será o tema de redação, ponto chave da isonomia. No começo de novembro, os participantes encontraram como proposta “Caminhos para combater a violência religiosa no Brasil”, um tema “incomum e complexo, por lidar com questões um tanto pessoais”, diz Marlus.
Segundo a professora de produção de texto do Colégio Bom Jesus, Cleuza Cecato, a primeira aplicação do Enem deve ser analisada pelo estudante não exatamente pelos conteúdos, e sim pelas habilidades e competências mais cobradas. “Essas sim devem ser as mesmas na segunda aplicação”.
Estudos
Além de esmiuçar a primeira prova do Enem, os estudantes podem revisar livros e apostilas de escolas e cursinhos, em especial a parte que traz exercícios extras, desafios ou questões para provas de segunda fase de vestibulares. A dica é do professor matemática Fabiano Batista Ribeiro, do Colégio Bom Jesus. Para ele, a palavra que deve guiar os estudantes nessa fase é o aprofundamento, pois “esse tipo de questão é que foi cobrado e o que deve aparecer de novo”.
A rotina do aluno, no geral, deve seguir o mesmo ritmo de quem participou da primeira aplicação do Enem. Taís Bento, pedagoga e fundadora do canal SOStenhoprova, que exibe dicas diárias no Snapchat de como se preparar para vestibulares, indica uma rotina mais leve e saudável nessas semanas. “Além de diminuir a ansiedade, dará mais energia para quem vai fazer a prova”, frisa.
A pedagoga também ressalta que esse é um momento de mera revisão – não é a hora de aprender novos conteúdos. Ela recomenda que os estudantes discutam temas e atualidades que foram cobrados no Enem com a família e amigos. “Isso ajuda a criar repertório, essencial para resolver a prova”.
Fazer coisas prazerosas, como assistir seriados e sair com amigos e família também auxilia nos estudos – Taís explica que essa é uma técnica, chamada de modo difuso. “Você estuda e depois dá um tempo para que aquele conteúdo fique em segundo plano e, assim, possa desenvolver novas conexões no cérebro”, esclarece.
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