
O início de um novo ano letivo e a entrada na faculdade podem significar mudança de endereço. A primeira tarefa de quem passa no vestibular e vai estudar longe de casa é encontrar um lugar para morar. Entre as opções estão as casas estudantis, inicialmente construídas para atrair alunos de outras localidades e depois para facilitar o acesso ao ensino superior de quem vem de fora. Hoje, a maioria delas tem um público pré-definido: para poder entrar, é preciso comprovar necessidade.
Morar dentro do câmpus ou perto dele é uma boa vantagem, mas não é só isso que atrai os estudantes. Longe da família, os jovens se unem, dão apoio uns aos outros e vivem com mais intensidade a vida universitária. É justamente essa a intenção de universidades estrangeiras que mantêm os alojamentos de estudantes dentro dos câmpus.
Segundo Areta Galat, coordenadora do Núcleo de Relações Internacionais da FAE Centro Universitário, em países como os Estados Unidos, muitas instituições chegam a exigir que os alunos morem nessas casas por um tempo. "É uma filosofia que existe por trás da moradia. Se o estudante morasse fora, deixaria de aproveitar recursos que as universidades oferecem, como clubes, grupos de xadrez, de esportes, de línguas, ou artes marciais", conta. A estrutura e o alojamento oferecidos pelas instituições chegam a influenciar a escolha dos estudantes.
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Em Curitiba, as cinco principais residências universitárias abrigam cerca de 500 alunos. Segundo Maria Luisa Marques Dias, coordenadora do plano diretor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a demanda por mais casas estudantis na capital é antiga. Entretanto, enquanto a prioridade de expansão da universidade se concentrou em outras áreas, a pressão sobre a instituição diminuiu. "Com a proliferação de universidades pelo interior do estado e do país, a demanda por mais residências da UFPR diminuiu. Além disso, Curitiba tem condições de absorver estudantes na malha da cidade. É até mais interessante para a cidade", diz.
A oferta de moradia é uma medida importante para evitar a evasão no ensino superior e está prevista no Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). Segundo o pró-reitor de Assuntos Estudantis da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Elias de Sousa Oliveira, quase 80% dos alunos contam com três opções de auxílio-moradia: a residência da instituição, apartamentos alugados pela Unila ou bolsa de R$ 300.
Atenção
Conheça alguns cuidados a serem tomados quando procurar um local para morar:
>>> Busque informações sobre a estrutura e o processo de seleção para as moradias universitárias das universidades do seu interesse. Verifique quando as vagas são abertas e prepare-se para cumprir as exigências do edital.
>>> Se morar na residência universitária não for uma opção, comece a procurar uma casa ou um apartamento para alugar o quanto antes. Verifique se no regimento interno não há impedimento de aluguel para estudantes.
>>> Estima-se que 70% da locação de imóveis ocorram entre janeiro e março. Segundo Luiz Valdir Nardelli, vice-presidente de Locações do Secovi-PR, o sindicato das imobiliárias, a vinda de estudantes para Curitiba é grande e a maior procura por imóveis ocorre logo após o resultado dos vestibulares. Por isso, procure garantir o negócio assim que encontrar o espaço que mais agradou.
>>> Tente entrar em contato com outros estudantes que também procuram onde morar, mas não considere apenas a disponibilidade para dividir as contas. Afinidade e estilo de vida também devem ser avaliados antes de dividir o mesmo teto.
>>> Avalie o espaço internamente, mas também conheça a vizinhança, investigue se a localização é segura e o perfil dos outros moradores. Conhecer as regras do prédio é fundamental.



