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Candidato a prefeito do partido Novo, João Guilherme Moraes
Candidato a prefeito do partido Novo, João Guilherme Moraes| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Candidato à prefeitura de Curitiba pelo Novo, partido que participa da disputa majoritária na capital pela primeira vez, Dr. João Guilherme abriu mão de usar recursos do fundo eleitoral e anunciou que vai doar todos os seus salários caso seja eleito. Para ele, o fato de ser um cidadão comum, que jamais ocupou cargo político, o diferencia dos demais candidatos. Anteriormente filiado ao PSC, legenda pela qual chegou ao segundo turno da eleição de 2016 como candidato a vice-prefeito na chapa de Ney Leprevost (PSD), o médico diz ter se decepcionado com a experiência. Voltou a disputar uma eleição agora por ter se identificado com o Novo. Entre suas propostas, está a implantação de um veículo leve sobre trilhos (VLT) na Avenida das Torres, ligando o Aeroporto Internacional Afonso Pena à Rodoferroviária de Curitiba. A poucos dias da votação, a Gazeta do Povo fez três perguntas ao candidato. Confira:

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O que o diferencia dos demais candidatos à prefeitura de Curitiba que o faria ser a melhor alternativa para o eleitor?

Sou um cidadão comum, consciente, não tenho um histórico político, não sou um político profissional. E essa aproximação do cidadão consciente e comum é o que está fazendo falta na política. A gente não ter representantes que sejam de verdade, que sejam transparentes, que enfrentam a dificuldade do dia a dia, tem sido muito ruim. Fora que os políticos profissionais também estão dando péssimos exemplos nos últimos anos. Nos acostumamos com escândalos de corrupção seguidos, e isso acabou causando um afastamento do cidadão comum. Então eu me considero o único que tem essas características, por não ser um político tradicional, por ser de um partido que não usa o fundo eleitoral e por ser um dos que se comprometeu com o corte de privilégios e o único que abriu mão do próprio salário. Sou obrigado a receber, mas todos os meses vou doar os salários para instituições de caridade e organizações sociais que já fazem um trabalho aqui em Curitiba em vários segmentos. Acredito que sou completamente diferente de todos os candidatos.

O senhor vem se apresentando dessa forma, como alguém de fora da política, que é também o que o partido Novo tem buscado representar. Já fez críticas ao fisiologismo partidário e a agentes políticos tradicionais. Mas, apesar de não ter ocupado nenhum cargo eletivo até hoje, o senhor foi candidato a vice-prefeito nas eleições de 2016 por um partido tradicional, o PSC, legenda que já apoiou Collor e Dilma e hoje faz parte da base do Bolsonaro, além de concorrer em uma chapa encabeçada por Ney Leprevost (PSD), um político que podemos chamar de tradicional – já foi vereador, deputado estadual, secretário de estado e deputado federal – e que neste ano apoia publicamente sua candidatura. Na eleição passada, sua coligação incluía ainda partidos de ideologias tão diversas como PSL e PCdoB. Esse histórico não contraria o discurso de nova política?

Não. Na época eu não tinha a opção do Novo. O partido não tinha candidatura majoritária aqui, e eu participei por um convite, porque já tinha desejo de participar e mostrar que é possível fazer uma nova política. Participei, aprendi muito, mas me decepcionei com várias coisas, entre elas isso que você citou. Depois desse período me afastei completamente da vida pública. Não concorri a deputado, que seria a trajetória normal de alguém que quer se tornar político, não tive envolvimento partidário e não ocupei nenhum cargo público. Voltei para minha vida cotidiana normal, de profissional liberal, de médico, de empresário, de pai de família. Tive essa oportunidade, aceitei o convite, aprendi, me decepcionei muito, me afastei completamente desse mundo, e agora estou voltando em um partido que eu acredito, que é o Novo, que tem todas essas prerrogativas. Essa é a verdade e o caminho que eu sempre defendo: falar amplamente e claramente sobre aquilo que eu fiz e aquilo em que eu acredito.

O senhor propõe, caso eleito, a construção de um VLT na Avenida das Torres, ligando o Aeroporto à Rodoferroviária. Um investimento desse porte não poderia ser mais bem aproveitado em outros itinerários dentro da cidade, onde a demanda já tem colocado o sistema de transporte em tendência de colapso?

Esse novo modal não é permitido nas linhas estruturais que já existem porque o contrato vigente com as empresas de ônibus não permite a substituição dos ônibus pelo VLT. A nossa ideia é fazer esse novo modal fazendo a ligação do aeroporto com o Centro da cidade, no leito da Avenida das Torres, que já está preparado, não tem mais as torres, e também, nessa área, promover uma mudança de zoneamento para fazer um adensamento populacional vertical, principalmente voltado ao turismo de negócio: hotéis e centros de convenções. A gente imagina que trazer o desenvolvimento para regiões através de obras de infraestrutura é fundamental. E esse é um modelo que a gente pode fazer. Mais importante do que isso é a gente desenvolver o próximo edital da concorrência pública que vai se encerrar na próxima gestão. Temos dito muito que o próximo prefeito tem que ter coragem para enfrentar essa situação com as empresas de ônibus, disposição física para andar pela cidade e pelos bairros, e vontade. A gente não vê isso no atual prefeito. A gente tem que ter essa disposição de criar novos modais, e o VLT é uma das opções para preparar o novo modelo de contrato a partir de 2024. O que propomos é um processo que tenha concorrência, que hoje em dia não temos – estamos com as mesmas empresas há 30, 40 anos –, integração com outros meios de transporte, bilhete temporal, que não temos, e justamente fazer uma facilitação de outros modais, com bicicleta, como modalidade ativa, e, como outras cidades do mundo já têm feito, a integração com motoristas de aplicativo nas regiões mais periféricas da cidade. Entre esses modais entra também a substituição dos ônibus. Se possível e se o modelo do VLT na Avenida das Torres for economicamente viável e com uma boa apresentação estrutural, nós fazermos a mudança para um modelo mais sustentável como o do VLT, que é sustentável economicamente e ecologicamente também, por causa da emissão de gás carbônico, que é menor.

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