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Maguito Vilela
Maguito Vilela (MDB) foi diagnosticado com Covid-19 em 20 de outubro.| Foto: Divulgação

O candidato Maguito Vilela (MDB) passou para o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Goiânia com 36,02% dos votos válidos, à frente do adversário Vanderlan Cardoso (PSD), que somou 24,67%. Mas não pôde comemorar. Isso porque ele sequer sabe que foi o mais votado no primeiro turno na capital de Goiás.

O ex-governador do estado foi diagnosticado com Covid-19 em 20 de outubro, e está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 27 do mês passado. Na data do primeiro turno, em 15 de novembro, ele precisou ser entubado devido a uma piora pulmonar, e passou a usar ventilação mecânica. Desde então, continua sedado.

Essa não é primeira vez que a equipe médica decide entubá-lo. Em 30 de outubro, Maguito passou pelo mesmo procedimento. Nove dias depois o tubo foi retirado, e ele voltou a respirar espontaneamente.

Com uma nova piora no quadro, além da entubação, em 17 de novembro foi iniciado um tratamento com uma máquina ECMO, que funciona, artificialmente, como os pulmões e o coração. O candidato também precisou fazer hemodiálise para melhorar o funcionamento dos rins.

Segundo o Hospital Albert Einstein, o quadro clínico de Maguito é “estável” e o suporte do ECMO está “em parâmetros mínimos, mantendo um padrão respiratório protetor e satisfatório”. Além disso, o hospital informou que, na terça-feira (24), foi necessária a realização de traqueostomia.

Sem Maguito, horário eleitoral tem depoimentos de eleitores e aliados

Diante dessa situação, internado há praticamente um mês, Maguito pouco participou da campanha. As carreatas passaram a ser lideradas por representantes da chapa e também pelo candidato a vice, Rogério Cruz (Republicanos).

Na propaganda de televisão, muitos depoimentos de cidadãos e eleitores de Maguito, além de outros políticos e aliados, como o deputado federal João Campos (Republicanos/GO) e o prefeito Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB) – a Justiça Eleitoral, inclusive, suspendeu a participação do prefeito da cidade vizinha na campanha por ter ultrapassado o tempo permitido pela legislação.

Até mesmo o atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), que havia dito no primeiro turno que ficaria neutro na disputa pela própria sucessão, optou por entrar na campanha. “E nessa hora, todos nós, lideranças do MDB, deputados, vereadores, devemos elevar o nosso pensamento aos céus e pedir a Deus a recuperação imediata do nosso candidato a prefeito Maguito Vilela, para que essa cidade possa viver esse período tão difícil com confiança absoluta nas suas lideranças”, disse Rezende, em vídeo publicado na última quinta-feira (19).

Saúde de Maguito vira alvo de adversário

A ausência de Maguito até agora não tem atrapalhado o desempenho dele na corrida eleitoral. Além de abrir quase 10% de vantagem no primeiro turno, o candidato aparece à frente de Vanderlan em pesquisas de intenção de voto. De acordo com levantamento do Ibope (veja a metodologia abaixo), divulgado nesta terça (24), Maguito tem 63% dos votos válidos, contra 37% do adversário.

Precisando reverter o jogo, Vanderlan mudou a estratégia para o segundo turno. Antes, havia optado por uma campanha sem ataques e sem usar a doença de Maguito para conquistar votos. Agora, porém, o internamento do adversário virou tema de entrevistas e notas oficiais.

O candidato e senador pelo PSD chegou a insinuar que tanto a coordenação da campanha quanto o filho de Maguito e presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, não estavam sendo transparentes em relação à real condição de saúde do concorrente, e que ela seria mais grave do que aparenta.

“Está muito estranha a divulgação, a forma como eles estão falando dessa doença dele, tentando passar que ele está melhorando. E a gente sabe que a situação é muito complicada”, disse Vanderlan em entrevista à Rádio Sagres, no dia 17 de novembro.

No dia anterior, a campanha do representante do PSD já havia divulgado nota oficial com o mesmo teor, o que foi respondido prontamente pelo MDB de Goiás. “Tentar reverter o resultado eleitoral com disseminação de mentiras sobre a saúde de um ser humano e sobre os princípios e valores de seus familiares, num momento tão delicado como passamos, é algo que não esperávamos de alguém que se diz cristão. É uma face do candidato Vanderlan que desconhecíamos e repudiamos”, diz o comunicado assinado por Daniel Vilela.

O fato é que, desde o dia 16 de novembro, a campanha de Maguito vem divulgando diariamente boletim médico do Hospital Albert Einstein sobre a condição de saúde do ex-governador. Um dos três médicos que assinam os documentos, o pneumologista Marcelo Rabahi, é genro do candidato.

Metodologia da pesquisa citada na reportagem

  • Sob encomenda da TV Anhanguera, o Ibope ouviu 602 eleitores de Goiânia entre os dias 22 e 24 de novembro de 2020. O levantamento tem nível de confiança de 95%, com margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a identificação GO-02435/2020.
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