Os aliados de Jair Bolsonaro (PL) estão confiantes de que o candidato à reeleição pode virar o jogo no segundo turno e vencer a eleição presidencial contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles comemoraram o resultado da votação neste domingo (2) – Bolsonaro somou 43,2% dos votos válidos, contrariando as últimas pesquisas de intenção de voto que apontaram para a possibilidade de haver uma derrota do presidente no primeiro turno.
Para congressistas da base e coordenadores da campanha, o cenário agora está em aberto e com chances significativas de reeleição no segundo turno. "O resultado mostra que é uma eleição muito complicada, difícil... Nós já sabíamos que não haveria possibilidade de uma vitória no primeiro turno, mas estamos confiantes de que, no segundo, vamos conseguir ter o êxito", diz o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), vice-líder do governo na Câmara, que prevê uma vitória "muito apertada".
O deputado considera que as pesquisas "erraram feio" e cita nominalmente os institutos Ipec e Datafolha, que apontavam no sábado (1º) Bolsonaro com 37% e 36% dos votos válidos, respectivamente. Lula aparecia com 51% e 50%, respectivamente.
"As pesquisas não mostraram a realidade, a previsão era que seria muito próxima, pois Lula tem o seu público grande, mas o povo não tem amnésia", afirmou o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM), vice-líder do governo na Câmara.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, que integra a coordenação eleitoral da campanha de Bolsonaro, sugeriu que, no segundo turno, os eleitores de Bolsonaro não respondam aos institutos de pesquisa até o fim da eleição em protesto.
"Assim, ficará desde o início provado que qualquer resultado é fraudulento! Elas erraram absurdamente, criminosamente ou não? Somente uma investigação profunda poderá revelar", declarou Nogueira no Twitter. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, outro integrante da coordenação da campanha, definiu como "vergonha" os resultados das pesquisas de véspera do primeiro turno.
Quais estratégias aliados de Bolsonaro defendem para o segundo turno
Para o segundo turno, aliados entendem que Bolsonaro deva explorar a defesa do legado do governo. Otoni de Paula entende que uma estratégia a ser explorada pela campanha presidencial é intensificar as comparações entre a atual gestão e os governos petistas.
"Agora, nós vamos poder fazer comparação entre os dois governos e aqueles que não conseguiram visualizar isso no primeiro turno vão ter a oportunidade de visualizar agora muito melhor", aposta o deputado reeleito. O aliado também entende que a campanha vai apostar na pauta de costumes para o segundo turno.
O objetivo de aliados é que Bolsonaro também aposte no discurso de condenações de Lula em escândalos de corrupção. "Os outros que não votaram [no presidente] vão querer votar no presidente Bolsonaro para não ter um corrupto de novo na Presidência", disse Alberto Neto.
A perspectiva de aliados é que Bolsonaro também fale mais sobre a recuperação econômica e informe as ações adotadas pelo governo durante a pandemia. A base entende que o segundo turno será uma oportunidade para aproveitar o tempo dividido igualmente da propaganda eleitoral para divulgar tudo o que foi feito pelo governo nos últimos quatro anos.
Metodologia das pesquisas citadas
O Ipec entrevistou 3.008 eleitores entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e está registrada no TSE com os protocolos BR-00999/2022 e BR‐01640/2022.
O Datafolha entrevistou 12,8 mil eleitores entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro em 310 municípios do país. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-00245/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
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