Os movimentos de rua que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) esperam uma participação massiva nos atos pró-governo convocados para este domingo (1º), mesmo dia em que as centrais sindicais preparam uma manifestação em ocasião do Dia do Trabalho, a qual contará com a participação do pré-candidato a presidente pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
As pautas centrais dos atos pró-Bolsonaro são a defesa do governo federal, do indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e do direito à liberdade de expressão. Segundo os principais organizadores – os movimentos "Nas Ruas" e "República de Curitiba" – manifestações ocorrerão em pelo menos 132 cidades, inclusive em 26 capitais. A única capital sem a previsão de reunir manifestantes é Porto Velho (RO).
Segundo organizadores, Bolsonaro comparecerá ao ato marcado em Brasília, mas interlocutores governistas não confirmaram, nem o próprio presidente. Alguns aliados, inclusive, o aconselham a não participar do ato na capital federal.
Neste sábado (30), ele estimulou a participação de seus apoiadores. "A todos vocês que, por ventura, forem às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo, que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição, quero dizer que não abrimos mão da nossa liberdade", disse.
Daniel Silveira, ministros e ex-ministros também devem marcar presença
Outros convidados esperados em Brasília são o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que confirmou sua presença, segundo afirma um interlocutor. É possível que outros ministros e ex-ministros compareçam.
À tarde, Bolsonaro deve falar remotamente aos manifestantes presentes na Avenida Paulista, em São Paulo. A transmissão será feita em um telão e a expectativa é de que Guedes e Damares também estejam com ele e façam o uso da palavra.
Existe a expectativa de que Daniel Silveira e Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, compareçam ao ato na Paulista. Ambos foram convidados e encorajados por parlamentares da base governista a comparecerem e discursarem ao público.
Principal ato será na Avenida Paulista
A expectativa dos organizadores é de que os atos tenham, além do apoio de apoiadores de Bolsonaro, adesão de outros brasileiros que queiram ir às ruas defender o direito à liberdade de expressão. A aposta é de que a Avenida Paulista e Brasília estejam lotadas, bem como outras cidades, diz o empresário Paulo Generoso, criador e coadministrador da página República de Curitiba.
"Teremos um apoio muito grande e muito forte do 'bolsonarismo', do pessoal de direita, conservador, que luta pela democracia, liberdade, e que vai criar essa onda muito forte para este domingo em apoio ao presidente em mais uma festa patriótica", destaca.
Ele diz que o principal palco será, novamente, a Paulista. Os organizadores foram informados de que desembarcarão na capital de São Paulo caravanas de apoiadores de Bolsonaro vindas dos interiores de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O fundador e coordenador do Nas Ruas, Tomé Abduch, afirma que as principais pautas são o apoio à decisão tomada por Bolsonaro em conceder a graça constitucional a Silveira e a defesa à liberdade de expressão. "Cada um poder se expressar e falar o que pensa, claro, sempre de modo elegante, é um ponto muito importante para a nação brasileira que defenderemos", afirma.
Organizadores prometem defesa às instituições e à Constituição
Além de defender o direito à liberdade de expressão e o indulto concedido por Bolsonaro a Daniel Silveira, o Nas Ruas também vai pregar o respeito às instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF), e a defesa da Constituição.
Na visão do movimento, a defesa das instituições e da Constituição é fundamental para o apoio ao indulto concedido por Bolsonaro. "A gente compreende, balizado em depoimentos de juristas no Brasil, como o próprio dr. Ives Gandra Martins, que o decreto é totalmente constitucional", sustenta Abduch.
Ele pondera também que decisões tomadas por ministros do STF ao longo dos últimos anos demonstraram à sociedade um grande sentimento de impunidade, principalmente as sentenças decorrentes de processos da operação Lava Jato, e que a população não aceitaria a derrubada do indulto.
"A partir do momento que o presidente coloca o indulto de maneira muito democrática e dentro da nossa Constituição, o decreto deve ser mantido. Estamos indo às ruas, portanto, para apoiar a decisão tomada pelo presidente Jair Bolsonaro e em apoio à liberdade de expressão", destaca.
O movimento República de Curitiba assegura que as manifestações serão pacíficas. O Nas Ruas endossa a posição e afirma que não serão promovidos ataques às instituições. "Não estamos indo às ruas para causar cisão, baderna e atacar ninguém. Nunca foi, nem será nossa intenção", acrescenta.
Os atos pelo país devem contar com a presença de parlamentares que apoiam Bolsonaro e compõem seus palanques nos estados, embora não haja uma mobilização expressiva para a convocação nas redes sociais dos aliados políticos do presidente.
O deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP) é um dos que marcará presença na Avenida Paulista. Ele endossa o coro dos organizadores de que não defenderá ataques às instituições e avalia que a graça constitucional a Silveira foi bem acolhida, não apenas pela base de eleitores mais fiel a Bolsonaro, mas também por outros perfis. "Colou muito bem na base e atingiu diferentes eleitores, porque tem muita gente descontente com as decisões dos ministros do Supremo", explica.
A expectativa de Tadeu é de que a base governista apoie em peso os atos pelo país. Ele irá à Avenida Paulista e afirma que deixou um convite para Silveira marcar presença. Aliados acreditam que ele participa do ato no Rio de Janeiro pela manhã e embarque na sequência para a capital paulista.
A deputada federal Carla Zabelli (PL) também vai à manifestação na Paulista. Já a deputada federal Bia Kicis (PL) confirmou presença no ato em Brasília. "Daniel [Silveira] se tornou um símbolo da luta pela liberdade, o respeito à democracia e aos processos justos", disse ela em um vídeo de convocação para o ato.
Como os manifestantes podem acompanhar os atos pró-Bolsonaro
Os atos ocorrerão em diferentes horários pelo país. Na capital fluminense, está marcado para às 10h, no Posto 5 de Copacabana. Em Belo Horizonte, começa a partir das 10h, na Praça da Liberdade. Em Vitória, os manifestantes poderão comparecer a partir das 14h, na Praça do Papa.
Na Avenida Paulista, o ato começa às 14h, na esquina com a rua Peixoto Gomides. O evento irá até às 17h, o horário acordado com a Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (ECT).
Em Curitiba, o ato começa às 14h, no Centro Cívico. Em Rio Grande do Sul, a concentração será às 15h, no Parcão. Em Florianópolis, os organizadores apontam dois horários, às 14h e às 16h, ambas na Trapiche Beira Mar.
Em Brasília, a previsão é de início às 10h, no gramado central da Esplanada dos Ministérios. Em Goiânia, a manifestação será acompanhada de uma motocarreta às 9h, na Praça Tamandaré. Em Campo Grande, são esperadas motociata, carreta e manifestação às 9h na Yotedy, Via Park e Praça do Rádio. Em Cuiabá, a previsão é de carreta às 15h, na Praça das Bandeiras.
Em Alagoas, a manifestação será às 9h, na Praça Vera Arruda. Em Salvador, às 9h, no Farol da Barra. Em Fortaleza, às 16h, na Praça Portugal. Em São Luís, às 9h, na Praça Maria Aragão. Em João Pessoa, às 8h30, de Almeidão até Busto de Tamandaré. Em Recife, às 14h, na avenida Boa Viagem. Em Teresina, às 10h, na Ponte Estaiada. Em Natal, às 15h, em Midway. Em Aracaju, uma motocarreata às 14h, nos Arcos da Orla de Atalaia.
Em Rio Branco, a manifestação começa às 14h, na Arena da Floresta. Em Macapá, começa às 15h, na Praça do Forte. Em Manaus, é esperada uma motociata às 16h, da Bola do Produtor até Praia da Ponta Negra. Em Belém, começa às 9h, na Escadinha da Estação. Em Palmas, o ato inicia às 9h, na Praça dos Girassóis. Em Boa Vista, não há informação dos organizadores.
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