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Chapa presidencial de Lula e Geraldo Alckmin será lançada em São Paulo, neste sábado (7)| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O PT e partidos aliados fazem neste sábado (7), em São Paulo, o lançamento da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. O evento terá a presença do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), indicado como vice na chapa petista, e de lideranças de partidos como PSB, PV, PCdoB, Rede, PSol e Solidariedade.

Dentro da cúpula petista, o evento é visto como o pontapé da pré-campanha do ex-presidente. Para evitar falas de improviso, o discurso de Lula vem sendo preparado há semanas pelos integrantes do PT e por políticos aliados, como o próprio Alckmin. O ex-governador paulista participará do evento de modo virtual – ele testou positivo para Covid-19 nesta sexta-feira (6). 

De acordo com articuladores da campanha, a estratégia visa evitar possíveis "gafes" de Lula, como nas recentes declarações sobre temas como o aborto e a guerra na Ucrânia, que causaram desgaste à campanha do petista. Por isso, líderes do partido admitem que o discurso de Lula será uma espécie de manifesto ao Brasil, falando em reconstrução e união nacional.

No entorno petista a avaliação é de que o acirramento da disputa está dado e não há espaço para erros quando a campanha já está nas ruas. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), articulador da campanha de Lula, o grupo não deve cair em "armadilhas" dos adversários.

"Não iremos cair nas cantilenas, nas conversas fiadas deles, para tentar desviar o foco da atenção. Não vamos para essa eleição debatendo crise com o STF, mas vamos para essa eleição conversar com os brasileiros que estão passando fome", defendeu Rodrigues.

Lula quer ampliar apoio à pré-candidatura através de lideranças de outros partidos 

Entre os pontos do discurso, Lula vai dar destaque para a crise econômica, com foco em pautas políticas para os mais pobres. Além disso, o ex-presidente pretende destacar a busca por alianças com partidos e lideranças de centro e a composição de chapa com Geraldo Alckmin. Nomes de partidos como PSD, MDB, Avante e até do Republicanos, que integra a base do presidente Jair Bolsonaro (PL), estão na lista de convidados.

"Estaremos presentes para reforçar, voltar a dizer do nosso apoio, da nossa confiança no projeto do Brasil representado pelo presidente Lula. Fomos convidados para levarmos o renovado abraço e o reiterado apoio que o MDB da Paraíba tem em relação a essa postulação", confirmou o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Oficialmente, o partido do senador tenta viabilizar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) pela chamada terceira via.

Com a divisão no MDB e com as dificuldades de atrair o PSD do ex-ministro Gilberto Kassab para a chapa petista, a campanha de Lula vem buscando lideranças de outros partidos. A estratégia é uma forma de amarrar o apoio informal dessas legendas em diversos estados do país. No Amazonas, por exemplo, Lula terá o apoio do senador Omar Aziz e do vice presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos. Ambos do PSD.

"Ainda que eu possa discordar de muitas questões de costumes, de política e econômicas do presidente Lula, o que está em disputa nesta eleição é o direito de continuar discordando, é o direito de disputar opinião e a pauta política do país", disse Ramos.

De acordo com o deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, essa busca por lideranças já vinha sendo feita e será intensificada com o lançamento da pré-candidatura. "Se os partidos não quiserem, é possível a gente buscar lideranças em cada um dos estados além dos partidos", afirmou.

Lançamento da pré-candidatura de Lula será teste para o novo marqueteiro do PT 

Além dos articuladores da campanha de Lula, o evento de lançamento da pré-candidatura é visto como o primeiro teste para o novo marqueteiro do ex-presidente, Sidônio Palmeira. O publicitário substituiu Augusto Fonseca há cerca de duas semanas depois de uma crise dentro da comunicação do partido.

No palco do evento, a comunicação pretende apostar nas cores da bandeira do Brasil com o vermelho do PT, além da frase "Vamos juntos pelo Brasil". Para gravar as primeiras peças comerciais da campanha, Lula e Alckmin terão destaque no evento, deixando de lado os discursos de dirigentes partidários, deputados e vereadores.

Até o momento, a cúpula do PT ainda não cravou quem será o responsável por coordenar a estratégia de comunicação da campanha. O nome mais cotado é o do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, mas o ex-presidente do PT, deputado Rui Falcão (SP), também tem sido citado por petistas.

De acordo com o PT, são esperadas 4 mil pessoas no evento, que será realizado no Expo Centro Norte, da capital paulista. Diferentemente dos demais eventos em que Lula tem participado, o partido reforçou a segurança do local com credenciamento de todos os presentes e com o uso de detector de metais.

Aliados do ex-presidente admitem que existe uma preocupação com a segurança do petista diante do cenário de polarização da campanha. No mês passado, durante um evento em Brasília, Lula acabou travado no meio dos apoiadores por causa da falta de profissionais de segurança.

Apesar disso, Lula tem dito que não vai moldar a agenda de campanha por questões relativas à segurança. "Eu vou viajar pelo Brasil para conversar com o povo brasileiro. Não vou fazer campanha só pelas redes sociais", declarou recentemente.

Depois do lançamento, Lula e Alckmin vão começar caravana por Minas Gerais 

Com o lançamento da pré-candidatura de Lula, o PT prepara uma agenda de viagens do petista ao lado de Geraldo Alckmin. A primeira parada será em Minas Gerais, onde a dupla pretende fechar o palanque junto ao pré-candidato ao governo do estado pelo PSD, Alexandre Kalil.

Em seguida, Lula e Alckmin também pretendem ir juntos aos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, regiões onde Bolsonaro pontua melhor nas pesquisas. Na segunda quinzena de junho a dupla deve seguir para Pará e Amazonas, na região Norte.

Após esse cronograma, que ainda precisa ser fechado pela coordenação de campanha, a ideia é que Alckmin atue para fortalecer a candidatura de Lula em locais estratégicos, como o interior de São Paulo. Já Lula pretende rodar todos os estados do Nordeste, no intuito de ampliar sua base na região.

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