As eleições de 2022 terminaram neste domingo com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eleito presidente. Lula obteve 50,90% dos votos, contra 49,10% do atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).
Nos governos estaduais, porém, a maioria dos eleitos estava apoiando Bolsonaro. São 13 estados em que candidatos que declararam voto no atual presidente venceram. De outro lado, aliados de Lula ganharam em 10 estados.
O PT foi uma das legendas que mais elegeu governadores, com quatro candidatos vitoriosos – todos no Nordeste. O União Brasil também teve quatro candidatos eleitos em estados do Norte e do Centro-Oeste.
O PSDB, que sofreu a derrota histórica nas eleições de São Paulo, conseguiu conquistar três governos: Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel; Pernambuco, com Raquel Lyra; e Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite. Pernambuco e Rio Grande do Sul estão entre os dez maiores colégios eleitorais do país.
Candidatos que apoiaram Bolsonaro venceram nos três principais colégios eleitorais do país. Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a eleição já havia terminado no primeiro turno, com a vitória de Romeu Zema (Novo) e Cláudio Castro (PL), respectivamente.
Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, quem venceu foi Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura do governo de Bolsonaro.
Tarcísio obteve 55,27% dos votos, contra 44,73% do concorrente, o petista Fernando Haddad. Bolsonaro também venceu em São Paulo: ele teve 55,24%, frente a 44,76% de Lula. A vitória no maior colégio eleitoral do país, porém, não foi suficiente para que o presidente conseguisse se reeleger.
Na região Sudeste, só o Espírito Santo, que reelegeu Renato Casagrande (PSB) com 53,8% dos votos, deu vitória a um aliado de Lula.
No Nordeste, aliados de Lula dominam
Nos nove estados do Nordeste, por outro lado, a predominância é de aliados de Lula. As exceções são Pernambuco e Sergipe. Em Pernambuco, a vencedora, Raquel Lyra (PSDB), se declarou neutra nas eleições presidenciais. Ela concorria contra Marília Arraes (SD), que tinha o apoio do petista.
Em Sergipe, quem venceu foi Fábio Mitidieri (PSD). Ele superou o petista Rogério Carvalho, aliado de Lula. De qualquer forma, Mitidieri sempre se declarou simpático ao ex-presidente.
Além de Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, em que candidatos do PT já haviam sido eleitos no primeiro turno (Elmano de Freitas, Rafael Fonteles e Fátima Bezerra, respectivamente), a Bahia também elegeu um governador da legenda (Jerônimo Rodrigues).
Com o resultado, o PT teve o mesmo desempenho do que nas eleições de 2018 para governador: a legenda conseguiu eleger quatro de seus 13 candidatos a governador. Na última eleição geral, quatro petistas haviam sido eleitos, também em estados do Nordeste.
Lula, que já havia vencido em todos os estados da região no primeiro turno, manteve o desempenho. A maior votação de Lula foi registrada no Piauí, estado em que o petista teve 76,86% dos votos no estado.
Sul, Centro-Oeste e Norte
Nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, por sua vez, a predominância é de apoiadores de Bolsonaro. Dos 14 governadores eleitos nessas regiões, ao menos 10 são favoráveis ao presidente.
Os seguintes estados já haviam escolhido, no primeiro turno, governadores aliados de Bolsonaro: Paraná (Ratinho Jr., do PSD), Goiás (Ronaldo Caiado, do União Brasil), Mato Grosso (Mauro Mendes, do União Brasil), Tocantins (Wanderlei Barbosa, do Republicanos), Acre (Gladson Cameli, do PP) e Roraima (Antônio Denarium, do PP). No Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também foi reeleito na primeira etapa do pleito.
Agora, se somam ao grupo Santa Catarina, que elegeu Jorginho Mello (PL); Amazonas, com Wilson Lima (União Brasil); e Rondônia, com Marcos Rocha (União Brasil).
Em Mato Grosso do Sul, o candidato em quem Bolsonaro declarou voto, Capitão Contar (PRTB), foi superado por Eduardo Riedel (PSDB). Riedel, porém, havia formado uma aliança com Bolsonaro no primeiro turno, ou seja, não era contrário ao presidente.
Dois estados nas três regiões elegeram aliados de Lula: o Pará, com Helder Barbalho (MDB); e o Amapá, com Clécio (SD).
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que foi reeleito, não havia declarado voto em nenhum dos presidenciáveis. Ele venceu Onyx Lorenzoni (PL), que também foi ministro no governo Bolsonaro.
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