O candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticou o que chamou de uso político que vem se fazendo do ataque a tiros ocorrido na segunda-feira (17), durante uma passagem de Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela comunidade de Paraisópolis, na capital paulista.
Segundo o petista, “o bolsonarismo tem feito um uso oportunista” do episódio. “Mais uma vez vai se fazer esse tipo de coisa para se reverter as tendências eleitorais”, disse Haddad, em entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que ainda não é possível determinar se tiroteio está relacionado a um atentado.
Ao ser questionado pela jornalista Vera Magalhães sobre a repercussão do ataque entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o uso do episódio na campanha eleitoral, Haddad afirmou que o próprio Freitas descartou a motivação política no caso.
“Vejo com muita preocupação (o uso político do ataque), porque a minha inclinação inicial em casos como esse é sempre ouvir a autoridade policial. Você tem policiais militares, policiais civis que chegam ao local da ocorrência, fazem uma investigação preliminar”, disse o petista.
“Deram entrevistas, inclusive, sobre o episódio, e afastaram, com alguma reserva, a questão de atentado político, motivação política. Eu mesmo, 13h liguei para o Tarcísio, que me retornou 19h, seis horas depois, devia estar atribulado, e me relatou que ele próprio descartava qualquer motivação política do que teria acontecido lá em Paraisópolis”, declarou Haddad. Em coletiva de imprensa, Tarcísio de Freitas afirmou que foi alvo de intimidação por parte dos criminosos.
“Então eu acho que é um uso que o bolsonarismo está fazendo, um uso oportunista. O fato de já levar para TV, já mudar na Wikipédia o currículo do Tarcísio, já torná-lo uma vítima de um atentado político, eu acho que revela uma pressa que realmente causa uma certa apreensão. Mais uma vez vai se fazer esse tipo de coisa para reverter as tendências eleitorais, tentar nacionalizar o problema. Eu vejo com muita preocupação”, disse Haddad.
O petista afirma ainda que esse tipo de ação coloca em risco a vida dos candidatos, pois pode estimular novos atentados. “Esse tipo de atitude põe em risco a vida do Tarcísio e a minha, porque quando você estimula esse tipo de compreensão da realidade, você faz com que algumas pessoas, e você não pode contar com a sanidade de todos os habitantes", afirmou.
"Eu não ando, por exemplo, com segurança armado. Eu não ando com um policial militar a paisana, nem me foi oferecido policial militar a paisana, como foi oferecido para ele (Tarcísio). Eu tenho segurança, mas eu faço questão de não andar com segurança armado. Então isso coloque em risco a integridade dos candidatos. A partir do momento que você faz um tipo de alarme dessa natureza, de forma oportunista, para tentar ganhar algum dividendo eleitoral, isso é muito preocupante”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo.
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