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Deputada Geovânia de Sá, da Mesa Diretora da Câmara, não foi reeleita; Já Lincoln Portela (em pé), vice-presidente, conseguiu renovar o mandato graças ao desempenho de outros nomes do partido| Foto: Agência Câmara

A abertura das urnas no último domingo (2) repetiu um quadro registrado em eleições anteriores: a reeleição de deputados federais que são expoentes na Câmara, mas que não se consagram como "campeões de votos". Dos 20 deputados líderes de seus partidos na Câmara que concorreram à reeleição, nenhum foi o primeiro colocado de seu estado. E apenas sete ficaram entre os dez mais votados de suas localidades.

Dezoito destes líderes partidários conseguiram a reeleição. Outros dois foram derrotados: Bira do Pindaré (PSB-MA) e Lucas Vergílio (Solidariedade-GO). E dois concorreram a outros cargos. O líder do Novo, Tiago Mitraud (MG), foi candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Felipe d'Ávila, que ficou em sexto lugar no primeiro turno. E o líder do Avante, Sebastião Oliveira, concorre a vice-governador de Pernambuco, na companhia de Marília Arraes (Solidariedade), que ficou em primeiro lugar no primeiro turno e na segunda metade da votação disputa com Raquel Lyra (PSDB).

O líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), também não despontou na votação: foi o 14° mais votado em seu estado, com 107.022 votos.

Tampouco tiveram desempenho expressivo os componentes da Mesa Diretora da Câmara, que são quem faz a administração da Casa. À exceção do presidente Arthur Lira (PP-AL), o candidato mais votado em Alagoas, nenhum dos demais integrantes da cúpula da Câmara pegou o "top 10" de seu estado.

Lincoln Portela (PL-MG), vice-presidente da Câmara, recebeu apenas 42 mil votos e foi reeleito por conta das sobras do coeficiente eleitoral. O quadro foi parecido com o de Luciano Bivar (União Brasil-PE), primeiro secretário da Câmara, que foi reeleito, mas ficou fora da lista dos 20 mais votados. Já Geovânia de Sá (PSDB-SC), terceira secretária da Câmara, não conseguiu se reeleger.

Na mão oposta, alguns estados tiveram entre os mais votados políticos que nunca exerceram mandato no Congresso ou que, durante a atividade na Câmara, não ocuparam funções formais de liderança ou não se destacaram nas articulações da Casa. É o caso da deputada mais votada do Rio de Janeiro, Daniela do Waguinho (União Brasil), e do mais votado na Bahia, Otto Alencar Filho (PSD).

Alguns estados consagraram estreantes na Câmara como os mais votados. Foi assim em Minas Gerais, com Nikolas Ferreira (PL); São Paulo, com Guilherme Boulos (Psol); Paraná, com Deltan Dallagnol (Podemos); Maranhão, com Detinha (PL); e Amazonas, com Amom Mandel (Cidadania).

Líderes bem votados em 2022

O líder partidário que ficou na melhor colocação na disputa eleitoral de 2022 foi Elmar Nascimento (União Brasil), o segundo mais votado da Bahia. Ele recebeu 175.439 votos.

Dois líderes foram os quartos colocados em seus estados: Reginaldo Lopes (PT-MG) e Antonio Brito (PSD-BA). Outros dois ficaram na quinta colocação: André Fufuca (PP-MA) e Altineu Cortes (PL-RJ).

Isnaldo Bulhões Junior (MDB) foi o sexto mais votado em Alagoas e Fred Costa (Patriota), o sétimo colocado em Minas Gerais.

Maia e Temer: influentes na Câmara, mas ruins de voto

Ex-presidente da Câmara e deputado federal por mais de 20 anos, Rodrigo Maia (PSDB-RJ) é um exemplo de político que vivia um contraste entre sua trajetória no Congresso e seu desempenho nas urnas.

Maia foi presidente da Câmara por cinco anos – o mais longo mandato da história recente do Brasil – e também presidiu o DEM, partido que foi extinto após a fusão com o PSL para a formação do União Brasil. Foi também líder do DEM na Câmara.

No entanto, em raras ocasiões teve votação expressiva. Nas eleições de 2010, 2014 e 2018 não ficou entre os mais votados do Rio. Em 2018, chegou a ser lançado pelo DEM como pré-candidato à Presidência da República, mas o projeto foi descartado justamente pelo desempenho ruim que ele registrava nas pesquisas de intenção de voto. Maia também fracassou quando se candidatou à prefeitura do Rio de Janeiro, em 2012. Ele recebeu menos de 3% dos votos válidos.

Também ex-presidente da Câmara, Michel Temer (MDB-SP) vivia situação parecida. Na última vez em que concorreu a um mandato de deputado federal, em 2006, foi apenas o 54° mais votado no estado.

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