Entre os 30 eleitos neste domingo (2) para a bancada do Paraná na Câmara dos Deputados, mais de dois terços apoiaram a candidatura à reeleição do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que agora trabalha pela vitória de Jair Bolsonaro (PL) na disputa de segundo turno pela presidência da República contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reconduzido ao Palácio Iguaçu com uma votação expressiva, Ratinho Junior teve a candidatura respaldada por uma ampla aliança, formada por 11 legendas (Republicanos, MDB, Solidariedade, PL, PSD, União Brasil, PMB, PP, AGIR, PROS e PTB). Na nova bancada do Paraná, 21 dos 30 deputados federais eleitos pertencem ao PSD de Ratinho Junior ou a alguma sigla que o apoiou durante a campanha eleitoral.
Governo Lula x Governo Bolsonaro
Apesar deste desenho, certamente favorável a Ratinho Junior, nem todos os 21 nomes estão naturalmente afinados com Bolsonaro. O próprio PSD do governador reeleito não apresentou candidatura própria ao Planalto, nem fez alianças no plano nacional. Formalmente, levando em consideração apenas as alianças feitas na campanha nacional e a despeito de eventual infidelidade partidária, a nova bancada do Paraná tem oito deputados federais ligados ao ex-presidente Lula e oito ligados ao atual presidente Bolsonaro. Os outros 14 estão filiados a partidos que, no primeiro turno, não apoiaram nem Bolsonaro, nem Lula, ou lançaram seus próprios candidatos na disputa.
Na bancada do Paraná, os oito aliados formais de Lula são os petistas Gleisi Hoffmann, Carol Dartora, Zeca Dirceu, Enio Verri e Tadeu Veneri, além de Aliel Machado (PV), Luciano Ducci (PSB) e Toninho Wandscheer (Pros). Já entre os oito aliados formais de Bolsonaro estão três integrantes do PL (Filipe Barros, Giacobo e Vermelho), quatro filiados ao PP (Tião Medeiros, Pedro Lupion, Ricardo Barros e Dilceu Sperafico) e um do Republicanos, Diego Garcia.
Mas, entre os 14 deputados federais eleitos pelo Paraná que não pertencem a siglas formalmente ligadas a Bolsonaro ou a Lula na campanha de primeiro turno, há um notório bolsonarista, o Sargento Fahur (PSD), e outros dois que frequentemente carregam a bandeira anti-PT, como Deltan Dallagnol (PODE) e Felipe Francischini (União). Os demais são: Beto Preto (PSD), Sandro Alex (PSD), Delegado Matheus Laiola (União), Sérgio Souza (MDB), Paulo Litro (PSD), Leandre (PSD), Luísa Canziani (PSD), Luiz Nishimori (PSD), Geraldo Mendes (União), Beto Richa (PSDB) e Padovani (União).
A costura feita por Lula no primeiro turno das eleições inclui dez legendas. São duas federações (PT, PCdoB e PV e também Psol e REDE), além do Solidariedade, PSB, Agir, Avante e Pros. Já a aliança em torno de Bolsonaro tem, além do PL, o PP e o Republicanos.
Na nova Câmara dos Deputados, eleita no domingo (2), o PL de Bolsonaro se tornou o maior partido político, com 99 deputados federais eleitos, entre 513 nomes. A segunda maior bancada é da Federação PT, PCdoB e PV, ligada ao ex-presidente Lula, com 80 parlamentares eleitos.
Fragmentação partidária reduziu
Em relação às eleições de 2018, a fragmentação partidária na Câmara dos Deputados reduziu, e isso também foi observado na bancada do Paraná. De acordo com levantamento feito pela Agência Câmara, das urnas de 2018 saíram políticos de 30 partidos diferentes – com o resultado das urnas de 2022, serão 23 partidos diferentes abrigando deputados federais a partir do ano que vem. As eleições de 2022 formaram uma bancada do Paraná com filiados a 12 legendas diferentes – em 2018, eram 16 legendas diferentes.
Das 12 legendas, o PSD é quem tem mais filiados na bancada do Paraná: serão sete parlamentares a partir do ano que vem. O PT vem em seguida, com cinco nomes eleitos. O União Brasil e o PP têm, cada um, quatro filiados. E o PL tem três nomes.
Todos os demais partidos presentes na bancada estão com apenas um representante: PV, MDB, PSB, Pros, Republicanos, PSDB e PODE. No caso do PV, embora representado apenas pelo deputado federal reeleito Aliel Machado, a sigla integra uma federação, ao lado de PT e PCdoB.
Menos mulheres
Na contramão do desenho geral da Câmara dos Deputados, a bancada feminina foi reduzida no Paraná. Nas eleições de 2018, dos 30 integrantes da bancada paranaense, cinco eram mulheres: Christiane Yared, Leandre, Aline Sleutjes, Gleisi Hoffmann e Luísa Canziani. No pleito de 2022, foram eleitas quatro mulheres: Leandre, Gleisi e Luísa Canziani se reelegeram e a vereadora de Curitiba Carol Dartora saiu vitoriosa nas urnas.
Christiane Yared fez 31.188 votos e não conseguiu se reeleger deputada federal. Já Aline Sleutjes tentou a vaga do Paraná no Senado, e acabou derrotada.
Na Câmara dos Deputados, serão 91 mulheres a partir do ano que vem, entre 513 parlamentares. O número aumentou na comparação com 2018, quando foram eleitas 77 mulheres no total.
Baixa renovação
Outra novidade que as urnas de 2022 trouxeram à bancada do Paraná foi a baixa renovação. Dos 30 deputados federais eleitos neste domingo (2), 19 já exercem mandato na atual legislatura na Casa. Nas eleições de 2018, das 30 vagas, 15 tinham sido conquistadas por políticos que já estavam por lá.
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