O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB), declarou apoio e voto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, em uma entrevista nesta quarta-feira (19) à GloboNews.
A declaração vem dias depois de Jair Bolsonaro (PL) afirmar, no debate da Band, que ele seria o responsável pela criação das chamadas emendas de relator, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”, enquanto estava no comando da casa entre os anos de 2019 e 2021.
“As minhas divergências são profundas [com Bolsonaro], é óbvio que meu voto estará no outro campo, daquele que não é o presidente Bolsonaro. Será, depois de 33 anos, a última vez que votei no [ex] presidente Lula foi em 1989, será mais uma vez naquele que eu acredito que vai afirmar os valores democráticos, preservar o nosso meio ambiente e, principalmente, olhar para os mais pobres”, disse.
Além desta crítica mais recente, Maia também divergiu de Bolsonaro em vários momentos nos primeiros anos de gestão, como impasses na votação da reforma da Previdência e do pacote anticrime do então Ministro da Justiça, Sérgio Moro. Os mandatários do Executivo e do Legislativo chegaram a trocar farpas levando para o lado pessoal, em uma relação conturbada até o fim da legislatura de Maia.
Mais recentemente, Rodrigo Maia também divergiu do apoio do correligionário Rodrigo Garcia a Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo no segundo turno da eleição, chegando a pedir demissão do cargo de Secretário Estadual de Projetos e Ações Estratégicas do atual governador que concorreu à reeleição. Garcia terminou a disputa em terceiro lugar com 18,40% dos votos, atrás de Tarcísio, com 42,32%, e Fernando Haddad (PT), com 35,70%.
O futuro do PSDB
Sete meses depois de se filiar ao PSDB após ser expulso do DEM, Rodrigo Maia disse também que o partido vai precisar conversar com outras legendas para não esbarrar na cláusula de barreira nas próximas eleições. Isso porque a agremiação elegeu 13 deputados federais, mas escapou de perder recursos dos fundos partidário e eleitoral após fechar uma federação com o Cidadania, que elegeu apenas cinco parlamentares. Somados, os dois partidos elegeram 18 deputados, sete acima do limite estabelecido pela regra, que deve ser mais rigorosa na próxima eleição.
“Olhando o PSDB no parlamento de hoje, é natural que se exista a necessidade de uma reorganização do PSDB e de suas forças numa aliança com outros partidos. Espero uma reaproximação com o MDB e outros partidos que tenham sinergia histórica, apesar da própria origem do PSDB ser uma ruptura lá atrás do antigo PMDB. Mas, o MDB do deputado Baleia Rossi é o que está se modernizando, dele e da Simone [Tebet], eu acho que seria uma boa conversa”, disse.
Momentos depois, Rodrigo Garcia confirmou que o PSDB deve passar por uma reorganização interna independente de quem for eleito à Presidência da República nesta eleição. O partido liberou seus filiados a apoiar quem quiserem neste segundo turno.
Rodrigo Maia afirmou, ainda, que a rusga criada com Rodrigo Garcia não será suficiente para fazê-lo trocar de partido mais uma vez, mas que irá deixar as atividades políticas de lado para atuar na iniciativa privada.
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