O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a disputa das eleições neste ano está bastante favorável para sua reeleição. Segundo o presidente, que busca um novo mandato, os atos de 7 de setembro e a receptividade do público durante os comícios que tem realizado em várias partes do país é um sinal de que a população apoia seu governo e que, se sua vitória não for confirmada logo no primeiro turno, “algo de estranho” acontece no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As declarações foram feitas no domingo (18), durante entrevista para o SBT, diretamente de Londres, onde o presidente brasileiro participou do cerimonial fúnebre para a rainha Elizabeth II. Ao ser questionado se pretende costurar algum tipo de apoio com Ciro Gomes ou outros candidatos, no caso de um segundo turno, Bolsonaro se mostrou confiante com sua reeleição.
“Eu digo, se eu tiver menos de 60% dos votos, algo de anormal aconteceu no TSE, tendo em vista obviamente o data povo, que você mede pela quantidade de pessoas que não só vão nos meus eventos, bem como nos recepcionam ao longo do percurso até chegar ao local do evento. Estive ontem (sábado) em Garanhuns, terra onde nasceu o Lula, e a receptividade foi excepcional. As imagens bem demonstram o que aconteceu, como no 7 de Setembro, que curiosamente o TSE falou que não pode divulgar imagem”, disse o presidente, lembrando ainda a multidão que acompanhou os atos do dia 7 de setembro em Brasília e no Rio de Janeiro.
“Eu convoquei a população para as ruas, se viu não só na Praça dos Três Poderes, como em Copacabana, como na Paulista, um mar de pessoas como nunca visto na história do Brasil. É sinal que a população está conosco, nos apoia, entende que nós passamos dois anos difíceis com a pandemia, onde a economia do mundo todo teve problemas sérios, a nossa não. Então esse reconhecimento é a certeza que a gente vai estar no caminho certo e vai ter uma votação majoritária agora dia 2 de outubro. Quem quiser me apoiar a gente conversa, vamos deixar pra quando acabar o primeiro turno, ver se já não liquido a fatura no dia 2”, afirmou Bolsonaro.
Perguntado sobre a razão de acreditar em uma vitória tão ampla, logo no primeiro turno das eleições, Bolsonaro afirmou que esse é o sentimento das ruas e criticou apoiadores de seu principal adversário na disputa eleitoral. “É o sentimento das ruas, você vê os movimentos do Lula, do PT, não vai ninguém, e esse ninguém é 3, 4, 5 mil pessoas, e mesmo assim você vê na periferia 50, 100, 200 ônibus, é tudo gente que vai pra lá em troca de dinheiro, e não estão empolgados com a eleição do Lula. Nós atendemos a todos no Brasil, independente do poder aquisitivo”, disse o presidente.
Campanha eleitoral na Inglaterra
Durante a entrevista, Bolsonaro negou ainda que usou sua passagem por Londres para fazer campanha eleitoral e afirmou estar cumprindo seu papel institucional. "Quem está falando que eu estou fazendo campanha política é você. Se eu não venho, tenho crítica. Se eu venho, tem também. Estou aqui exercendo um papel institucional. O Brasil é uma grande potência. Já somos agora, ganhamos algumas posições, a 10ª maior economia do mundo. Há interesse por parte do Reino Unido um contato conosco", afirmou.
No domingo, durante sua ida ao funeral da rainha Elizabeth II, o presidente da República foi recepcionado por centenas de apoiadores e fez um discurso da sacada da casa do embaixador brasileiro na capital inglesa. Aos gritos de "mito", o presidente voltou a repetir que vai ganhar a eleição no primeiro turno. Bolsonaro também fez um vídeo comparando o preço da gasolina brasileira com o combustível em Londres.
Discurso na Assembleia da ONU
Na terça-feira (20) o presidente Jair Bolsonaro discursará na 77ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. A campanha espera que os compromissos no exterior transmitam a Bolsonaro uma imagem de prestígio enquanto chefe de Estado e candidato à reeleição, a despeito de serem agendas do presidente da República. Ao SBT, Bolsonaro adiantou o tom de seu discurso nos EUA.
"Pretendo falar alguma coisa sobre energia limpa, no caso hidrogênio verde, em especial o nosso nordeste, uma potência. O Brasil, alem do agronegócio, além de alimentar mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo, abriu-se uma porta enorme nas eólicas ditas "offshore", ou seja, os nossos cataventos na costa do Brasil, em especial do nordeste. Temos um potencial pra 50 Itaipu Binacional. O Brasil é isso, um país enorme que, no meu entender sempre, não foi muito bem administrado no passado", disse.
Liberdade de imprensa
Ao ser questionado sobre hostilidades sofridas por alguns jornalistas e parte dos veículos da imprensa por apoiadores, o presidente criticou parte da mídia e afirmou que as mídias sociais são uma libertação das pessoas. Bolsonaro disse ainda ser contra qualquer tipo de censura.
“Hoje em dia com as midias sociais, uma espécie de libertação das pessoas. Temos sim muitas empresas de rádio, TV, jornais, que vendem a verdade pra população. Mas a grande imprensa, que é aquela conhecida por todos, faz um papel exatamente antagônico a esse. Em momentos como esse, o povo, quando vê alguém com aquele símbolo, passa a criticar. Faz parte da regra do jogo. Pelo que vi, ninguém foi agredido. Palavras são palavras”, afirmou o presidente.
“Eu quero que vocês continuem livres, né. Se critica muito a imprensa, é natural as críticas, mas esse governo nunca ameaçou vocês de controle social ou de democratização da mídia. Nós sabemos como isso começa e como termina. A imprensa tem o seu papel, até quando critica, quando as vezes se excede. Tudo bem, faz parte da regra do jogo. Mas vocês calados são péssimos para a democracia”, concluiu Bolsonaro.
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