O último debate promovido pela TV Globo entre os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (3), foi marcado por um tom mais elevado entre os participantes do confronto. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na tarde desta quinta, há um empate triplo numericamente entre os candidatos Mauro Tramonte (Republicanos), Bruno Engler (PL) e o atual prefeito Fuad Noman (PSD).
Os três aparecem com 21% das intenções de voto no cenário estimulado, quando os nomes são apresentados previamente para escolha do eleitor. Ausente nos debates anteriores, o prefeito Noman, que tenta a reeleição, marcou presença no embate da TV Globo, que também contou com a participação de Engler, Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Tramonte e Rogério Correia (PT).
Tramonte deixou de lado o tom ameno que vinha adotando na campanha e teceu críticas, em vários momentos, ao atual prefeito, como ao citar a troca de secretários da Educação que, desde o início da gestão de Noman, em 2022, já teve cinco gestores.
Rogério Correia aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, citar as alianças de Tramonte com o governador Romeu Zema (Novo), que tem sua ex-secretária de Gestão, Luísa Barreto (Novo), como vice na chapa de Tramonte. Correia também criticou a atuação do candidato do Republicanos na Assembleia Legislativa. “O candidato Tramonte faltou a um terço das sessões e votou 300% de aumento para o governador Zema e não explica isso” atacou, durante o debate em BH.
Noman mirou sua artilharia em Engler e questionou a deputada federal Duda Salabert sobre os projetos do candidato do PL, aos quais nomeou de transfóbicos. Salabert preferiu adotar um tom mais ameno, sem atacar Engler, mas disse que prefere discutir problemas da cidade, como o mapa da fome. No final, a candidata do PDT emendou: “O senhor citou o Bruno Engler, mas sancionou uma lei que proíbe pessoas trans para entrarem nos banheiros; eu, por exemplo, não posso usar”, comparou.
Noman chama ditadura militar de “revolução” e Engler repete gesto de Marçal
Ao responder a deputada federal Duda Salabert sobre sua atuação no Exército durante o período militar, o prefeito de Belo Horizonte classificou a ditadura como uma “revolução”. “O que eu quero dizer claramente é que minha história é limpa, não tem nada. Se você for olhar toda a história da revolução você não vai ver meu nome em lugar nenhum, porque eu nunca participei de nenhum evento que pudesse ser de ditadura, de algum ataque”, pontuou Noman.
Outro ponto de tensão durante o debate em BH foi entre Engler e Correia, candidato do PT, que tem utilizado os confrontos para nacionalizar os temas. O candidato petista questionou Engler, perguntando como ele resolveria o problema de saneamento básico, "se você só cria encrenca com o governo federal?".
Engler citou então o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e disse que terá uma relação diplomática com o presidente Lula. Correia aproveitou para provocar o deputado estadual do PL, que, anteriormente, havia respondido uma pergunta sobre a vacina da Covid-19. " Nem para tomar uma vacina de Covid ele serviu. No Brasil, 700 mil pessoas morreram por causa desse tipo de comportamento, esse sim, imbecil", atacou o petista.
Engler, por sua vez, sugeriu que Correia usa uma "substância que rima com cloroquina" e fez o mesmo gesto que o candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) utilizou para insinuar que Guilherme Boulos (PSol) usaria cocaína.
Metodologia da pesquisa citada: 1.120 entrevistados pela Datafolha entre os dias 1 e 3 de outubro de 2024. A pesquisa foi contratada pela Folha de S. Paulo e pela Rede Globo. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº MG-03960/2024.
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