A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), foi reeleita no segundo turno das eleições municipais 2024, realizado neste domingo (27). Ela derrotou a ex-deputada federal Rose Modesto (União-MS) e vai governar a capital do Mato Grosso do Sul pelos próximos quatro anos. O resultado da eleição em Campo Grande foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por volta das 17h54, com 98,39% das urnas apuradas.
Com 100% das urnas apuradas, Adriane Lopes ficou com 222.699 votos, 51,45% dos votos válidos. Ela derrotou sua adversária Rose Modesto (União), que ficou com 210.112 votos, 48,55% dos votos válidos.
Adriane Lopes repetiu o desempenho obtido no último dia 6, quando o resultado da apuração nas urnas a colocou como primeira colocada entre sete candidatos nas eleições de Campo Grande – e então protagonizou o único segundo turno com duas candidatas mulheres entre todas as capitais brasileiras.
O perfil das candidatas ao segundo turno em Campo Grande
Paranaense de Grandes Rios, no Vale do Ivaí, Adriane Lopes é formada em Direito e Teologia, com especialização em Administração Pública e Gerência de Cidades. Vice-prefeita em duas gestões, ela assumiu o Executivo municipal em abril de 2022.
Na prefeitura de Campo Grande, atuou na criação de projetos como o Centro de Recuperação Minha Esperança, para tratamento contra as drogas, Unidos pela Fé, de atendimento jurídico, odontológico e médico para pessoas em condição de vulnerabilidade, entre outros.
Professora de formação, Rose Modesto atuou em escolas da rede pública de Campo Grande entre os anos de 2000 e 2008. No ano seguinte, foi eleita vereadora pelo PSDB e ocupou uma cadeira na Câmara Municipal por seis anos, entre 2009 e 2014.
Nas eleições gerais daquele ano, foi eleita vice-governadora do Mato Grosso do Sul pelo PSDB, cargo que ocupou entre os anos de 2015 e 2018. No Parque dos Poderes, foi secretária de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho. No fim do mandato, foi eleita deputada federal, ainda pelo PSDB.
Campanha do segundo turno em Campo Grande foi marcada por apoios e ataques
Na campanha do segundo turno em Campo Grande, as duas candidatas seguiram por caminhos opostos. Rose Modesto atacou a atual gestão e destacou problemas da cidade. Um dos pontos abordados pela campanha da candidata foi o temporal que atingiu a capital sul-mato-grossense no último 9 de outubro.
“Todo ano Campo Grande passa por alagamentos e enchentes, mas esse ano bastou uma única chuva e entramos em estado de calamidade. Ou melhor, as pessoas enfrentaram a calamidade sozinhas porque sequer um aviso para as pessoas se prepararem para a chuva a prefeitura foi capaz de entregar. As obras de drenagem prometidas não foram feitas e o asfalto parece uma folha de papel, é só molhar que se desfaz”, criticou ela.
Adriane Lopes destacou, no contato com eleitores nas redes sociais, os apoios políticos recebidos durante a campanha. Além do governador Eduardo Riedel (PSDB) e da senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), ela divulgou vídeos de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sobre os estragos das fortes chuvas que atingiram a cidade, a candidata à reeleição criticou a adversária, ex-vereadora de Campo Grande, dizendo que “se hoje as chuvas ainda causam estragos em Campo Grande, antes era muito pior”.
Após o resultado das eleições em Campo Grande, os desafios para a nova gestão municipal
A infraestrutura urbana, motivo de embate entre as candidatas no segundo turno, é um dos desafios para a nova gestão da prefeitura de Campo Grande. Além disso, de acordo com um ranking elaborado pela Gazeta do Povo com base em dados de várias fontes oficiais, a capital do Mato Grosso do Sul tem índices baixos de saneamento básico, principalmente as ligações de esgoto, que tiveram uma nota 6,7 em uma escala que vai de 1 a 10.
A segurança pública é outro ponto de atenção para a prefeitura, uma vez que o alto índice de homicídios no município fez com que Campo Grande ficasse com uma nota 5,8, na mesma escala. A educação, que leva em conta as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o índice de alfabetização dos estudantes, recebeu uma nota 7,5.
A saúde em Campo Grande, de acordo com o ranking da Gazeta do Povo, merece atenção especial na próxima gestão. No cálculo são levadas em conta informações como o número de médicos e leitos hospitalares disponíveis na rede pública, além da ocorrência de mortes por causas evitáveis. Neste quesito, a capital sul-mato-grossense ficou com uma nota 6,1.
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