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Debate Curitiba RPC
Eduardo Pimentel e Cristina Graeml participaram do debate da RPC em Curitiba.| Foto: Gustavo Ribeiro

Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD) se encontraram na noite deste sexta-feira (25) pela última vez antes da votação do segundo turno das eleições 2024, marcada para o domingo (27). O debate da RPC foi o mais tenso de todos os realizados no pleito atual em Curitiba, com acusações, ataques, indiretas e perguntas sem resposta. Palavras como “mentira”, “calúnia”, “difamação” e “agressão” foram repetidas exaustivamente, em todos os quatro blocos do debate mediado pelo jornalista Wilson Soler.

O debate em Curitiba, aliás, começou antes mesmo dos candidatos se dirigirem ao estúdio. Pimentel, que chegou minutos antes da adversária, foi enfático: “Não vou deixar nenhuma agressão sem resposta”. E foi além. “Curitiba não será governada por esse tipo de gente”, lançou. Enquanto terminava de falar, Graeml entrava no mesmo ambiente. Seguiu na mesma linha, já de ataque: “O eleitor viu a enxurrada de calúnias, um ventilador de calúnias sendo disparada contra mim”. Separados por pouco mais de 15 metros, era visível a tensão pré-debate.

Já no estúdio, no debate de fato, o primeiro bloco de tema livre começou com Graeml dizendo que está lutando contra as “armadilhas do sistema” e que toda a máquina “está unida contra uma única pessoa, uma mulher”. Ela, aliás, afirmou que será a primeira mulher prefeita de Curitiba e que o atual vice-prefeito “não aceita que uma mulher assuma a prefeitura”. E ainda perguntou sobre como a mãe de Pimentel, Isabel Pimentel, falecida há oito anos, se sentiria com isso.

Pimentel respondeu pedindo para que “não traga a memória da minha saudosa mãe”. E aproveitou para acusar a adversária de agredir a família dele na propaganda eleitoral e no “submundo da internet”.

“Imaginou se esse tipo de vídeo aparece no celular do meu filho mais velho?”, questionou. “Não sei quando você deixou de ser jornalista, de falar verdades. Jornalista com fake news é como motorista na contramão”, prosseguiu.

Transporte coletivo entra novamente no debate em Curitiba

O principal tema do segundo turno, que contrapôs as duas campanhas, foi o transporte coletivo. Não ficaria de fora do debate da RPC em Curitiba. O atual vice-prefeito questionou sobre a proposta de Graeml de cobrar a passagem de acordo com a quilometragem rodada pelo usuário, afirmando que o preço ficaria mais caro, especialmente para os curitibanos que moram mais afastados da região central.

A candidata do PMB acusou o oponente de disseminar mentira sobre o assunto e prometeu que vai baixar a tarifa, inicialmente de R$ 6 para R$ 5,75. "Vamos retirar do preço da passagem os 4% que o usuário paga para a Urbs como taxa de administração". E complementou dizendo que a Urbs tem muitos apadrinhados políticos "ganhando salários exorbitantes para não fazer nada".

Pimentel, por sua vez, afirmou que é preciso responsabilidade para tratar do assunto e que não é possível ficar fazendo promessas sobre redução do preço da passagem sem conhecer o orçamento da cidade.

Segundo ele, será necessário esperar a nova concessão do transporte coletivo de Curitiba, previsto para setembro de 2025. "Aí sim vamos baixar o preço da passagem, com a otimização de linhas e fortalecimento da integração". Ele comentou que a prefeitura contratou o BNDES para fazer um estudo sobre a modelagem do novo contrato e que isso será fundamental para melhorar a qualidade do transporte na cidade e diminuir o preço da passagem.

Saúde: fila das consultas especializadas e vacinação contra Covid

O tema da saúde foi levantado em alguns momentos do debate, especialmente a fila de consultas e procedimentos especializados, que passa atualmente de 200 mil pessoas, de acordo com dados oficiais da prefeitura. Graeml questionou Pimentel: "por que a prefeitura não resolve?". De acordo com ela, o caminho inicial é contratar laboratórios particulares para "atender a demanda absurda de pacientes esperando" e depois construir um centro diagnóstico por imagem.

Pimentel também propôs a construção de centro de diagnóstico. Questionado por que não fez isso em oito anos de mandato junto com o prefeito Rafael Greca (PSD), o candidato respondeu que a prefeitura fez outras realizações na saúde, como a construção de unidades básicas e instalação de atendimento odontológico nesses equipamentos.

Ainda na saúde, Pimentel escolheu o tema da vacinação de Covid-19 entre os predefinidos pela organização do debate para criticar a escolha de Raissa Soares como futura secretária de Saúde caso Graeml seja eleita — ela ficou conhecida como "Doutora Cloroquina" —, acusando-a de não seguir a ciência e falando que a prefeitura “trabalhou com muita força em cima da ciência e com muita responsabilidade” ao distribuir as vacinas.

Graeml disse que nunca foi contra a vacinação e explicou que tomou duas doses da vacina, assim como o marido e os filhos, mas que não tomou mais vacinas porque leu os contratos com as farmacêuticas que as “isentavam de responsabilidade”.

“Quando descobri isso, parei de tomar as doses”, disse. Ela falou que seguirá as determinações do governo federal sobre o assunto, mas que não obrigará ninguém a se vacinar.

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