Na noite desta quinta-feira (3), a TV Verdes Mares realizou o último debate eleitoral antes do primeiro turno das eleições municipais 2024, com os seis candidatos à prefeitura de Fortaleza. Transmitido ao vivo, o evento, moderado pelo jornalista Leal Mota Filho, trouxe à tona propostas e embates entre os postulantes ao cargo.
Confira a cobertura completa sobre as eleições em Fortaleza
Os candidatos presentes foram André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União), Evandro Leitão (PT), George Lima (Solidariedade), José Sarto (PDT) e Técio Nunes (Psol). O debate foi marcado principalmente por críticas à atual gestão do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), com ênfase nas áreas de saúde, limpeza e infraestrutura urbana.
Psol e PT fazem dobradinha e criticam gestão do PDT
Logo no primeiro bloco, quando foram abordados temas como educação, taxa do lixo e saúde, os candidatos do PT e do Psol fizeram uma "dobradinha" para falar sobre propostas para a saúde e desferir críticas à administração de Sarto. Em resposta ao questionamento do candidato do Psol, o petista afirmou que vai priorizar a saúde mental, reabrir os atendimentos de emergência que foram fechados e entregar o hospital da mulher. Técio Nunes, por sua vez, afirmou que acabaria com os "esquemas das OSs".
A dobradinha se repetiu no quarto bloco, quando Leitão questionou Nunes sobre emprego e renda em Fortaleza. O candidato do Psol então defendeu criar "food parks" e capacitar a juventude em áreas com potencial de crescimento na cidade, com a elaboração de um plano para formação na tecnologia do hidrogênio verde.
No segundo bloco, os temas abordados, escolhidos por sorteio, foram meio ambiente, saneamento básico, infraestrutura, Guarda Municipal, cultura e creches. Fernandes questionou Leitão sobre o acesso à rede de esgoto, afirmando que 46% da população de Fortaleza está desassistida. Em resposta, Evandro Leitão defendeu fazer parcerias com o governo do estado e com o governo federal, ambos sob a gestão do PT, para universalizar o acesso ao saneamento básico.
Quando questionado sobre saneamento básico, o prefeito Sarto, por sua vez, chamou os adversários que criticaram sua gestão de "despreparados". Referindo-se às propostas de parceria com o governo federal e com o governo do estado do Ceará, Sarto afirmou que "quando você vai votar, você não vai votar no Lula não, vai votar no prefeito". Leitão conta com o apoio do presidente Lula (PT), do governador do estado, Elmano de Freitas (PT), e do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), em sua campanha.
Capitão Wagner conseguiu um direito de resposta em relação à afirmação de George Lima (Solidaridade) sobre ele ter colocado a população na "mão de bandidos" durante o motim realizado pela Polícia Militar em 2020. Em resposta, o candidato do União afirmou que estava lutando pelos direitos trabalhistas dos policiais.
Capitão Wagner e André Fernandes fazem as pazes no debate à prefeitura de Fortaleza
O debate à prefeitura de Fortaleza foi marcado por um momento de reconciliação entre os candidatos do PL e do União. Capitão Wagner pediu desculpas ao adversário político por ter passado boa parte da campanha atacando o rival, reconhecendo "exageros".
Em outro bloco, em um momento posterior ao primeiro pedido de desculpas, André Fernandes afirmou que, como cristão, perdoava Capitão Wagner e também pediu desculpas por ter se excedido.
CPI do narcotráfico é tema de acusações entre candidatos
No início do debate entre os candidatos de Fortaleza, o candidato do PL acusou Leitão por não ter concordado e não assinado, em 2018, na Assembleia Legislativa do Ceará, o requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico.
O tema veio novamente à tona no último bloco quando Fernandes, ao perguntar sobre segurança pública para Sarto, afirmou que o atual prefeito "faz parte do mesmo grupo político do candidato Evandro Leitão" e insistiu para que Sarto explicasse o posicionamento na CPI, acusando-o de ter retirado a assinatura da CPI por medo das facções.
O prefeito Sarto, por sua vez, não respondeu à pergunta de Fernandes e o acusou de ter destruído a carreira de uma jornalista, ter votado contra a igualdade salarial entre homens e mulheres e ter afirmado que feminicídio não existe.
André Fernandes também foi acusado pelo candidato do Psol de "esconder Bolsonaro" de sua campanha. "É preciso coragem para bancar suas contradições. Cadê o Bolsonaro na sua campanha, André? Isso porque ele está orientado por pesquisas e por briefing de marqueteiros que sabem que a maioria da população de Fortaleza rejeita o Jair Bolsonaro", afirmou.
Como funcionou o debate à prefeitura de Fortaleza
A participação de cada um foi definida por critérios como representantes de partidos com pelo menos cinco parlamentares no Congresso Nacional ou que tenham atingido, ao menos, 10% nas pesquisas eleitorais mais recentes.
O debate da TV Globo foi dividido em quatro blocos. O primeiro trouxe apresentações iniciais e perguntas com tema livre, enquanto o segundo e o quarto blocos alternaram temas sorteados. O terceiro voltou ao formato de perguntas com tema livre, garantindo que os candidatos tivessem a oportunidade de escolher os tópicos que julgavam mais importantes.
Os candidatos tiveram 30 segundos para formular perguntas, dois minutos para respostas, além de 1 minuto e 15 segundos tanto para a réplica quanto para a tréplica. As questões tocaram em temas como segurança pública, saúde, educação, e desenvolvimento econômico, evidenciando divergências ideológicas e propostas distintas para o futuro da capital cearense.
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