O debate com os candidatos à prefeitura de Goiânia (GO) foi marcado pelo tom morno entre os candidatos e a discussão de propostas para a cidade. A polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) também foi destaque no embate entre o concorrentes ao Executivo municipal. O encontro foi realizado pela TV Anhanguera, afiliada da TV Globo.
Participaram do programa os seguintes candidatos: Adriana Accorsi (PT), Fred Rodrigues (PL), Matheus Ribeiro (PSDB), Rogério Cruz (Solidariedade), Sandro Mabel (União Brasil) e Vanderlan Cardoso (PSD). O mediador foi o apresentador Luciano Cabral. Os candidatos debateram sobre diversos temas, como Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura.
O debate iniciou com o acirramento entre Matheus Ribeiro e Mabel. O candidato do PSDB questionou o candidato do União sobre a experiência de gestão e aproveitou para criticar os demais adversários. "Se o PT assumir, será uma tragédia. Se o Mabel ganhar, fará negócios. Mabel, diga para nós o que você tem tão especial, de tão diferente, para garantir que a cidade vai melhorar de fato, caso você seja prefeito?", indagou Ribeiro.
Em resposta, Mabel destacou sua idade em comparação à do adversário. "A minha experiência de 52 anos, quando você não tinha nem nascido eu já fazia gestão; fui treinado todos esses anos para fazer gestão. Eu administrei muitas coisas. As coisas que eu administrei andaram bem, cresceram e se desenvolveram", reforçou Mabel.
Candidata do PT defendeu combate às drogas e fortalecimento da polícia
Ainda no primeiro bloco do debate entre candidatos de Goiânia, Fred Rodrigues questionou Adriana Accorsi sobre o combate às drogas, lembrou o discurso do vereador Fabrício Rosa (PT) na Câmara Municipal, quando ele defendeu a legalização da maconha. "Como a senhora combateria essas pessoas? Querem legalizar as drogas, não só a maconha, dentro do seu próprio partido."
Em resposta, Accorsi, que é delegada da Polícia Civil, divergiu da postura petista clássica e defendeu investimentos para o combate ao tráfico e a valorização da Guarda Municipal. "Gostaria de dizer que tenho uma história, que mostra meu trabalho e minha trajetória. Dentro de nosso programa de governo, temos um capítulo especial de segurança pública, que tem previsto o combate ao tráfico de drogas e prevenção ao consumo de drogas."
Polarização também marcou debate de Goiânia
Além das críticas feitas por Fred Rodrigues a Adriana Accorsi, Matheus Ribeiro questionou o fato de a candidata estar "escondendo" o Partidos dos Trabalhadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de sua campanha. "A senhora esconde o PT, tem vergonha do 13, sequer cita o número na sua música de campanha, por não querer dizer quem é seu aliado", apontou o candidato do PSDB. Em reposta, Accorsi respondeu que pretende governar a capital com apoio do governo.
Em outro momento, Fred Rodrigues questionou a abstinência da deputada após o veto de Lula em partes do projeto que criou a Lei Nacional da Polícia Civil. Trechos sobre concessão de licenças, aposentadoria integral e indenizações foram retirados pelo chefe do Executivo. "A senhora até se posicionou, ficou indignadíssima com esse veto do presidente Lula, que não garantiria esse direito a esses policiais. Só que na hora de aparecer para votar, para derrubar o veto, a senhora não foi. O pessoal da nossa Guarda Civil Metropolitana pode esperar também esse mesmo tipo de ausência e de abstinência sua na hora de defender os direitos deles?", questionou Rodrigues.
Na réplica, a candidata do PT negou a acusação e disse que votou a favor da Polícia Civil. "É muito importante que a pessoa seja bem informada quando vem caluniar as outras, porque isso foi uma mentira do senhor candidato. Eu votei, sim, nesta votação e votei a favor da Polícia Civil", disse a petista.
O atrito entre os dois concorrentes continuou quando a candidata acusou o oponente de desinformação e má-fé. Em determinado momento, questionou os meios pelos quais o candidato do PL se sustenta. "O senhor em que trabalha? Em que o senhor é formado? Qual a experiência do senhor com trabalho de cidadão, de ser humano, como o senhor vive, como paga suas contas?", questionou a petista. O candidato do PL disse que começou a trabalhar desde cedo na empresa dos pais, de venda de telecartões.
Políticas paras as mulheres se destaca no debate
As propostas para a valorização das mulheres também se destacaram entre o primeiro e o segundo bloco do debate entre os candidatos a prefeito de Goiânia. O prefeito Rogério Cruz perguntou para Fred Rodrigues quais projetos ele tinha para o público feminino. "Hoje, 74% dos servidores públicos da prefeitura são mulheres. E, dessa quantidade, 47% de mulheres têm curso de nível superior. No caso do senhor sendo eleito, o que o senhor faria para que essas mulheres continuassem atuando numa gestão com dignidade?", questionou o gestor.
Em resposta, Rodrigues criticou o inchaço da prefeitura e afirmou que dará condições de oportunidade para todos os servidores com a criação de uma secretaria voltada para o empreendedorismo. "E a gente quer enxugar um pouco essa máquina. Não é questão de demitir, mas questão de readequar para que trabalhe de forma muito mais eficiente. Mas uma secretaria a gente vai criar: a Secretaria do Empreendedorismo, da parceria público-privada. A igualdade de oportunidade nós teremos em Goiânia, através da valorização do empreendedor", disse Rodrigues.
Em seguida, no segundo bloco, o tema sorteado também foi políticas públicas voltadas para as mulheres. Indagado por Mabel sobre o assunto, Rogério Cruz destacou que a prefeitura investiu em iluminação pública e câmeras nos ônibus para reforçar a seguranças das mulheres.
"Até o final deste ano, desta minha gestão, nós estamos trocando todos os mais de 192 mil pontos de iluminação em Goiânia para a lâmpada LED. Isso traz segurança para todos os cidadãos, principalmente para as mulheres que circulam na nossa cidade. Além disso tudo, a segurança no transporte público, todas as unidades de ônibus que estão chegando na cidade de Goiânia vêm com câmeras internas para trazer segurança para todos os passageiros, mas principalmente para as mulheres, que são muito assediadas, muitas vezes, em transporte público", disse o prefeito.
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