O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, afirmou nesta segunda (7) que o governo reconhece o avanço dos partidos do Centrão no primeiro turno das eleições municipais deste ano, mas negou que haja uma relação direta com um possível cenário para 2026.
A declaração ocorreu após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e líderes do governo no Congresso mais cedo, em que foi discutido o balanço da eleição e a pauta prioritária do Planalto para a volta aos trabalhos do Legislativo.
“Tentam fazer uma relação direta entre o que é o resultado da eleição municipal com a eleição nacional, que nunca existiu no Brasil. Não existe essa relação direta”, disse a jornalistas.
O primeiro turno das eleições municipais, realizadas neste domingo (6), mais de 155 milhões de brasileiros votaram para escolher prefeitos e vereadores em mais de 5,5 mil municípios. Legendas ligadas ao Centrão, como MDB, PP, PSD, União Brasil e PL se consolidaram como as mais votadas, especialmente no número de vereadores eleitos.
Padilha, no entanto, minimizou esse avanço e apontou uma tendência que já vinha desde as eleições municipais de 2020, quando partidos de centro e centro-direita avançaram.
“Reconhecemos um crescimento de partidos que compõem o centro, que já tinham crescido em 2020, crescem agora nesta disputa municipal também e são partidos que apoiam o governo, que estão no governo”, disse.
O ministro ainda destacou que a “frente ampla” que apoia o governo Lula, formada por partidos de diferentes espectros políticos, inclusive de direita, avançou mais do que o esperado.
Ele citou como exemplo a reeleição de Eduardo Paes (PSD) à prefeitura do Rio de Janeiro, que venceu o candidato Alexandre Ramagem (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outro destaque mencionado foi a vitória de João Campos (PSB) em Recife, que derrotou Gilson Machado (PL), ex-ministro de Bolsonaro.
Mas, Padilha também reconheceu que candidatos da direita seguem com força no cenário político, especialmente em cidades onde a disputa vai para o segundo turno. Nas capitais, o PT de Lula não conquistou nenhuma no primeiro turno, e disputará diretamente com o PL de Bolsonaro em duas – Cuiabá (MT) e Fortaleza (CE).
“Sabemos da força dessa extrema-direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora, acreditamos que, no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar, inclusive, essas lideranças de extrema-direita”, concluiu o ministro.
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