Cícero Lucena, candidato do PP, foi reeleito ao cargo de prefeito de João Pessoa (PB) no segundo turno das eleições municipais 2024, realizadas neste domingo (27). No dia 1º de janeiro de 2025, ele assume aquele que será o quarto mandato dele à frente da capital. Lucena venceu nas urnas o candidato Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Com 100% das urnas apuradas, Lucena registrou 63,91% dos votos válidos (258.727); já Queiroga teve 36,09% dos votos válidos (146.129), segundo a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A vitória de Lucena confirmou a vantagem alcançada por ele na largada inicial: no primeiro turno, realizado no dia 6 de outubro, ele chegou a 205.122 votos válidos (49,16%). Queiroga, por sua vez, obteve então 90.840 votos (21,77%). Em João Pessoa, o primeiro turno foi marcado pela abstenção de mais de 100 mil eleitores, representando 19,28%.
Na campanha, Lucena teve o apoio do governo Lula, por meio do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que gravou vídeo pedindo voto no prefeito. Por sua vez, o candidato do PL apostou na nacionalização como estratégia de campanha no segundo turno, recebendo a visita de Bolsonaro e o apoio de políticos como o senador Sergio Moro (União Brasil).
Quem é Cícero Lucena
Lucena tem 67 anos e é engenheiro civil por formação. Ele está no terceiro mandato como prefeito da capital da Paraíba, tendo sido eleito para o cargo pela primeira vez em 1996 e reeleito logo depois. A experiência de Lucena na política inclui os anos de 1991 a 1994, quando foi vice-governador da Paraíba durante o governo de Ronaldo Cunha Lima. Naquele ano, então, Lucena assumiu o cargo de governador do estado.
Também foi secretário de estado; senador por oito anos, com mandato finalizado em 2015; e ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Nas eleições municipais de 2024, Lucena candidatou-se pela coligação "João Pessoa no caminho certo", composta pelos partidos PP, PDT, Aavente, Solidariedade, Mobiliza, DC, Agir, PSD, Republicanos e PSB. O vice dele na chapa é Leo Bezerra, do PSB.
Lucena recebeu o montante de R$ 4.397.400,00 para a campanha eleitoral, a maior parte da direção nacional do PP. Ele é apoiado pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB). No segundo turno, recebeu o apoio do presidente estadual do MDB na Paraíba, senador e vice-presidente do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT).
Quem é Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga, de 58 anos, é médico formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro de março de 2021 a dezembro de 2022. Esta foi a primeira vez que ele concorreu a um cargo eletivo, tendo destacado a experiência de pouco menos de dois anos no governo federal e o apoio do ex-presidente como principais estratégias de campanha.
Também foi apoiado pelo partido União Brasil, presidido pelo senador Efraim Filho; por Pedro Cunha Lima, ex-presidente do PSDB na Paraíba; e pelo deputado federal Ruy Carneiro (Podemos), que foi um dos candidatos à prefeitura e ficou em terceiro lugar, com 16,71% dos votos.
Queiroga se candidatou pela coligação "Pra mudar João Pessoa de verdade", composta pelos partidos PL e Novo. O vice na chapa dele é o pastor Sérgio Queiroz (Novo). O candidato recebeu R$ 4.958.503,50 para a campanha, a maior parte da direção nacional do PL.
Operação da PF movimentou eleição em João Pessoa
A uma semana do primeiro turno, a Polícia Federal (PF) prendeu a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena. Ela ficou detida temporariamente na Penitenciária Júlia Maranhão. A prisão ocorreu no âmbito da operação Território Livre, que investiga suspeitas de aliciamento violento de eleitores e a atuação de uma organização criminosa nas eleições municipais.
Em posicionamento público após a deflagração da ação policial, Cícero Lucena classificou a prisão da esposa como “política” e afirmou que as investigações comprovarão a inocência dela. Ele também declarou, na ocasião, estar sendo alvo de “um ataque covarde e brutal, ardilosamente planejado por seus adversários às vésperas da eleição”.
Durante a campanha, vereadores ligados ao prefeito e à primeira-dama foram alvos de operação da Polícia Federal que investigava o aliciamento violento de eleitores. Lauremília foi presa no dia 28 de setembro e dois dias depois teve a prisão preventiva convertida em medidas cautelares, por decisão da juíza Maria de Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa.
Após o resultado das eleições em João Pessoa, os desafios da cidade
João Pessoa ficou em 12º lugar entre as 27 capitais brasileiras no ranking das melhores cidades para se viver no país, elaborado pela Gazeta do Povo. Na lista geral, a capital paraibana ficou na 1.121ª posição entre os mais de 5,5 mil municípios.
Números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostram a cidade com o ensino fundamental com média abaixo da nacional. Entre os desafios que o prefeito precisará enfrentar também está o combate à pobreza. De acordo com o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, mais de 46% dos moradores da região da Grande João Pessoa encontram-se em situação de miséria.
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