A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste sábado (28), Lauremília Lucena, esposa do atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP). A primeira-dama é alvo de mandado de prisão expedido pela Justiça Eleitoral em uma investigação contra o aliciamento violento de eleitores e organização criminosa nas eleições da capital paraibana.
A secretária de Lauremília também foi detida. Ainda neste sábado, ambas passaram por audiência de custódia e ficarão presas no Presídio Júlia Maranhão. No local já se encontra presa a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), detida em fase anterior da Operação Território Livre, da PF.
O nome da primeira-dama passou a ser investigado após a Polícia Federal identificar supostas relações com outros investigados, que a apontaram como responsável por decidir sobre a indicação de cargos na prefeitura de João Pessoa. A suspeita é que grupos que mantêm controle sobre comunidades carentes da capital de Paraíba facilitavam o acesso ao interior das comunidades com promessa de cargos em eventual vitória no pleito.
A filha de Lauremília, que ocupava o cargo de secretária executiva de Saúde em João Pessoa, também foi presa neste ano na Operação Mandarem, que investiga relação entre um grupo criminoso que teria indicado cargos para secretarias da Prefeitura da capital.
O prefeito Cícero Lucena, que tenta a reeleição, divulgou nota neste sábado em que responsabiliza adversários na disputa eleitoral pela prisão da esposa (veja abaixo). Em pesquisa recente da Quaest, divulgada no último dia 17, o mandatário registrou 49% da preferência do eleitorado, seguido de Ruy Carneiro (Podemos), com 14%; Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL), ambos com 11%.
Veja a nota de Cícero Lucena na íntegra:
“O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, foi alvo de mais um ataque covarde e brutal, ardilosamente arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição, envolvendo sua família.
Com sua liderança consolidada em todas as pesquisas, que indicam vitória já no primeiro turno, seus opositores, nos últimos dias, disseminaram boatos pela cidade sobre uma nova operação. A operação realizada hoje, portanto, já era prevista e foi recentemente denunciada no plenário da Câmara dos Deputados pela deputada federal Eliza Virgínia, que alertou publicamente sobre o uso político de instituições com o objetivo de influenciar a campanha eleitoral em João Pessoa.
Na imprensa, nossos adversários divulgaram versões fantasiosas e inverdades com o intuito de manchar a honra de uma mulher íntegra, respeitada e querida pelo povo paraibano. Lauremília não teme as investigações e, na justiça, demonstrará que é vítima de uma grave perseguição política, orquestrada pelos adversários de Cícero, que claramente utilizam sua influência para esse fim.
Trata-se de uma prisão política. Lauremília tem residência fixa e jamais se recusaria a prestar depoimento ou esclarecer quaisquer fatos. Houve o uso de força desproporcional, já que ela sequer foi convocada para prestar depoimento. Claramente, os adversários de Cícero estão utilizando todos os meios para conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa.
Lauremília tem uma vida limpa, é uma benfeitora na cidade e do Estado. Ela provará sua inocência, sendo mais uma vítima de injustiça, assim como Cícero também foi.
João Pessoa não pode e não vai retroceder. As injustiças que, mais uma vez, atingem Cícero Lucena e sua família não ficarão impunes. A campanha continuará nas ruas para mostrar que nenhuma força política está acima de Deus e da vontade soberana do povo”.
Metodologia da pesquisa citada
852 entrevistados pela Quaest entre os dias 14 e 16 de setembro de 2024. A pesquisa foi contratada pela Televisão Cabo Branco Ltda/TV Cabo Branco. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº PB-09810/2024.
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