Dos 20 prefeitos de capitais brasileiras que buscam a reeleição em 2024, metade conseguiu a vitória no primeiro turno e outros seis prefeitos seguem na disputa por mais quatro anos de mandato no segundo turno das eleições. Além disso, quatro prefeitos foram derrotados nas urnas neste domingo (6).
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) foi reeleito sem sobressaltos e dará início ao quarto mandato à frente da capital fluminense. Paes conseguiu reunir nove partidos e a Federação PT-PCdoB-PV pela reeleição, além de alianças com políticos aliados, que estão filiados nos partidos da principal chapa de oposição ao prefeito, entre eles, o senador Romário (PL) e o deputado federal conservador Otoni de Paula (MDB).
Sob a tutela do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassb, Paes escolheu um vice-prefeito dentro do próprio partido, apesar da frente de partido pela reeleição, o que é visto como a sinalização que o prefeito pode deixar a gestão carioca para disputar o governo do estado em 2026, que pode ter até uma revanche contra Alexandre Ramagem (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, caso o deputado federal seja escolhido para concorrer ao Palácio Guanabara.
O PL também conseguiu reeleger no primeiro turno os prefeitos João Henrique Caldas, o JHC, em Maceió (AL), e Tião Bocalom, em Rio Branco (AC). A reeleição de JHC com 83,25% dos votos teve o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), como aliado e um apoio mais tímido de Bolsonaro. Mesmo assim, JHC é uma das principais apostas do PL para a disputa dos governos estaduais no país.
“O cenário é muito claro: a direita e a centro-direita saíram fortalecidas nas capitais. A exceção é Recife, no Pernambuco, onde a votação de João Campos (PSB) foi absolutamente significativa. Nas outras, percebemos que a centro-direita e direita liquidando a fatura no primeiro turno ou indo com grande chance para o segundo turno”, observa Lucas Zandona, cientista político e professor da Estácio Belo Horizonte.
O prefeito de Recife foi reeleito com mais de 78% dos votos e aparece com um dos principais nomes da esquerda para a disputa de governos estaduais em 2026. “Isso nos dá um cenário do que pode acontecer nas eleições gerais em dois anos. Ou seja, prevalece esse antagonismo muito forte entre o lulismo e entre o bolsonarismo, ou dito de outra forma, entre a esquerda e a direita no Brasil”, pontua Zandona.
Das 15 capitais brasileiras onde acontecem a disputa pelo segundo turno, o PT disputará apenas em quatro cidades. Em Cuiabá (MT) o confronto será entre Abílio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT); em Fortaleza (CE) André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT); em Natal (RN) a disputa será entre Paulinho Freire (União Brasil) e Natália Bonavides (PT) e Porto Alegre (RS) entre o prefeito Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT).
Prefeitos mal avaliados não conseguiram se reeleger
Em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) disputa o segundo turno com Bruno Engler (PL), que teve mais votos que o atual mandatário da capital mineira ao contar com ex-presidente Bolsonaro como padrinho. Desconhecido do eleitor belo-horizontino, Noman só cresceu após o início da propaganda eleitoral de rádio e TV e o "voto útil" da esquerda, que viu as candidatuas do PT e PDT derreterem durante a campanha, também pesou na ida do prefeito ao segundo turno. Mas, outros prefeitos de capitais não conseguiram a administrar a falta de popularidade ou a rejeição do eleitorado local, o que provocou a resposta do cidadão nas urnas.
Em Belém, o atual prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) recebeu pouco mais de 78 mil votos e terminou a disputa do primeiro turno com 9,78% dos votos válidos. Outro exemplo é o candidato à reeleição em Teresina, no Piauí, Dr. Pessoa (PRD). Ele obteve apenas 2,21% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar nas urnas, obtendo apenas 10.131 votos.
“Para mim é apenas continuísmo, sem mudança da cabeça do eleitor. Contudo, podemos afirmar que os municípios ficaram mais “conservadores”, considerando a vitória da direita nas capitais”, diz cientista político.
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