Hingo Hammes (PP) venceu as eleições municipais em Petrópolis (RJ), no segundo turno realizado neste domingo (27), quando superou o concorrente ao cargo, Yuri Moura (Psol).
Com 100% das urnas apuradas, o resultado terminou com Hammes tendo 74,74% dos votos válidos (108.306). Já Moura ficou 25,26% dos votos válidos (36.611), conforme divulgação oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nas eleições de 2020, Hammes foi o quarto vereador mais votado da cidade e assumiu a gestão da prefeitura em janeiro de 2021 após ser eleito presidente da Câmara Municipal, por causa do afastamento do prefeito eleito Rubens Bomtempo (PSB) por determinação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). O vereador retornou ao Legislativo em dezembro daquele ano após 11 meses e 17 dias como prefeito interino.
Yuri Moura foi o vereador mais votado nas eleições na cidade serrana em 2020. Candidato a prefeito pelo Psol, ele é professor de história e gestor público especialista em gestão de cidades. A trajetória política começou no movimento estudantil e aos 16 anos, Yuri fundou a Juventude do PT em Petrópolis.
Empossado após resultado no TSE, prefeito fica fora do 2º turno das eleições em Petrópolis
O atual prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, não conseguiu chegar ao segundo turno por uma diferença de 843 votos na disputa pela vaga com o candidato Yuri Moura. A apuração dos votos do primeiro turno terminou com Hammes na liderança com 49,96% dos votos válidos. Em número absoluto, o vereador foi escolhido por 78.734 eleitores, enquanto Yuri teve 28.001 votos ou 17,77% da preferência do eleitorado.
Candidato à reeleição, Bomtempo buscava o quinto mandato, mas teve 17,23% dos votos válidos. O ex-prefeito venceu as eleições municipais de 2020, mas não tomou posse no dia 1º de janeiro do ano seguinte por causa de uma condenação por improbidade administrativa em 2019. O caso de Bomtempo foi julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro de 2021. Por 4 a 3, a Corte anulou a decisão e determinou a imediata posse do prefeito eleito nas urnas.
Apesar do alinhamento com o governo Lula, que tem como vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o prefeito declarou neutralidade no segundo e a executiva municipal do partido liberou os filiados para os votos nos dois concorrentes. Bomtempo administrou a cidade nos seguintes mandatos: de 2001 a 2004; de 2005 a 2008; de 2013 a 2016 e entre 2021 e 2024.
Após os resultados das eleições em Petrópolis, os desafios da gestão municipal
A região serrana do estado do Rio de Janeiro é palco das maiores tragédias climáticas do país. A cidade histórica de Petrópolis tem mais de 300 mil habitantes e foi atingida por fortes chuvas em 15 de fevereiro de 2022, quando 253 pessoas morreram durante a enxurrada que devastou o município com consequências na infraestrutura.
Depois da maior tragédia da história do município, Petrópolis passou a contar com sirenes para avisar os moradores sobre a tempestades com potenciais para desastres naturais, principalmente em áreas de risco. O alto déficit habitacional na cidade ainda é consequência do evento climático há mais de dois anos. Antes da tragédia, a demanda já era de 12 mil moradias.
Petrópolis é o 57º município entre as 100 melhores cidades do Brasil para se viver, de acordo com o ranking da Gazeta do Povo. A nota geral da cidade serrana foi de 6,88, média da pontuação de dados coletados em diferentes áreas, como educação, segurança pública, economia, infraestrutura, cultura e saúde.
Na infraestrutura, a nota de Petrópolis foi de 7,1, sendo que a pontuação leva em consideração aspectos como esgoto, abastecimento e aglomerados urbanos. De acordo com o levantamento, a rede de esgoto recebeu nota 7,5 e o sistema de abastecimento atingiu 8,2 pontos. O desempenho nos dois itens ficou abaixo da média das 100 primeiras cidades do ranking.
Além disso, os indicadores apontam para 15% de aglomerados subnormais, de acordo com dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, após o desastre climático em 2022, a tendência é de aumento no número de ocupações irregulares e de casas construídas em áreas de risco.
O histórico de tragédias também tem consequência na economia local. Segundo a lista da Gazeta do Povo, a economia da cidade recebeu a nota de 4,8, resultado do impacto das chuvas no comércio municipal e nos serviços da cidade turística, construída como destino de veraneio de Dom Pedro II, que teve um palácio como residência na serra fluminense.
Entre 11 e 12 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio de Janeiro foi atingida pela maior catástrofe climática da história do país, que impactou 17 municípios. Se considerados os desaparecidos, o número de vítimas ultrapassa a marca de 1 mil nas cidades mais atingidas pela enxurrada que formou um mar de lama em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Oficialmente, foram 918 mortes.
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