O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, encorpa a campanha sem tempo de TV e rádio, sem fundo partidário ou coligação. O empresário foi a surpresa na pré-campanha e tem disputado a preferência do eleitorado conservador paulistano.
Em entrevista à Gazeta do Povo - concedida antes do debate na TV Cultura, no qual Marçal foi agredido por uma cadeira, jogada pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) -Marçal disse não guardar mágoas por não ter subido no carro de som com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manifestação do último 7 de Setembro. E pareceu premeditar o que viria: questionado sobre qual seria o tom do próximo debate eleitoral, Pablo Marçal então respondeu: "Guerra, tiro, porrada e bomba".
Todos os candidatos à prefeitura de São Paulo foram convidados pela Gazeta do Povo para entrevista.
Confira abaixo a íntegra da entrevista com o candidato Pablo Marçal
O que diria ao eleitor que simpatiza com o senhor, mas teme a sua falta de experiência como gestor público?
Pablo Marçal: Eu sou quem mais geriu negócios, quem mais geriu crises, quem mais fez riqueza, quem mais pagou impostos, mais do que todos eles somados; quem mais construiu o prédio e casa, quem mais fez loteamento, quem mais sabe mexer com a vida real. A única coisa que eu não sou é funcionário público. Me dando a chance de ser funcionário público é uma questão de ajuste de conduta e lógica de uma máquina pública, não tem dificuldade nenhuma em ajustar isso.
Por que o senhor acredita que parte da imprensa o trata de forma negativa?
Existe um consórcio na imprensa financiado por alguns meios. Dá para ver a distorção dos jornalistas, numa ponta, dizem uma coisa e depois os editores acabam distorcendo. Um exemplo real é que fui ovacionado por 99% das pessoas na Bienal do Livro. Sou escritor e já publiquei mais de 60 livros. Mas a notícia no Globo foi que eu causei tumulto e que as pessoas estavam me xingando. Ou seja, a mídia, de modo geral, não está comprometida com a verdade. Eu respeito a imprensa e o jornalismo, mas o que me incomoda é a militância dentro do jornalismo.
Eu respeito a imprensa e o jornalismo, mas o que me incomoda é a militância dentro do jornalismo.
Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo
O senhor foi acusado de focar sua campanha em cortes para as redes sociais e de apresentar poucas propostas. Como responde a essas críticas?
Quem quiser ver minhas propostas é só acessar minha rede social, "pablomarcalporsp" no Instagram, ou entrar no site do TRE e baixar o plano de governo, que tem 99 páginas.
Recentemente, o senhor trocou farpas com o governador Tarcísio, que afirmou: "O Pablo é a porta de entrada para o Boulos". Como avalia essa declaração? Caso eleito, como será sua relação com o governador?
Minha relação com ele é boa. Ajudei na eleição, gosto muito dele, mas isso é desespero eleitoral. Ele quer ressuscitar um morto chamado "Bananinha", que é o atual prefeito, e está desesperado. Mas depois do dia 6 de outubro, tudo volta ao normal.
Como o senhor avalia a eleição até agora? Concorda que os debates têm trazido mais ataques do que propostas?
Isso depende do perfil de cada um. Tem um delinquente, tem um que vai ser preso ano que vem por desviar dinheiro de creche, que está sendo investigado pela Polícia Federal, tem esquema com ônibus e o PCC, tem um apresentador que está ali por aventura, tem o para-choque de comunista. Não dá para esperar um debate de alto nível. Para isso, é preciso ter pessoas nobres. É normal, está seguindo a lógica.
Em uma entrevista, o senhor disse que, em alguns momentos, foi preciso agir como um idiota para se tornar conhecido. Ainda pensa assim?
Vai depender do que vier, porque as regras dos debates estão sempre mudando. Estou aqui para representar o povo, mas não vou deixar que montem no meu lombo.
O senhor pretende triplicar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana, que tem cerca de 7,5 mil guardas, para algo em torno de 21 mil. Como planeja realizar isso e de onde virá o financiamento?
Pablo Marçal: Depois que eu fui para El Salvador fazer um intercâmbio com o ministro da Justiça, vi que lá está com 695 dias sem homicídio. Eles fizeram uma guinada e mudou a realidade do país. Na minha volta, decidi estender a operação Delegada, aumentar a bonificação desses policiais, estender para a Polícia Civil e chamar apenas os que passaram em concurso público e remunerar melhor os GCMs. A política pública precisa desse dinamismo, de ver o que pode ser ajustado e fazer as mudanças necessárias. Vamos aumentar a operação Delegada.
Então, o senhor desistiu da ideia de triplicar o efetivo da GCM?
Não desisti, melhorei. Desistir é para os fracos. O que fiz foi aprimorar a ideia após ouvir o primeiro país do mundo que está há quase dois anos sem nenhum homicídio.
Sobre sua viagem a El Salvador, acreditava-se que o senhor se encontraria com o presidente, o que não ocorreu. Qual foi o objetivo da visita?
Deixei marcado para falar com ele [presidente] logo depois da eleição. Nesta visita, fui falar com o ministro da Justiça, Gustavo [Villatoro]. Ele é o grande arquiteto da pacificação de El Salvador. Fiquei impressionado e aprendi muito. Quem quiser saber mais, eu almocei com ele, visitei o presídio que criaram, fui tratado como chefe de Estado, com escolta presidencial. Passei um dia inteiro lá. Foi muito positivo para mim, e o povo de São Paulo vai ganhar muito com isso.
Caso eleito, o senhor pretende se espelhar na política de El Salvador?
Imagina, 99% das pessoas em El Salvador estão felizes. Eles acabaram com a cracolândia, com o crime organizado, com tudo. É um modelo de nação a ser seguido. Tem acertos e erros, e nós vamos aplicar sem cometer os mesmos erros.
No plano de governo, o senhor propõe o esporte como solução para a educação. Poderia explicar essa ideia?
Sim, as crianças terão identidade esportiva, porque um esportista não vai morar na rua ou na cracolândia, você não acha nenhum ex-esportista [na cracolândia]. A pessoa quando entra nesse patamar de mentalidade não volta atrás. Eu sou triatleta, já fiz sete maratonas de 42 quilômetros, 11 triatlos, Iron Man e Ultraman de distância de 452 km. Reconheço no esporte algo poderoso para moldar o caráter da pessoa.
Vamos copiar o modelo dos Estados Unidos que tem esporte dentro do hospital para tirar esse ranço e esse peso de dentro do hospital e mostrar a reabilitação. Fazer com que as pessoas que estão buscando saúde estejam junto com aquelas que estão se recuperando. A gente vai criar um primeiro hospital nesse primeiro mandato para que as pessoas entendam, e depois vamos fazer em todos os hospitais municipais isso também.
Além do esporte, como pretende reduzir a fila de mais de 400 mil pessoas aguardando uma consulta?
Convênio com as 38 cidades da região metropolitana. Fazer o CRM liberar em caráter provisório a telemedicina, como foi na pandemia, comprar ociosidade da rede privada, que é comprovadamente mais barato do que o SUS. Fazer hospitais provisórios com a ajuda do governo federal, para que a gente consiga zerar [as filas] e colocar a vida das pessoas em primeiro lugar. Não só as pessoas que estão na fila de exame, mas as 192 mil pessoas que estão precisando de cirurgia e não conseguem.
O senhor propõe a construção de um teleférico para melhorar a mobilidade urbana, citando o exemplo de Medellín e La Paz. Essa ideia gerou discussão e até meme nas redes sociais. Quais os detalhes do projeto e como funcionaria na prática?
Pablo Marçal: Isso é uma parceria público privada. Tem em Balneário Camboriú, tem no Alemão no Rio de Janeiro, tem em Madri. Não está no plano de governo para mobilidade, está para a comunidade. Isso é para fazer com que a comunidade tenha investimento em infraestrutura e não precise pagar por isso. A gente vai transformar as comunidades em centros olímpicos, centros gastronômicos, levando emprego, empresa e renda para as comunidades, liberando as escrituras, resolvendo em definitivo essa questão de infraestrutura, então quem vai ganhar são as comunidades.
Quais são as propostas para melhorar a situação da cracolândia? O senhor já citou essa questão dos esportistas, acredita que essa é a solução para a cracolândia?
A solução para a cracolândia é emprego. O [Filipe] Sabará, que é o coordenador do nosso plano, tirou comprovadamente 3,5 mil pessoas de situação de rua. A gente precisa de pelo menos sete intervenções para fazer, em média, a pessoa aceitar ir para o abrigo, e do abrigo, a gente tem que promover o emprego.
Tem uma lei estadual sobre ter 30% da merenda escolar vindo de agricultura familiar, e hoje não é cumprido nem 5%. Vamos levar as pessoas para participarem dessa agricultura, levar para os empregos de restaurante, empregos que exigem pouca qualificação, para que eles tenham emprego e mudança de vida imediata e o acompanhamento psicológico para que até no máximo em 24 meses essa pessoa esteja inteiramente recuperada.
A atual gestão diz que a cracolândia, em anos anteriores, tinha cerca de 4 mil usuários e hoje caiu para menos de 1 mil. O senhor acredita nesses números?
Ela [cracolândia] só esparramou de lugar, agora tem 17 focos e 80 mil pessoas na rua.
O senhor acha que é possível zerar o número de usuários da cracolândia?
Eu vi com os meus olhos em El Salvador, acabou. Não tem ninguém na situação de rua.
São Paulo tem um recorde em relação à população de rua, cerca de 80 mil pessoas. Como pretende solucionar isso?
Vamos pegar os metadados das pessoas em situação de rua: o motivo que levou, de onde que saiu, tem gente que está indo por causa de aposta, agiota, desilusão amorosa, perda de emprego e ajudar a tratar isso na cabeça da pessoa. Nós vamos colocar um anjo da guarda para cada pessoa, que serão 80 mil anjos da guarda. As ONGs estão recebendo um bilhão por ano e não estão conseguindo resolver.
Apesar de ser a cidade mais rica do país, São Paulo não atingiu a meta do Ideb - 6,2 - e caiu para 5,6 nos anos iniciais do ensino fundamental. Como pretende melhorar esse resultado da educação no município de São Paulo?
Alfabetizando as crianças. O que está acontecendo é a alfabetização de 38%. Vamos fazer a alfabetização precoce. E usar a pedagogia com criança, e quando tiverem migrando para a fase final [do ensino] usar a andragogia, que é o ensino para adulto.
Vamos ensinar educação financeira, inteligência emocional, empresarização, tecnologia, profissões do futuro, para que elas já tenham essa mentalidade aberta para usar a escola para prosperar e não para ter uma ocupação, para depois chegar no Ensino Médio e não conseguirem fazer matemática básica.
O senhor defende a redução da máquina pública e até uma reforma administrativa no seu plano de governo, mas propõe triplicar o número de subprefeituras de 32 para 96. Isso não é contraditório?
Não é, porque hoje uma subprefeitura tem diversos prédios. A gente vai unificar num prédio só e vai parar de pagar aluguel e usar prédios da própria prefeitura para que as pessoas nos distritos tenham acesso direto nos seus bairros. Isso vai acabar ficando mais barato, vai ser mais enxuto.
Em relação aos funcionários, triplicar essa estrutura não vai gerar mais gastos?
A gente vai intensificar o 156 e fazer com que todos os serviços sejam disponibilizados no celular, para que a gente consiga fazer essa transição dessas subprefeituras e funcionar gastando menos recursos. A gente tem 40 mil imóveis da prefeitura e a gente vai resolver isso aí. Ao invés da subprefeitura ter sete prédios vai ter um só e bem otimizado.
Um dos maiores gastos da prefeitura de São Paulo é com pagamento de folha. Colocar mais 64 subprefeitos, fora os seus assessores, não vai inflar esse número?
Isso que eu estou falando, a transição disso será a tecnologia colocando todos os serviços públicos na ponta da mão. Vamos fazer a capilarização dos 96 distritos e das subprefeituras. A gente tem recurso para isso.
No plano de governo, o senhor propõe ampliar as parcerias público privadas, privatizações e concessões, mas não detalha em quais áreas vão ser feitas. Como pretende fazer isso?
Vou dar um exemplo: escola olímpica, toda essa construção nas favelas e os centros olímpicos vão ser parceria público privado. As pessoas vão investir para ter a marca ou o naming rights ali, e as pessoas vão usar e ver que aquilo veio de uma parceria público privado.
O senhor poderia citar alguma empresa que pretende privatizar ou conceder para a iniciativa privada?
A gente vai esperar os relatórios técnicos para aquilo que está dando prejuízo para o povo passar para iniciativa privada. Porque de fato, a iniciativa privada é o povo, é um CPF que tem um CNPJ, sempre foi o povo a iniciativa privada. Todo mundo que é da política veio da iniciativa privada.
Falando em iniciativa privada, o que fez o senhor vir para a política?
Filantropia. Eu queria ajudar mesmo.
O senhor afirma que cargos-chave da administração pública devem ser preenchidos por critérios técnicos. São Paulo tem 35 secretarias. O senhor pretende ampliar, reduzir ou manter esse número?
Reduzir. Todo governo novo quando chega tem que reduzir e criar austeridade. Esta administração tem muita secretaria porque tem muito partido político loteando o município. Eu não estou com nenhuma coligação, vai ser técnico, a pessoa também vai vir por indicação política, porque eu vou compartilhar o poder, ninguém governa a máquina sozinho. Agora o que precisam saber é que a gente vai reduzir [as secretarias] e vai ser um governo austero, para primeiro salvar o povo e depois fazermos os investimentos.
Esta administração tem muita secretaria porque tem muito partido político loteando o município.
Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo
Quantas secretarias pretende ter?
Nós vamos avaliar. Assim que vencermos a eleição vamos avaliar, mas certamente vai ter uma redução drástica.
O senhor tem citado o Filipe Sabará. Pretende colocá-lo como secretário? Além disso, entre as principais áreas - Saúde, Educação, Economia e Segurança Pública - o senhor tem algum nome para essas pastas?
O Sabará tem se mostrado uma pessoa que realmente ama o povo, alguém que é de família rica, não precisa estar nisso, mas ajuda de fato, tem muita experiência. Ele é muito bem-vindo. Ele vai ser submetido ao processo seletivo também.
Qual secretaria o Filipe Sabará deve assumir?
Vamos passar no processo para ver. O que ele já domina é a assistência social, mas a gente vai avaliar onde ele pode se encaixar, caso ele passe num processo seletivo. Ele é um forte candidato para qualquer pasta. Ele é muito bom para resolver. Ele entende de muitas frentes. É um cara tarimbado, mas é o processo seletivo que vai mostrar onde vamos encaixar ele.
Na pré-campanha, o senhor mencionou que muitos políticos influentes o apoiariam, afirmando que era uma questão de tempo. Porém, alguns dias depois, o senhor anunciou sua candidatura em um partido pequeno e sem apoios. O que aconteceu entre aquela entrevista que fizemos e hoje?
O que aconteceu foi que pediram uma situação que eu não quis me curvar. Era para colocar uma pessoa de vice, com quem eu não concordo com os princípios e valores. E acabou que eu segui numa chapa pura mesmo.
Pediram uma situação que eu não quis me curvar. Era para colocar uma pessoa de vice, com quem eu não concordo com princípios e valores.
Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo
Naquela entrevista concedida para a Gazeta do Povo, o senhor falou muito que gostaria de implementar o "marçalismo". O senhor segue com essa ideia e poderia explicar do que se trata?
Vocês da mídia gostam de ficar rotulando as coisas. Minha resposta foi pelo desejo de vocês de colocar nome, mas a liberdade não tem dono. Acho que não precisa disso.
Mas o senhor não quer explicar o que seria esse projeto?
Isso não é um projeto. Isso é um posicionamento de vocês que chamam de bolsonarismo e lulismo. Acho que as pessoas são livres. Eu já respondi, a liberdade não tem dono, não precisa colocar nome na liberdade.
Independente do resultado dessa eleição, o senhor já se apresenta como um candidato à Presidência da República em 2026?
Não, eu vou cumprir o tempo de 1.460 dias e como prefeito de São Paulo.
Então, o senhor já pensa em uma possível reeleição para a prefeitura?
Isso vai depender o que o povo sentir. A gente vai fazer um governo histórico, vai depender do povo. Às vezes eu até encerro a carreira política no final desse mandato.
Os outros candidatos têm explorado a sua condenação em 2010 por golpes financeiros e também uma possível relação do presidente do seu partido (PRTB), Leonardo Avalanche, com o crime organizado. Esses dois temas podem prejudicar a sua eleição?
Do presidente, tem que perguntar para ele, eu acredito nele. E a condenação que eu tive é por conta de uma relação de trabalho, no mesmo ano que aconteceu isso eu estava com a carteira assinada. Eu estava prestando um serviço e respondi um processo criminal. Ano que vem faz 20 anos desse evento, então não tem nenhuma preocupação com isso, porque meu passado já foi ressignificado. Eu ajudo muita gente a ressignificar passado. Eu vejo o desespero deles (adversários), porque eu estou liderando pesquisa (instituto Veritá*). Eu estou na frente e eles ficam desesperados, porque eu não estou gastando dinheiro do povo, não tenho tempo de TV. Eles vão ficar malhando esses assuntos. Isso não faz a mínima diferença na minha vida.
Metodologia da pesquisa citada: A pesquisa foi registrada no TSE como SP-02725/2024 e realizou 3.020 entrevistas entre os dias 22 e 26 de agosto, por meio de entrevistas individuais, com a aplicação de questionário estruturado junto a uma amostra representativa do eleitorado. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O senhor falou que acredita na inocência do Leonardo Avalanche. Por que ele se afastou da sua campanha?
Eu estou com uma agenda tão grande que não dá pra ver ninguém. Mas ele segue presidente [do partido]. Ele é um cara do bem. Quando todo mundo tenta bater na minha pessoa e não consegue ter resultado, tá caçando todo mundo em volta de mim. Eu não vou ficar apavorado com isso, porque na eleição eles querem atacar de qualquer jeito, com mentira, com verdade, com loucura, com coisa de 20 anos atrás. Então, vou esperar a eleição para ponderar isso aí com ele.
Caso o senhor vença a eleição, ele deve participar do governo, assumir alguma secretaria?
Não, não vai participar. Ele é do partido e eu não tenho esse combinado com ele. Eu que vou escolher.
Em um eventual segundo turno entre Nunes e Boulos, quem o senhor apoiaria?
Não vai ter segundo turno.
Como será o relacionamento com a Câmara Municipal de São Paulo? O seu partido não tem nenhum vereador e também não tem nenhuma coligação.
Pablo Marçal: Mas não tem agora, vai ser eleita uma geração nova, eu estou apoiando e vou eleger muita gente, de vários partidos. Teve gente que já tem mandato e está comigo, então não tem dificuldade com isso, não. Nós vamos compartilhar o poder. A gente vai aprovar tudo que a gente precisa fazer para a cidade avançar.
O senhor acha que o PRTB conseguirá fazer uma bancada forte?
De 6 a 8 [vereadores], olhando por baixo. Estou com uma energia muito boa e vou pedir voto de legenda em massa.
Como está o financiamento para a sua campanha? O senhor havia me dito, na entrevista anterior, que não colocaria financiamento próprio, isso continua?
Continua. Eu sou quem tem mais doadores, mas é o que tem menos doação, vamos seguir nessa luta. Não vou pôr dinheiro meu em campanha, não.
Não vou pôr dinheiro meu em campanha.
Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo
O senhor se preocupa em não ter tempo de televisão?
Eu saí na rua agora e não vi ninguém carregando televisão na Faria Lima, não estou nem aí para isso. O povo está todo no celular, gastando de quatro a seis horas à frente do celular. Estou em paz, agora que eu vou começar a rodar tráfego pago.
Como acha que será o tom do próximo debate e das próximas semanas na eleição? [Pergunta feita antes do debate da TV Cultura, no qual o candidato foi agredido com uma cadeirada por José Luiz Datena]
Guerra, tiro, porrada e bomba.
Gostaria que o senhor falasse sua opinião sobre o 8 de Janeiro, anistia e também da censura ao X e sobre a possibilidade de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
A questão do X todo mundo está com o mesmo sentimento que o meu, de terem derrubado minha rede social, então agora multiplicou para milhões de brasileiros o sentimento que eu estava carregando sozinho.
Sobre o 8 de janeiro, a anistia, eu vejo que tem gente ali que não tem nem base de estar encarcerado até hoje, porque não praticou nenhum ato ilegal. Estava ali junto, num ato cívico, eu acho que quem quebrou as coisas tem que responder por depredação do patrimônio público.
Se for assim, a CUT e o "Boules" também têm que responder por terrorismo, já quebrou a Fiesp e já teve atacando no ato "Fora Temer" em Brasília. Não pode ter dois pesos e duas medidas, tem que ser um só. Esse é o meu pensamento.
E sobre o impeachment do ministro Alexandre de Moraes?
A competência é do Congresso Nacional. O presidente do Senado deve ter uma situação muito ruim aí, de fazer de tudo para não aceitar. Acho que tem que colocar pressão neles.
Caso eleito, o senhor comandará o terceiro maior orçamento da União. Não acha que seria importante um posicionamento mais claro sobre essa questão do impeachment do Alexandre de Moraes?
Pablo Marçal: Mais claro que isso só a neve. Eu já falei, isso é de competência do Congresso Nacional. Você está fazendo uma pergunta para alguém que ficou cinco anos na academia de Direito. O prefeito nada tem ligação com isso. Se as 5.568 cidades, se juntar todos os prefeitos, não tem nenhuma relação com o voto de um senador da República. É competência exclusiva do Senado federal. São eles que resolvem isso e o povo que deseja [o impeachment] que coloque pressão neles.
Sobre a manifestação do 7 de Setembro, teveuma polêmica e, depois, troca de farpas nas redes sociais. Como o senhor se sentiu sendo que outros dois candidatos foram liberados para subir no carro de som?
Eu entendi, não achei ruim, está tudo certo para mim.
Mas o senhor não acha que poderia ter tido um tratamento diferente em relação ao 7 de Setembro?
Não, eu já sou censurado em todas as áreas mesmo. Está tudo certo para mim. Eu vou vencer a eleição e depois todo mundo vai me respeitar.
Caso eleito, o senhor pretende trazer algum grande nome da política para ajudá-lo na gestão?
Não. Eu vou pedir indicações dos partidos, mas não preciso desse grande nome, não, porque se ele é um grande nome, ele já deve ter feito a vez dele, agora a gente que vai ser esse grande nome servindo o povo.
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