Enquanto as campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e de Guilherme Boulos (Psol) não se acertam quanto ao número e à participação em debates eleitorais, os veículos de comunicação O Globo, Valor Econômico e CBN deram seguimento ao primeiro embate proposto entre os candidatos que concorrem à prefeitura de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (10). O prefeito não compareceu e a proposta de primeiro debate neste 2º turno se transformou em uma sabatina de uma hora com o candidato do Psol.
Os organizadores reiteraram que a data do debate para este 2º turno foi confirmada duas vezes com as campanhas e que as regras previam uma sabatina de 60 minutos com o candidato presente, em caso de ausência do outro. Boulos aproveitou o espaço para falar sobre a intenção de dialogar com os eleitores de Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado na disputa com mais de 1,7 milhão de votos obtidos no último domingo (6).
“Eu entendo a indignação de quem votou no Marçal, e por isso, neste segundo turno, vou dialogar com esses eleitores para mostrar que temos dois caminhos”, afirmou Boulos. Na sequência, ele acrescentou que vai incluir propostas de Marçal em seu próprio plano de governo. “Neste segundo turno, vou dialogar com esses eleitores e incorporar propostas, como o tema dos esportes nas escolas, que ele chamou de escola olímpica, integrando o esporte como uma oportunidade para jovens, crianças e adolescentes das escolas municipais”.
O candidato do Psol foi questionado na sabatina sobre a aliança com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). Anteriormente, como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Boulos enfrentou Alckmin varias vezes, quando ele era então governador de São Paulo, com quem agora se aliou.
“O que mudou foi o Brasil, não a personalidade das pessoas. Nem a minha, nem a dele. Surgiu um campo político de extrema-direita, marcado pelo ódio e pela violência, que fez setores diferentes se unirem para enfrentá-lo. Isso ocorreu na eleição passada, com a chapa Lula-Alckmin, e está em jogo novamente agora”, respondeu Boulos.
Campanha de Nunes defende três encontros para debate no 2º turno
A campanha do prefeito de São Paulo enviou à Gazeta do Povo o posicionamento sobre a ausência do prefeito no primeiro debate e reafirmou que o número de encontros é excessivo. “Desde segunda, 8 dos 12 veículos que fizeram pedido de realização de debates têm conversado sobre a realização de pool. A campanha de Ricardo Nunes reitera a importância dessa parceria, para que consigamos atender aos telespectadores, ouvintes e leitores de todos os meios de comunicação, em nome da democracia”.
A campanha reforçou que nunca houve mais que três debates para prefeito no segundo turno em São Paulo. “O pedido de 3 eventos está no limite máximo histórico de debates realizados em segundo turno na história da cidade de São Paulo. Nunca houve mais do que isso”.
Por fim, a campanha relembrou uma fala de Boulos na eleição de 2020 defendendo o número de três debates. “Na eleição de 2020, o candidato adversário explicou a inviabilidade da realização de mais de três debates em uma campanha curta de segundo turno. 'É impossível', disse ele, 'atender às solicitações de sabatinas, entrevistas individuais, demandas de mídia e as ações diárias do período eleitoral'. No caso do prefeito Ricardo Nunes, soma-se a esses fatores a importância de trabalhar por São Paulo. Esperamos que Guilherme Boulos — que já desdisse sobre Venezuela, legalização de drogas e desmilitarização das polícias — não mude de opinião também sobre esse assunto”.
Carlos Bolsonaro diz que o pai migrou mais votos a Nunes que Tarcísio
O primeiro levantamento sobre intenção de votos à prefeitura de São Paulo foi divulgado na manhã desta quinta-feira (10), do instituto Paraná Pesquisas. Nele, Nunes aparece com 52,8% da preferência do eleitor, contra 39% de Boulos. Outra pesquisa, desta vez do instituto Datafolha, está prevista para ser divulgada na tarde desta quinta.
Já em relação ao resultado nas urnas do 1º turno, o vereador reeleito para o sétimo mandato na Câmara dos Vereadores do Rio Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), afirmou que o avanço de Nunes ao turno decisivo se deve ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e não ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Acredito que os votos que foram para o Nunes tenham vindo do meu pai, não do Tarcísio. Até porque se meu pai apontasse e falasse: ninguém escuta Tarcísio, o Tarcísio não ia ter poder", disse Carlos Bolsonaro ao portal de notícias UOL.
Na mesma entrevista, o vereador criticou o “sistema” e afirmou que, se não fosse Bolsonaro, Tarcísio não teria sido eleito governador. "O sistema vai falar que foi Tarcísio que botou [Nunes no segundo turno]. Mas quem era Tarcísio? Com todo respeito ao governador, tenho uma grande admiração por ele. Quando o meu pai falou que ele tinha chance de ser governador de São Paulo, ele falou: mas sou carioca, torcedor do Flamengo, o que vou fazer lá? E foi eleito governador de São Paulo. Falar que foi mérito exclusivo dele, pelo amor de Deus. Ele faz parte de tudo que está acontecendo", afirmou Carlos Bolsonaro ao UOL.
Metodologia: 1.200 entrevistados pelo Paraná Pesquisas entre os dias 7 e 9 de outubro de 2024. A pesquisa foi contratada pelo próprio Instituto Paraná de Pesquisas e Análise de Consumidor Ltda. Confiança: 95%. Margem de erro: 2,9 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-08049/2024.
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