O deputado Arthur Lira (PP-AL) fez uma série de promessas que vai além da agenda econômica. Para ser o próximo presidente da Câmara, ele também se comprometeu em permitir a tramitação de uma reforma eleitoral que, se aprovada, pode salvar os partidos menores.
A reforma eleitoral em questão propõe a instituição da chamada federação partidária, um modelo alternativo à volta das coligações proporcionais. A federação partidária exigiria a união de partidos não somente durante a campanha, mas, também, durante toda a legislatura.
Ou seja, uma coligação montada na campanha eleitoral teria de ser mantida na atuação parlamentar durante a legislatura. Na prática, o grupo de partidos funcionaria como uma só legenda. Além disso, as federações somente seriam permitidas para partidos de mesma orientação ideológica e programática. O modelo já foi rejeitado pelo Congresso no passado.
A promessa de reforma eleitoral foi feita a partidos como o Podemos. "Ele [Lira] assumiu os compromissos de colocar em votação a reforma eleitoral, o fim do foro privilegiado, o fim da prisão após condenação em segunda instância, a extensão do auxílio emergencial [dentro de um espaço fiscal possível] e as reformas tributária e administrativa", afirma o deputado José Nelto (Podemos-GO) à Gazeta do Povo.
O Podemos integra o bloco de Lira. Segundo Nelto, o apoio de sua legenda trata-se de uma coerência. Inicialmente, o partido apoiaria a candidatura de Marcos Pereira (Republicanos-SP), que, por sua vez, abdicou para apoiar Lira. "O Lira prometeu instalar as comissões [especiais] e deixar que essas pautas andem", explica.