A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quarta-feira (18) um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suas declarações questionando o sistema de votação eletrônico. "Ouça-se o Senhor Procurador-Geral da República, a quem cabe a formação da opinio delicti em feitos de competência desta Suprema Corte", disse a ministra ao encaminhar o pedido.
A ação foi protocolada pelo deputado Professor Israel Batista (PSB-DF) e cita falas de Bolsonaro em dois eventos. O primeiro foi o "Ato Cívico pela Liberdade de Expressão", no Palácio do Planalto, no dia 27 de abril; e o segundo foi o Apas, evento com empresários do setor de supermercados em São Paulo (SP), que ocorreu nesta terça-feira (17).
"Vocês [empresários] foram excepcionais nessa pandemia, mas tudo pode acontecer. Poderemos ter outra crise. Poderemos ter eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar para um lado, ou para o outro, a suspeição de que elas não foram limpas? Não queremos isso", disse o presidente a empresários na terça.
Segundo o parlamentar, o presidente fez ataques às urnas nos dois eventos e colocou sob suspeita o processo eleitoral, sem apresentar provas. Batista afirma na ação que há indícios de crimes como peculato, prevaricação, obstrução da Justiça e crimes contra o Estado Democrático de Direito.