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Conta de energia mais cara: governo aciona bandeira amarela pela primeira vez desde abril de 2022
Previsão de chuvas abaixo da média reduz produção de hidrelétricas| Foto: Caio Coronel / Itaipu

A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livre (Abrace) enviou ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) uma carta pedindo que as termoelétricas não sejam ligadas durante o período seco que as hidrelétricas passam no momento. No lugar disso, pedem que outras medidas sejam tomadas, como redução de consumo e controle nos horários de pico nas indústrias.

O Brasil passa por um período de volume baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas, consequência da escassez de chuvas no primeiro semestre. Quando isso acontece, as usinas térmicas costumam ser acionadas para complementar a geração de energia no país. Porém, como usam carvão e petróleo, as termoelétricas são mais onerosas, o que resulta em conta mais cara para o consumidor.

Em julho, a Aneel acionou a cobrança da bandeira amarela por causa desse baixo volume das hidrelétricas, que respondem por cerca de 70% da energia gerada no país. Para agosto, no entanto, voltou à bandeira verde, alegando que as chuvas no Sul ajudaram a equilibrar.

Para a Abrace, a situação hidrológica do Sistema Integrado Nacional (SIN) é menos favorável neste ano, se comparada aos últimos dois, mas não chega a ser crítica como em 2021, quando aconteceu a pior seca das últimas décadas, resultando em uma grave crise hídrica. Segundo dados técnicos, o volume de Energia Armazenada no SIN há três anos era 37%. Em 2024, no mesmo período, o patamar é de 67%.

A entidade defende que no lugar que ligar as termoelétricas, que são mais caras, a ONS tome outras medidas, tais quais convocar os consumidores a reduzir a demanda, principalmente em horário de pico.

“Ao convocar consumidores para reduzir sua demanda, principalmente no horário de ponta, a custos mais competitivos do que o acionamento de térmicas com Custos Variáveis Unitários elevados, é possível obter uma economia do custo global de operação, ainda mais se a solução em debate for por deixar as UTEs ligadas por longos períodos como 30, 45 ou 60 dias para atendimento de potência”, diz a carta.

Outra solução apontada pela associação é um novo modelo no qual a indústria que consome muita energia "oferece" para o sistema uma pausa no seu consumo no horário de pico. Assim, uma quantidade de energia fica disponível no momento de pico de consumo. A modelagem depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), diz a Abrace.

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