O furto de energia elétrica no país bateu recorde e chegou a 4.655 megawatts (MW) médios em 2023, com impacto de R$ 6,3 bilhões aos consumidores. Isso porque 70% das perdas financeiras causadas pelo furto de energia são repassadas para a tarifa do cliente regular. A estimativa é de que em média 3% da conta de luz seja destinada a cobrir as perdas com os “gatos”.
Os dados são da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), com base em informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo a Abradee, não há um levantamento de quanto o furto eleva a conta de luz de cada consumidor porque as perdas são diferentes para cada distribuidora, de acordo com as peculiaridades de cada área de concessão.
A associação diz que apenas 30% do prejuízo com os furtos é custeado pelas distribuidoras. O restante quem paga é o consumidor, por meio da revisão tarifária da Aneel, que considera o peso dessa prática sobre o caixa das companhias.
O volume de energia elétrica furtada no Brasil no ano passado foi maior que a produção média da hidrelétrica de Belo Monte, de 4.418 MW, no Rio Xingu, no Pará.
O montante desviado seria suficiente para abastecer a população residencial dos estados do Amapá, Acre, Roraima, Tocantins, Sergipe, Alagoas, Rondônia, Piauí, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e o Espirito Santo juntos.
Os estados com mais "gatos" são Amazonas, Amapá, Rio de Janeiro, Pará e Rondônia. Em relação ao volume de enregia furtado, o Rio é o campeão da lista. Em 2023 o estado perdeu 11,27 milhões de MWh, seguido por São Paulo, com 6,98 milhões de MWh.
A Abradee destaca que furto de energia é crime, com pena de um a quatro anos de reclusão. Para a associação, trata-se de um problema de segurança pública que precisa ser prioridade para as autoridades locais e federais.
“A associação frisa que as distribuidoras não são capazes de impedir o furto de energia sozinhas em áreas de alta periculosidade. O combate ao furto de energia é essencial para manter uma tarifa de luz justa e sustentável para a população”, diz a Abradee, em nota.
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