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Brasileiros consideram comprar carro elétrico mas ainda esbarram no preço e infraestrutura
Brasileiros consideram comprar carro elétrico mas ainda esbarram no preço e infraestrutura| Foto: Pixabay

O interesse do brasileiro em comprar carro elétrico e híbrido aumentou do ano passado para cá. Segundo pesquisa da Ipsos Drivers, realizada em março, os motoristas que consideram como "muito provável" a aquisição de um veículo movido a bateria na próxima compra passou de 14%, em 2023, para 16%, em 2024. Já os que avaliam o carro da vez ser um modelo híbrido plug-in subiu de 13,3% para 15,9%.

Os números alinham-se à expectativa da Associação Brasileira de Veículo Elétrico (Abave), que, no início deste ano, projetou forte crescimento no setor, com vendas acima de 150 mil unidades em 2024. Se o aumento acontecer, será um recorde - e a expansão chegará a 60% em relação a 2023, quando foram emplacadas 93.927 unidades.

A expectativa vem se confirmando até aqui. No primeiro trimestre de 2024, as vendas de eletrificados chegaram a 36.090 e bateram mais um recorde, com aumento de 145% sobre o mesmo período do ano anterior (14.786 unidades).

A pesquisa foi realizada com 1.200 pessoas. Elas avaliaram as chances de comprar um veículo elétrico, híbrido ou puro, e quais os principais atrativos e impeditivos para tal aquisição. Para 55,5% dos entrevistados, o que mais interessa em um carro elétrico é o fato de poluir menos.

A facilidade de recarregar em casa é outro motivo citado, assim como o uso de energia renovável. Economizar recursos fósseis e não precisar ir a um posto de gasolina também estão entre as cinco principais razões para desejar o modelo.

Por outro lado, o preço de um automóvel elétrico é apontado por quase metade dos entrevistados (48,3%) como um desanimador considerável para frear a compra, seguido por problemas de infraestrutura: há poucas estações de carregamento para 34,8% dos ouvintes. O custo de manutenção, bem como a vida útil da bateria e tempo de recarga também pesam contra a compra.

No caso do híbrido, a visão sobre os benefícios é semelhante, mas o custo por quilômetro rodado é um item que aparece na lista de vantagens na visão do consumidor. Nas barreiras, porém, a falta de familiaridade com os modelos e falta de profissionais para manutenção são outros dois problemas apontados na pesquisa, segundo os entrevistados.

Mercado de elétricos cresce e novos modelos são esperados

Por enquanto, só há carros elétricos importados no Brasil. Em breve - o anúncio é para o fim deste ano -, a chinesa BYD começará a produzir os primeiros veículos nacionais no mesmo local onde ficava a antiga fábrica da Ford, em Camaçari, na Bahia. Enquanto isso, as marcas têm investido em trazer mais modelos híbridos ou puros (como são chamados os automóveis totalmente elétricos) para cá.

É o caso da Volvo que pretende alçar uma nova faixa de consumidores, com valor mais acessível, de uma SUV elétrica, com o lançamento do modelo EX30, a partir de R$ 230 mil.

Já Stellantis, dona da Fiat, anunciou nesta semana uma joint venture com a marca chinesa de carros elétricos Leapmotor International. Elas colocarão no mercado, ainda este ano, a SUV C10 e o compacto T03.

No cenário mais amplo, o Brasil vem apostando em um mercado híbrido. A corrida neste mercado eletrificado, no entanto, tem suas polêmicas, que vão além da questão de preço e infraestrutura, como a falta de pontos de recarga suficientes pelo país, e passam ainda pela legislação.

Um projeto de lei, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), prevê a proibição da venda de carros movidos a gasolina, diesel e gás natural veicular (GNV) a partir de 2030, e a circulação deles a partir de 2040. Para ele, os carros elétricos são os substitutos adequados.

A proposta tramita na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde o relator, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu audiência com representantes do setor automobilístico para discutir datas e processos para a renovação da frota. Na análise dele, a transição de veículos movidos a combustão para baterias precisa acontecer, mas são as datas são inviáveis.

“Não há como proibir de circular de imediato os carros que existem hoje. E nem como substituí-los com a rapidez necessária como queremos, principalmente os caminhões. Mas precisamos caminhar em direção a uma data”, disse o senador à Gazeta do Povo.

Em relação aos valores, hoje os modelos elétricos não custam menos de R$ 100 mil - em geral, porque o mais barato é o Renault Kwid E-Tech, que sai por R$ 99.990.

Há cerca de dois meses, a BYD, por exemplo, lançou o Dolphin Mini e a expectativa do mercado era de que o modelo custasse menos de R$ 100 mil. No fim, o valor oficial acabou sendo de R$ 115,8 mil.

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