De olho em novos nichos e no crescimento do mercado de créditos de carbono, a Auren Energia lançou neste mês uma plataforma na internet em que, além de empresas, pessoas físicas podem adquirir créditos para compensar emissões de poluentes. A compra pode ser feita via cartão ou mesmo Pix.
A compra de créditos de carbono tem se tornado comum entre corporações, como uma forma de compensar a emissão de gases de efeito estufa, apontados como principais responsáveis pelas mudanças climáticas.
Seja por questões de reputação ou metas impostas pela lei, as companhias buscam mitigar essas emissões. Como algumas não conseguem zerá-las ou atingir as metas estabelecidas por elas mesmas ou por órgãos fiscalizadores, optam por comprar créditos. Esses créditos são gerados por projetos que de alguma forma evitam ou reduzem o lançamento de carbono à atmosfera.
A proposta da Auren com a plataforma é atingir novos compradores, mas a forma de operar é a mesma. O cliente diz quanto quer compensar, escolhe qual o tipo de crédito quer – oriundo de geração de enegia eólica ou de áreas preservadas, por exemplo – e de onde quer comprá-los, conforme o exemplo abaixo:
“Desenvolvemos um mecanismo democrático que possibilita a compra de créditos de carbono no ambiente virtual de forma ágil e intuitiva, com a proposta de simplificar a experiência do cliente”, diz José Guilherme Amato, gerente de Negócios de Carbono da Auren Energia.
Os créditos de carbono vendidos na plataforma são oriundos de propriedades da Auren, que pertence ao grupo Votorantim e pela CPP Investments. São três: Ventos do Araripe III, Ventos do Piauí I e Legado Verde do Cerrado.
Os dois primeiros são complexos de geração de energia eólica e o terceiro é uma reserva privada de desenvolvimento sustentável de 32 mil hectares localizada em Niquelândia (GO) e administrada pela Reservas Votorantim.
O cliente, que pode ser uma pessoa física, uma empresa, uma casa de eventos ou até mesmo o governo, pode optar por um único projeto ou um combo que mescle a compensação de dois tipos de créditos.
De acordo com a companhia, hoje há mais de 100 empresas na lista de clientes. A meta é que até 2030 cerca de 8 milhões de créditos sejam comercializados.
Os empreendimentos são todos registrados na Verra, certificadora mundial de compensações voluntárias de carbono. A empresa teve seus processos questionados em 2023, quando estudos revelados pelo jornal britânico "The Guardian" afirmaram que mais de 90% dos créditos de compensação de florestas tropicais de projetos certificados pela Verra em vários países são provavelmente "créditos fantasmas". A empresa contesta a metodologia e as conclusões dos estudos.
A Auren Energia diz que, após a compra, o cliente recebe um certificado digital, que atesta a compensação dos créditos.
“A plataforma comercializa projetos de carbono que são de propriedade da Auren e atendem um elevado padrão de qualidade e governança. Como diferencial, criamos um processo de transparência para garantir que nossos clientes tenham acesso a informações íntegras e detalhadas a respeito dos fatores técnicos, fontes públicas e os co-benefícios sociais e ambientais desses projetos para uma compra segura e certificada”, afirma Amato.
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