Linha do tempo
Acompanhe, ano a ano, todos os detalhes da "novela" Arena:
2007 "Duas opções"
O estado se dividiu em dois. Uma ala pleiteava a indicação da Arena como sede no Mundial. Outra parte tentava levar os jogos para o Pinheirão. O orçamento inicial apontava para a necessidade de investimento de US$ 25 milhões na conclusão da Baixada. Já o novo Pinheirão custaria cerca de US$ 100 milhões.
2008 "Agora, vai"
Fechada questão em torno da Arena. Divulgado novo orçamento para a adequação do estádio: 135 milhões. Curitiba ganha da Fifa o direito de sediar o Mundial.
2009 "Sem loucuras"
Marcos Malucelli assume a presidência do Atlético e avisa que não cometerá loucuras para receber a Copa.
2010 "Mão política"
Prefeitura de Curitiba e governo do Paraná entram em cena. Chegam a um acordo com o Atlético, dividindo o orçamento (R$ 135 milhões) em três partes iguais. A triangulação prevê ainda que a construtora indicada para fazer a obra poderá pegar emprestado, com juros baixos, R$ 90 milhões do poder estadual, via Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). Como garantia, a empresa daria os papéis do potencial construtivo, originalmente emitidos pela administração municipal.
2011 "Quem paga?"
Exigências da Fifa e a inflação elevam os custos da Arena para cerca de R$ 175 milhões. O Atlético só aceita investir R$ 45 milhões.
Infraestrutura
Paulo Bernardo cobra sintonia
Não são apenas as contas na Arena que subiram no Paraná. Em visita ao estado, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, falou sobre o acréscimo em algumas obras de infraestrutura previstas para o Mundial e cobrou mais sintonia entre o poder público. Prioridade, a reforma da Avenida das Torres teve um salto de 75% no orçamento. "Era R$ 80 milhões e vai custar mais R$ 60 milhões. Também há a perimetral que passa por Colombo, Araucária, Piraquara. O Ministério do Planejamento está exigindo uma canaleta. A obra passa de R$ 130 para R$ 650 milhões. É útil, mas não tem nada a ver com a Copa. Alguns projetos têm que sair agora. Falei para o [governador] Beto [Richa]: eu faço um lobby em Brasília e vocês têm que se entender aqui" , afirmou.
O ministro também falou sobre a demora nos preparativos para 2014. "Nós estamos apurados. Não vou dizer atrasado, senão amanhã é manchete dos jornais", comentou. (ALM e KK)
O dilema da realização da Copa de 2014 no Paraná ressuscitou. Uma reunião na tarde de segunda-feira debateu, sem encontrar solução, quem irá bancar o aumento nas obras da Arena. Novas exigências da Fifa e o aquecimento no mercado da construção civil teriam elevado os custos de R$ 135 milhões para cerca de R$ 175 milhões. Um acréscimo de R$ 40 milhões que não se sabe de onde virá.
De um cofre ao menos o valor não vai sair: o rubro-negro. Foi o que garantiu o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, no tenso encontro realizado no gabinete do governador Beto Richa. Estavam presentes também os representantes do clube Gláucio Geara, Enio Fornea e Yara Eisenbach, o gestor da Copa em Curitiba Luiz de Carvalho, o secretário especial do Estado para a Copa, Mário Celso Cunha, e o prefeito Luciano Ducci.
A nova discussão adia o avanço nas obras, cujo prazo final estabelecido pelo poder público para a retomada é 1.º de junho, já que o processo de licitação via carta convite segue indefinido.
O dirigente atleticano apresentou uma correção nos valores, mas manteve a postura de não aumentar sua parcela proposta para a obra, transferindo ao poder público a responsabilidade.
"Só tenho uma palavra. Não vamos avançar no nosso orçamento. Nosso investimento segue o cálculo original de R$ 45 milhões. E nem será mais tudo isso. É menos, pois já estamos pagando vários projetos como o hidráulico, elétrico, etc. Agora eles, o Ippuc [Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba], farão a apuração deles sobre os valores e aguardamos uma nova reunião", afirmou o presidente, sem confirmar o novo montante necessário.
O impasse ressurge após uma longa e desgastante discussão para definir o rateio da obra. O custo apresentado em 2009 era de R$ 135 milhões, sendo R$ 45 milhões assumidos pelo Atlético. O poder público então recorreu a uma engenharia financeira para garantir o aporte de R$ 90 milhões R$ 45 milhões do governo e R$ 45 milhões da prefeitura via potencial construtivo.
Com os R$ 40 milhões a mais, a conta não fecha e a prefeitura já teria sinalizado que o mesmo mecanismo não poderia ser usado para reforçar os custos.
O aumento decorre de duas situações. A primeira seria o acréscimo no valor da construção civil de 28% o metro quadrado nos últimos três anos de R$ 714,79 o m² a 918,54 o m²em Curitiba, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná.
Para completar, a Fifa fez novas exigências aos estádios, como a instalação de mais aparelhos de ar condicionados, a troca de todas as cadeiras, vestiários para o mascote do evento, entre outros. "O Ippuc vai estudar e deve encontrar o que pode ser supérfluo e cortar do projeto", seguiu Malucelli.
Enquanto o novo estudo não for feito, o gestor da Copa em Curitiba, Luiz de Carvalho, disse ser prematuro anunciar valores e quem irá arcar com o excedente. A indefinição resgatou nos bastidores a dúvida sobre a realização dos jogos no reduto atleticano. "Não acredito. Mas, se quiserem tirar [da Arena], podem tirar. Não colocaram nenhum centavo lá ainda", disse Malucelli.
Aeroportos
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) desqualificou ontem estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), órgão ligado ao governo, que apontou que as obras em nove dos 14 aeroportos de sedes da Copa 2014 não ficarão prontas até o evento. Carvalho disse que a pesquisa foi assinada por um pesquisador que não representa a voz oficial do instituto e foi realizada em cima de recortes de jornais. O ministro afirmou ainda que "não há desespero", mas a preocupação natural do governo com a conclusão das obras.
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