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De terapia guiada terapia online, startups brasileiras oferecem soluções para promover a saúde mental e registram crescimento na pandemia.

Saúde mental e tecnologia

5 aplicativos de saúde mental para encontrar apoio psicológico online

GazzConecta, com colaboração de Millena Prado
13/08/2020 19:03
O ambiente online representa uma saída para a continuidade de diversas atividades. Com a saúde não é diferente. Em meio a um crescimento nas buscas por profissionais de saúde mental, aplicativos para fazer terapia e ou que oferecem trilhas guiadas de autoconhecimento registraram aumento de até 235% nos atendimentos.
“Terapia não é só para quem tem problemas, terapia é fonte importante de autoconhecimento”. Assim Renata Tovarolo, consultora técnica em terapia online da health tech Oriente-me, enfatiza a necessidade de cuidar também da saúde mental, principalmente em momentos de insegurança como em uma pandemia.
Para Renata, alguns pontos devem ser observados ao selecionar uma plataforma e um psicólogo para realizar o atendimento. “O usuário precisa checar se o psicólogo tem registro ativo no Conselho Regional de Psicologia (CRP), além de autorização para realizar atendimentos online. Outro ponto é verificar se a plataforma é criptografada e segura para os encontros”, explica.  
Segundo a especialista, a tecnologia facilita que o acompanhamento seja mais próximo e eficaz. A OrienteMe, por exemplo, destina o paciente a um profissional mais indicado de acordo com suas queixas. “A tecnologia rompe as barreiras de fronteira e o algoritmo oferece assertividade de mais de 75% ao selecionar profissionais e pacientes”, destaca Renata.
O laço pode ser até fortalecido com a tecnologia. Entre as ferramentas ofertadas estão salas de atendimento online, possibilidade de conversa com o profissional via mensagens de texto ou voz, campos de anotação e avaliação diária do profissional e do paciente.
Segundo Daniele Haidar, cofundadora da health tech, a startup registrou um aumento médio na procura pelos serviços de 70% nos últimos três meses, além de ascensão de 150% em novos psicólogos na plataforma. “Com o aumento da procura de clientes corporativos e usuários finais, conseguimos ver a possibilidade de acesso pois a maioria dos pacientes nunca tinha feito terapia antes”, enfatiza.
Conheça outras quatro plataformas que também visam auxiliar a busca por saúde mental.

Cíngulo

Para Diogo Lara, CEO e fundador da plataforma de terapia guiada Cíngulo, o objetivo de sua empresa é proporcionar um processo de auto conhecimento transformador com um impacto semelhante à terapia tradicional.
Fundado em 2017, o aplicativo oferece conteúdos e trilhas de autoconhecimento para que o usuário explore a adapte suas sessões conforme as próprias necessidades. Em 2019, o sistema foi eleito o melhor aplicativo de saúde mental do Google Play Store.
O aplicativo oferece um panorama de sentimentos para facilitar o autoconhecimento. Foto: Reprodução/Cíngulo
O aplicativo oferece um panorama de sentimentos para facilitar o autoconhecimento. Foto: Reprodução/Cíngulo
A plataforma funciona como uma terapia guiada com diversas combinações de trilhas, oferecendo soluções para ansiedade, estresse, autoestima, insegurança, desânimo e foco. Ao instalar o aplicativo, o usuário faz uma autoavaliação com 36 perguntas e recebe uma sugestão de trilha mais adequada para seus sintomas.
As sessões, semelhantes a um processo de relaxamento e meditação, duram 15 minutos. Com um sistema híbrido, com parte de seus conteúdos gratuitos além de assinaturas pagas, os valores partem de R$ 99,99 a cada seis meses.
Diogo enfatiza que terapias guiadas podem ser utilizadas quando o usuário se sentir ansioso, por exemplo, mas o processo não substitui o tratamento psicológico realizado com um profissional.
“Muitos psicólogos são assinantes e indicam o aplicativo aos seus pacientes, que realizam a consulta psicológica uma vez por semana e todo o período entre uma consulta e outra, pode utilizar o aplicativo. O que temos visto é que muitas pessoas, por razões financeiras ou de resistência, não buscam ajuda, e é aí que o Cíngulo pode oferecer apoio”, explica o CEO.
No processo de autoavaliação, se o aplicativo identifica que os sintomas apresentados pelo usuário exigem um cuidado clínico, o paciente tem acesso a uma lista de profissionais credenciados na plataforma.
Segundo os dados da health tech, 70% dos assinantes faz ou já fez terapia. Empresas oferecem também a assinatura para seus funcionários como benefício, assim como a oferta de um plano de saúde. A Cíngulo responsabiliza o aumento dos usuários da plataforma pelo crescimento da preocupação das empresas com seus funcionários. Com as parcerias, o número de usuários saltou de 12 mil em março, para 60 mil em julho. Desde 2017, o aplicativo contabiliza 2 milhões de downloads.

Telavita

A clínica virtual, Telavita, faz o encontro entre o usuário que procura apoio psicológico e profissionais que realizam o atendimento a distância. Dentro da plataforma, o paciente se cadastra e encontra agendas dos psicólogos que podem realizar o atendimento para contatos via convênio médico ou particular.
A plataforma permite que as consultas sejam realizadas no site da Telavita sem a necessidade de recorrer a outros sistemas. O paciente tem acesso ao perfil do profissional e os valores, que variam de acordo com tempo e especialidade, partindo de R$ 90.
O usuário realiza a consulta dentro da plataforma, sem precisar recorrer a aplicativos terceiros. Foto: Reprodução/Telavita
O usuário realiza a consulta dentro da plataforma, sem precisar recorrer a aplicativos terceiros. Foto: Reprodução/Telavita
O foco da Telavita são empresas que oferecem o atendimento como benefício, mas a startup também disponibiliza serviços particulares. Segundo Lucas Souza, COO da empresa, a expectativa de crescimento é exponencial.
“Hoje temos empresas e corporações que buscam benefício extra, assim como operadoras de planos de saúde, que precisam mais inovação e agilidade no atendimento. Hoje nosso principal  indicador de tamanho é a quantidade de vidas cobertas, contabilizando 600 mil usuários. Esperamos chegar a 5 milhões de pessoas até o fim do ano”, prevê Lucas. A startup aponta um crescimento desde maio de 235% nos clientes e 150% no número de profissionais cadastrados. 

Querida ansiedade

O aplicativo Querida Ansiedade oferece conteúdo de apoio a usuários em momentos ansiosos, além da opção de contratar profissionais de saúde para realização de terapia. Desde 2016, Camila Wolf, idealizadora da plataforma, oferece conteúdos gratuitos e informações que possam ser úteis para quem precisa de apoio psicológico. “Desenvolvemos um aplicativo com conteúdos relacionadas a ansiedade, saúde mental, e exercícios para momentos de crise”, conta.
O aplicativo oferece jornadas de autoconhecimento e catálogo de profissionais. Foto: Reprodução/Querida Ansiedade
O aplicativo oferece jornadas de autoconhecimento e catálogo de profissionais. Foto: Reprodução/Querida Ansiedade
O Querida Ansiedade oferece ferramentas de jornada de educação emocional, autocuidado, além da seleção de profissionais que realizam terapia a distância. Todos os recursos do aplicativo são gratuitos. Para sessões privadas com profissionais os valores variam. Com aumento expressivo no número de acessos durante janeiro e fevereiro, a plataforma contabiliza um 1,5 milhões de downloads.

Zenklub

Fundada em 2016, a Zenklub oferece apoio psicológico com uma série de conteúdos como trilhas motivacionais além de jornadas de autoconhecimento. As assinaturas custam entre de R$ 54 a R$ 250, mas a perspectiva da empresa é que até o final de agosto sejam disponibilizados assinaturas a partir de R$ 14,90 mensais. Pela plataforma, o usuário também pode acessar e se consultar com especialistas.
A Zenklub reúne psicólogos, psicanalistas e facilitadores de meditação. Com o salto de 10 clientes corporativos para 120, o CEO da health tech Rui Brandão aponta que a meta é atingir 3 milhões de usuários até o final do ano. Em maio, a startup levantou R$ 165 milhões em investimentos pelo fundo português Indico Capital Partners.
“A saúde mental passou a ser uma das três maiores prioridades. O usuário está investindo no bem-estar emocional, e deixando de gastar em restaurantes, por exemplo. A mudança nas prioridades também chegou nas empresas, que deixam de investir em escritórios para investir em saúde”, enfatiza Rui.

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