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Empregos que mais crescem e mais desaparecem até 2030: o mapa do trabalho em transformação

Empregos que mais crescem e mais desaparecem até 2030: o mapa do trabalho em transformação

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O que está em risco

Entre os setores que mais encolhem estão serviços administrativos, apoio de escritório, telemarketing e funções repetitivas na indústria e no comércio. Atividades baseadas em rotina estão sendo substituídas por automação, inteligência artificial e sistemas digitais integrados.

No Brasil, o impacto já é visível. Segundo a CNI e o Ipea, funções como assistente administrativo, operador de caixa, cobrador e datilógrafo estão em rápido declínio. Em contrapartida, há crescimento em áreas que exigem autonomia, pensamento analítico e domínio tecnológico, como técnicos em energia renovável, manutenção industrial, programação e análise de dados.

O alerta é claro: não é apenas sobre “ter um emprego”, mas sobre ter o tipo certo de emprego.

As novas fronteiras do trabalho

A digitalização criou novas famílias profissionais. O Fórum Econômico Mundial mapeia as que mais crescem:

  • Tecnologia e dados: analistas de IA, desenvolvedores de software, especialistas em cibersegurança.
  • Energia e sustentabilidade: técnicos em energia solar, eólica e gestão ambiental.
  • Saúde e bem-estar: fisioterapeutas, cuidadores e técnicos de enfermagem.
  • Educação e requalificação: instrutores técnicos e formadores corporativos.
  • Engenharia e infraestrutura: especialistas em automação, robótica e manutenção de precisão.

São áreas que, mesmo com forte presença de tecnologia, continuam dependendo da inteligência humana — especialmente para resolver problemas e lidar com a imprevisibilidade.

O novo pacto entre tecnologia e gente

Não se trata de um confronto entre humanos e máquinas, mas de uma redefinição de papéis.
A automação elimina tarefas, não necessariamente empregos. Profissões inteiras estão sendo reconstruídas — e o futuro do trabalho será híbrido: parte técnica, parte relacional.

O profissional valorizado será aquele que combina competência técnica (hard skills) e habilidades humanas (soft skills). Criatividade, empatia, pensamento crítico e adaptabilidade não são mais “extras” — são diferenciais de sobrevivência.

O impacto educacional e o papel da formação técnica

A formação profissional precisa se reinventar. Hoje, apenas 19% dos brasileiros têm qualificação técnica reconhecida, enquanto países como Alemanha e Japão passam dos 50%.
A falta de integração entre ensino e mercado é o principal gargalo.
Cursos técnicos e profissionalizantes tornam-se o elo mais ágil entre o desemprego e a empregabilidade. Programas de requalificação modular e parcerias público-privadas já mostram resultados em estados como Paraná e Santa Catarina, onde o índice de inserção pós-formação técnica ultrapassa 70%.

Cidades e regiões: desigualdade de oportunidades

A revolução do trabalho não é uniforme. Regiões metropolitanas se digitalizam mais rápido, enquanto áreas rurais ou periféricas sofrem para acompanhar.
Isso exige uma política territorializada de capacitação: formação técnica descentralizada, com foco em vocações locais — agroindústria, energia limpa, logística e manutenção industrial.

O tempo da transição

2030 não está longe. Requalificar uma força de trabalho leva anos, não meses. O que separa o trabalhador estável do vulnerável é a velocidade de adaptação.
Empresas que investem em formação interna retêm talentos; governos que criam trilhas de capacitação fortalecem economias locais; e indivíduos que encaram o aprendizado como permanente terão vantagem competitiva real.

O alerta final

O mundo não está ficando sem empregos — está ficando sem pessoas qualificadas para os empregos certos.
Até 2030, sobreviverão não as profissões mais tradicionais, mas as que se reinventarem continuamente.
O futuro não será de quem sabe mais, mas de quem aprende mais rápido.

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