A pandemia da Covid-19 provoca desde 2020 diversos impactos econômicos e sociais em todo o mundo. No Brasil, um dos segmentos mais afetados, nesse período, tem sido o setor cultural.
Dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base na PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios) do Sistema de Informações e Indicadores em Cultura do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que cerca de 900 mil postos de emprego no setor foram fechados entre 2020 e 2021.
Dado totalmente diferente do que foi presenciado entre 2018 e 2019, quando o número de pessoas empregadas pelo setor cultural saltou de 4,9 milhões para 5,5 milhões. Mas com o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, esse número caiu para 4,6 milhões de trabalhadores no terceiro trimestre de 2020.
O índice apresentou leve alta no segundo trimestre de 2021, chegando a totalizar 5 milhões de pessoas empregadas. Essa melhora foi registrada com a retomada econômica provocada pelo início da vacinação contra a Covid-19, seguida da diminuição das medidas restritivas à população.
O setor cultural representa atualmente 5,7% de todos os vínculos do mercado de trabalho nacional, sendo que em 2019 o valor adicionado neste segmento chegou a R$ 256 bilhões, o que representa 9,8% de toda a riqueza criada pela indústria brasileira no período.
Dentro desse cenário instável, o setor volta a atenção para o recebimento de recursos financeiros para conseguir recuperar os postos de emprego e a geração de renda nos níveis anteriores à pandemia.
Para potencializar esse movimento, a iniciativa privada tem buscado realizar parcerias com o setor, que promovam não apenas o acesso a recursos, mas também a valorização do patrimônio histórico, artístico, cultural e memorial do Brasil.
Com histórico de apoio ao setor cultural no Brasil, a Unipar, empresa líder na produção de cloro e soda na América do Sul e uma das maiores produtoras de PVC na região, realizou entre diversas ações a doação de coleções artísticas ao Museu Imperial de Petrópolis e a preservação das obras da artista plástica Djanira da Motta e Silva, além de investimentos na Bienal de São Paulo, na SP-Arte, no MAM Rio (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), no Museu Imperial e na exposição “O olhar germânico na gênese do Brasil”.
“A Unipar apoiará, nos próximos 24 meses, projetos culturais com doações e investimentos que totalizam de cerca de R$ 11 milhões, visando impactar aproximadamente 850 mil pessoas durante esse período. Esse investimento envolve recursos diretos, incentivados e de produtos doados”, afirma Mauricio Russomanno, CEO da Unipar.
“O objetivo é fazer a diferença no dia a dia das pessoas e ser um agente transformador da sociedade. Nesse contexto, apoiamos projetos nas frentes de educação, cultura, esporte e ações sociais que tenham impacto no desenvolvimento humano, que é nossa prioridade na dimensão da sociedade e das comunidades do entorno das nossas fábricas”, completa.
Empresa investe em projetos que têm como foco o desenvolvimento humano
Não apenas no setor cultural, mas a iniciativa privada em todo o mundo tem voltado a atenção para os conceitos que englobam o ESG (sigla em inglês para Governança Ambiental e Social) e a aplicação dessas práticas no dia a dia corporativo.
A adesão à agenda ESG tem como centro aliar o desenvolvimento econômico ao social sustentável, ou seja, entender que sem respeito e sustentabilidade com o meio ambiente, bem como a promoção de medidas que diminuam a desigualdade social, o crescimento da atividade industrial nas próximas décadas seria desordenado.
Segundo levantamento da consultoria internacional PwC, até 2025, 57% dos valores residentes em fundos mútuos na Europa deverão se concentrar em empresas que sigam os preceitos do ESG, o que representa um valor de cerca de US$ 8,9 trilhões.
Os conceitos do ESG estão baseados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, pacto global em prol do desenvolvimento sustentável para a sociedade mundial.
Esses objetivos norteiam empresas e sociedade civil a trabalharem em prol da construção de um ambiente mais equalitário, com práticas focadas na boa governança para promover o bem-estar social e a proteção do meio ambiente.
Dentre os 17 ODS estão a erradicação da pobreza e da fome, a promoção da agricultura sustentável, a universalização do acesso à água potável e ao saneamento, o fornecimento de energia limpa e acessível, a promoção da industrialização inclusiva, o fomento à inovação, tornar as cidades mais inclusivas e sustentáveis, adotar medidas para combater as alterações climáticas, conservar os oceanos, proteger os ecossistemas terrestres e revitalizar a parceria global pelo desenvolvimento sustentável.
“A Unipar avalia que o conceito ESG colocado em prática é de extrema importância para o futuro da companhia e das comunidades no entorno das fábricas. Aqui preferimos inclusive usar o conceito amplo de sustentabilidade. Hoje em dia as empresas têm uma grande responsabilidade de se adequar a práticas ESG e para a Unipar não é diferente. Desta forma, a empresa investe principalmente em projetos que possam gerar desenvolvimento humano e promover o saneamento”, pontua Russomanno.
Dentre essas ações estão o Projeto Pescar, que oferece cursos socioprofissionalizantes gratuitos a jovens das comunidades do entorno das fábricas; o Projeto Judô Social Nery IV e o Taekwondo Social, que atendem entre 120 e 150 crianças e adolescentes com inserção e prática nessas modalidades esportivas; o Projeto Cultura Maker nas práticas ambientais, com o objetivo de ampliar a conscientização da sociedade no cuidado e respeito ao planeta para as futuras gerações; além do Programa Cubatão Sinfonia, que promove desenvolvimento humano, social, educacional, artístico e cultural, através da inclusão social por meio da arte musical (vocal e instrumental) e cênica (dança e expressão corporal).
“A Unipar tem o objetivo de fazer a diferença no cotidiano das pessoas e ser um agente transformador da sociedade. Por isso, a companhia tem a sustentabilidade em sua essência, permeando toda a empresa e seu ecossistema. Entendemos que esse investimento local em arte, educação, cultura e esporte pode contribuir com o desenvolvimento humano nas comunidades”, finaliza Russomano.